Eu estava lendo o post da amiga Cicie do blog Procura-se (modificando mim mesma) eu e inevitavelmente, me vi descrita nas palavras dela, em cada descrição que ela deu a respeito da codependência e da necessidade de ser forte e inspirada no texto dela, vou colocar aqui uma situação semelhante que aconteceu comigo, para quem quiser entender melhor, leia o post dela.
A partir do momento em que nos tornamos codependentes, assumimos instantaneamente o papel de sermos responsáveis pela a outra pessoa e é nesse momento em que sem percebermos, reprimimos as nossas carências e nossas vontades, colocando em suspenso, no ar, tudo o que queremos e sonhamos, deixando de lado o que queremos e passando a viver um sonho,
Eu vivi essa experiência por dois anos e com o passar do tempo, enxerguei a necessidade de se forte e assim me tornei, durante a adicção do meu ex-namorado, eu não me permitia fraquejar, não me permitia sentir pena de mim mesma, porque a minha cabeça já estava cheia demais sentindo por ele.
Em meu livro, deixo claro várias passagens em que vivenciei tal sentimento, onde eu lutava bravamente contra a dependência dele e mais bravamente ainda contra a minha fraqueza, dizendo para mim mesma que eu não podia ser fraca, muitas vezes até cheguei a reprimir o choro, até que um dia, em uma situação limite, ele simplesmente não saiu, eu havia aprendido a sofrer sem chorar e sem que ninguém percebesse eu me corroía por dentro em dor e lágrimas, mas por fora, eu era a sempre forte Giulliana e assim tentei me manter até o fim da minha jornada.
"Parte de mim estava aliviada, porque sabia que era o melhor a fazer e eu senti culpa por isso, mas outra parte estava totalmente devastada, assustada, desfeita em pequenos pedaços, como caquinhos de vidro e eu não podia chorar, eu sabia que ele não agüentaria se me visse chorando eu tinha que seguir em frente com a minha encenação de autocontrole. Foi naquele dia que aprendi a sentir dor sem chorar, mesmo ela sendo insuportável, trazendo a sensação de que seus ossos estão sendo esmagados lentamente. Foi a dor mais intensa que eu já havia sentido e eu não chorei." (Trecho tirado do Livro Valeu a Pena ).
Eu arriscaria a dizer que a codependência nos dá uma ilusória sensação de força, eu digo ilusória, porque todos que estão ao nosso redor, pensam que somos de fato fortes, acham que conseguimos lidar de uma forma saudável com a dependência química de quem amamos, entretanto, isso tudo é apenas aparência, somos tão frágeis emocionalmente quanto o dependente, sofremos de carência e auto-estima baixa assim como eles e sofremos com essa doença assim como eles, que são dependentes da droga e nós deles.
O tema autoestima daria mais algumas boas linhas de texto, mas, vou deixar para o próximo post, onde vou continuar essa história, seguindo a linha de raciocínio do post da Cicie, citarei uma situação parecida com a que ela vivenciou e relatou.
Boa noite de boas 24 horas para todos nós.
Só por hoje, eu sou feliz!
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P.S. Quero esclarecer que as postagens feita no blog seguem a nova lei ortográfica, por isso, não estranhem ao ver palavras como autoestima, codependente e autocontrole sem o famoso e querido hífem.
Como sempre, amiga, mais um belo Post. Aliás, li lá o da amiga Cicie e vi o teor da postagem.
ResponderExcluirRealmente me identifico pra caramba com tudo isso.
Como vc já sabe, sou um adicto em Recuperação, mas sou co-dependente também. Sei como é sentir-se fragilizado com a situação de nosso familiar.
Eu, particularmente, passo pelas duas faces da moeda, pois entendo na pele como é seu um dependente químico...mas sei tb como é ser um co-dependente.
Abração, amiga!
E...TAMUJUNTU.
Não temos que fingir ser forte, temos que ser realmente fortes, não por alguém...mas por nós mesmas!
ResponderExcluirConfiar em si mesma! Ter auto estima, e crer sempre! Isso é ser forte... Podemos ser delicadas como uma flor, mas devemos ter o rugido do leão!
Força, Serenidade e Seja Feliz!!!
Beijos!
Ah isso não significa levar problemas que não lhe pertencem nas costas ;)
ResponderExcluirÉ Júnior, você como conhecedor dos dois lados, sabem bem como é esse sentimento né... Foge do nosso controle...
ResponderExcluirObrigada por td... Tamujuntu sim e juntos somos mais fortes
Gaby, sábias palavras não precisamos fingir ser fortes e sim sermos de fato, o problema é que quando nos tornamos codependentes não conseguimos diferenciar uma da outra fingimos ser, a chando que somos...
ResponderExcluirObrigada por passar por aqui força, serenidade e felicidade para vc tb!
Beikos
Co-dependência ou codependência, com hífen ou sem hífen, ela nos causa muitos males.
ResponderExcluirDe fato nos fazemos de fortes, quando gostaríamos de ser carregados no colo; sorrimos quando por dentro estamos chorando; nos obrigamos a seguir em frente quando tudo o que precisamos é ficar quietinhos por um tempinho... Aparentamos o que não somos, esperando que o dependente químico também se torne alguém que ele não é. Isso é ser co-dependente. Isso não é amor, é doença...
Beijão, Giulli querida, amei o Post!
Falou tudo Poly, é exatamente esse sentimento, nos fazemos de fortes quando na verdade gostaríamos de ser carregados no colo..
ResponderExcluirE concordo com você, codependência ou co-dependência, não é sinônimo de amor e sim de doença, aías, é sinônimo de falta de amor, por si mesmo...
Beijão querida e adorada mamãe Poly, bom vê-la por aqui...