quinta-feira, 29 de dezembro de 2011



Boa noite pessoal!!!

Não sei se vou conseguir postar antes do ano novo, então vou começar hoje...

Bom, esse ano foi sem dúvida um dos melhores dos meus últimos anos.

Tudo começou em 17 de fevereiro, quando dei como presente para a minha mãe um livro, mas, não um simples livro, um livro escrito por mim em homenagem e agradecimento à ela, por tudo o que ela passou ao meu lado durante a adicção do meu então namorado. Logo em seguida o blog nasceu e pouco tempo depois, eu estava começando a vivenciar uma experiência maravilhosa, eu iniciei de fato a jornada da minha recuperação, eu iniciei uma linda história de amizade, com vocês!!!

Foram cerca de nove meses, nove meses onde aprendi muito, chorei muito, e me emocionei muito.

Eu preciso dizer que sou eternamente grata por cada um de vocês terem entrado na minha vida, mesmo que virtualmente a minha recuperação devo à vocês...

Tenho algumas novidades para o ano que vem e logo compartilharei com vocês, hoje, quero apenas desejar o melhor para vocês, desejar muita luz em seus caminhos e dizer que na virada, enquanto eu estiver fazendo meus agradecimentos e meus pedidos, todos vocês estarão em meu pensamento, de verdade, pedirei por nós, nessa jornada contra as drogas...

Estamos juntas, estamos juntos...

Amo vocês. Feliz 2012.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Resista

Sei que já postei aqui, mas, acho válido postar novamente, dessa vez, em especial para alguém especial, para a Carol do blog http://meuestranhomundoinsano.blogspot.com/.

Estamos juntas, saiba que não está sozinha, a sua dor agora é nossa dor e logo se transformará em alegria. Acredite.


Resista um pouco mais, mesmo que a sua coragem esteja cochilando.
Resista mais um minuto e será fácil resistir aos demais.
Resista mais um instante, mesmo que a derrota seja um imã, mesmo que a desilusão caminhe em sua direção.
Resista mais um pouco, mesmo que os invejosos digam para você parar.
Mesmo que a sua esperança esteja no fim.
Resista mais um momento, mesmo que você ainda não possa avistar ainda a linha de chegada, mesmo que as inseguranças brinquem de roda à sua volta.
Resista um pouco mais, mesmo que a sua vida esteja sendo pesada como a consciência dos insensatos e você se sinta indefeso como um pássaro de asas quebradas.
Resista porque o último instante da madrugada é sempre aquele que puxa a manhã pelo braço e essa manhã bonita e ensolarada sem algemas nascerá para você em breve, desde que você Resista!
Resista porque estou sentada na arquibancada, torcendo ansiosa para que você vença e receba do Universo o que você merece. A FELICIDADE!!!


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Notícias do Matheus!!!

Olá pessoas!!!

Quem acompanha meu blog há alguns meses, sabe da história do Matheus, sabe o quanto essa história mexeu comigo, para quem não conhece, aqui vai algumas postagens:

http://livrovaleuapena.blogspot.com/2011/07/diario-de-um-usuario-de-crack.html

http://livrovaleuapena.blogspot.com/2011/07/olhando-pelo-retrovisor.html

http://livrovaleuapena.blogspot.com/2011/07/nao-criar-expectativas-para-nao-me.html

http://livrovaleuapena.blogspot.com/2011/08/blog-do-matheus-direito-de-internacao.html

Bom, como podem ver, fiz algumas postagens sobre essa história, e hoje venho postar novamente sobre ela.

Abri meu blog e nas atualizações dos blogues que sigo, vi que havia uma postagem no blogue dele, eu corri para ver, o mais engraçado é que ontem pensei nele, pensei se ele estaria bem, se estaria em recuperação e hoje o universo me mandou a resposta, através do Rafael, que também já falei sobre ele e seu blogue aqui, ele foi que "conseguiu" a internação para o Matheus e postou uma carta do Matheus lá no blogue.

Quem quiser conferir, segue o link: http://usuariocraque.wordpress.com/2011/12/26/feliz-natal/#comment-49

Resumindo, estou feliz por ele, feliz pela persistência dele, feliz por saber que ele não está mais nas ruas,  passando fome, frio, tomando chuva e consumindo aquilo que o consumia...

Estamos juntos Matheus!!!
E Juntos somos mais fortes!

Estou muito, muito feliz!

Espero um dia fazer um postagem igual, falando sobre a recuperação do meu ex, do anjo Gabriel.

Uma Semana iluminada para nós!


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Dia, Feliz Natal

Oi Pessoas... Saudades de vocês, todos vocês!

Isso não é promessa de ano novo, mas, ano que vem voltarei a postar com mais frequência, afinal, a minha recuperação só acontece de fato porque venho aqui desabafar com vocês e ouvir os conselhos de vocês.. Amo isso aqui, amo o retorno que tenho tido com o blogue e com o livro.

Bom, mas hoje, não vou falar de Co não, quero apenas agradecer à todos, nem vou citar os nomes porque a família de blogueiros cresceu bastante, mas, todos os que sigo, os que me seguem, os que acompanham minhas postagens, os que me escrevem e-mails, enfim, todos, quero desejar um Feliz Natal, não esquecendo que todos os dias podemos decidir sermos felizes e que todos os dias podemos desejar felicidades aos outros, portanto, FELIZ DIA para todos nós!!!


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Dia triste!



Entra ano e sai ano e toda vez que o Natal se aproxima, isso acontece, mesmo após anos, mesmo após ter conseguido me recuperar da minha codependência, ainda há algo que é mais forte do que a minha recuperação. São as lembranças que essa época me traz.

Hoje eu já não fujo mais dessas lembranças, hoje, elas não me assustam mais, mas, mesmo assim, é inevitável, elas se fazem presente em minha vida e sempre farão.

A realidade é que sempre achei a data do Natal um dia triste, nostálgico, desde pequena, não que eu não goste ou não curta a data, a magia que envolve a data, eu gosto sim, mas me sinto normalmente triste quando vai se aproximando do dia.

Foi no Natal de 2002, fazia menos de uma semana que eu o havia confrontado na meio da rua, perguntando se ele estava usando drogas, fazia menos de uma semana que eu aprendi que o SILÊNCIO também é resposta, porque foi esse silêncio que me fez ter a certeza de que meu então namorado estava trilhando uma estrada quase que sem volta.

Naquela noite, ele iria passar o Natal na minha casa, eu estava ansiosa esperando pela a sua chegada, eu já estava começando a sentir a dor de estar ao lado de um dependente químico, a dor de ver os ponteiros do relógio se arrastarem lentamente e praticamente não saírem do lugar, a dor de não saber se a tão esperada hora iria chegar de fato.

Chovia bastante, e aquela chuva tornou tudo mais triste e doloroso, lentamente as horas se arrastaram, minhas mãos, que já estavam cansadas de tanto discar no telefone o número do celular dele, já estavam tremendo de tanto pavor também.

Na tv, o som do Feliz Natal ecoava em minha mente, me esforcei para desejar para a minha família um feliz Natal, enquanto buscava desculpas para justificar a ausência dele. Quando então o telefone tocou, meus olhos não conseguiram segurar as lágrimas, aquela foi a primeira vez de várias que senti medo ao ouvir o telefone tocar. Foram mais de cinco horas de agonia, de dor e angústia, de medo, pavor e desespero, eu quis xingá-lo, mas, apenas pedi que ele fosse para a minha casa, eu precisava vê-lo mesmo depois de ouvi-lo dizer que havia passado a noite em um beco, usando droga, tudo o que eu mais queria era acalmar o meu coração que sangrava de tanta dor.

Esperei por ele... E ele chegou...

"Entramos em casa, ele cumprimentou minha família, ficamos um pouco na sala, sentados no sofá, ele quase não pronunciou palavra alguma, pálido, quieto, não conseguia me olhar nos olhos, ou não queria, porque sabia que meus olhos estavam ardendo em fogo enquanto eu o estudava minuciosamente, depois do alívio de vê-lo bem, fui tomada por um sentimento obscuro, senti ódio dele, senti raiva, dele e de mim, queria desesperadamente entender o porquê, ele havia estragado a minha noite de Natal, a nossa noite de Natal e parecia não estar se importando com isso! Enquanto eu o fitava, busquei nele algum indício de que o Gabriel que eu havia conhecido ainda existia, por trás daquele outro que eu não sabia quem era.


- Onde você estava? - perguntei em voz baixa - Quero que me diga a verdade, só isso. Eu quero te ajudar.
- Jú... - ele estava relutante e tive que me controlar para não fazê-lo recuar com o meu desespero, eu precisava saber. - Eu não consegui, eu tentei, mas não consegui. Eu estava sentado, no meio do mato, em um
terreno baldio. Quando te liguei ainda estava lá, o efeito já havia passado, estava chovendo e eu não sabia o que fazer. Para ser sincero, não pretendia vir mesmo, estou envergonhado por decepcioná-la.

Minha garganta ficou seca, senti-la queimar, posso sentir novamente como se estivesse acontecendo agora nesse exato momento. A respiração dele estava ofegante, quase pude ver o movimento de seu coração bater enquanto ele falava, seus olhos estavam marejados de lágrimas e a única coisa que pude pensar é que ele ainda gostava de mim, pois havia pensado em mim logo depois que passou o efeito da droga. Essa foi à primeira vez, dentre várias em que me submeti a ser colocada em segundo plano, em que aceitei ficar atrás das drogas na lista das prioridades dele.

Nos abraçamos, choramos, começaram as promessas."



E desde então, por mais que eu queira não lembrar, todos os anos, nessa época eu revivo internamente essa data, mesmo não querendo "curtir" essa dor, tudo porque há feridas que não se fecham e não se curam jamais...



"...E eu me lembro de você assim, em dias de chuva, em dias de sol"

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Conte a sua história - Amiga dos Animais!



ANGÚSTIAS DE UMA CODEPENDENTE

A minha história começa em 1997, quando me apaixonei por um traficante e dependente químico, casado!
Mantive um longo relacionamento ilícito com ele, até que ele acabou sendo preso. Como ele era casado, nosso relacionamento acabou, pois a esposa era quem o visitava na cadeia.

Um ano e meio depois, ele ainda estava preso e acabei me envolvendo com outro dependente quimico, ex-traficante e ex-presidiário... havia cumprido uma pena de quase cinco anos! A única diferença era que esse não era casado. Eu já o conhecia desde a infância, mas passamos
muito tempo sem nos ver, pois ele se mudou com a mãe e o padrasto pra longe da minha casa e nossas vidas tomaram rumos diversos.

Quando nos reencontramos aos 26 anos de idade, ele já possuia as marcas indeléveis de uma longa temporada na prisão... na "escola do crime" e, como nossa sociedade é extremamente segregacionista e preconceituosa, ele não conseguia emprego algum!
Foi ai que o ócio e a mente perturbada de quem acabara de sair da prisão, mais os "amigos", o levaram a experimentar o crack. Foi então que o inferno dele começou!

Sem dinheiro para manter o, até então apenas uso, da droga, ele começou a traficar pequenas quantidades de drogas para se manter!
Além do mais, como dependente que já era, da maconha, ele "precisava" do dinheiro que um emprego (e uma vida) digno não lhe pôde dar!
Ocasionalmente, principalmente nos fins de semana, durante as noitadas ele usava também o álcool e a cocaína.
Até neste ponto, ele ainda estava com outra mulher, e como as teias do destino o trouxeram para morar do lado da minha casa outra vez,
eu sabia de tudo isso pela mãe dele, até então amiga de minha mãe, e através da minha prima, casada com um tio dele.
Quando ele acabou se separando de vez da outra namorada, com quem tem uma filha, eu decidi que queria ficar com ele...
Foi ai que o meu inferno começou!

Perdi a conta das noites mal dormidas... noites em claro, vagando pelas ruas da cidade, nas "bocas de pedra" e nas "biqueiras", como chamam.
Muitas vezes ele carregava os eletrodomésticos da casa da mãe, enquanto ela dormia...
Quantas vezes vi ele pegar os produtos da despensa, caixas de leite, sacos de arroz, macarrão, o próprio colchão onde dormia... e, junto comigo, na maioria das vezes, subindo e descendo o morro nas madrugadas geladas, em busca da droga maldita!
Em algumas ocasiões, chegou a praticar e tentar praticar pequenos furtos, e num desentendimento com um traficante uma certa noite, ficou
na mira de um revólver! Cheguei a interceder e fiquei entre ele e o traficante armado! Felizmente não aconteceu o pior...
Quando eu não estava junto, estava em casa morrendo de preocupação e desespero, que nunca se mostravam em vão, pois ele sempre se metia
em alguma confusão, principalmente quando se juntava com outros usuários, inclusive um primo dele...
Certa vez, ele e o primo, se meteram em uma briga de bar e os dois foram parar no hospital. O primo com um ferimento à faca no rosto, e ele com a cabeça atingida por um tijolo, sangrava...

Ele, assim como eu, gosta de animais. Entretanto a criação dele, ao contrário da minha é para fins comerciais... pois foi onde muito me doeu!!
Vi ele acabar com as criações muitas e muitas vezes... galinhas, franguinhos, filhotes de cães...
Um dia ele ameaçou arrancar o pescoço de uma garnizé na minha frente, se eu não desse dez reais (o preço de uma pedra de crack) pra ele.
Minha irmã acabou dando, vendo o desespero em que eu me encontrava e não tinha o dinheiro pra dar a ele...
Minha família sofreu e chorou lágrimas de sangue comigo... e ao ver o que eu sofria, dia após dia!!
Quantas madrugadas tirei meu pai da cama pra me buscar no meio de ruas desertas e sombrias!
E ele ia, junto com minha mãe... 

Estamos juntos há mais de 6 anos e ele chegou a ser internado, por causa do crack, umas 8 ou 9 vezes... nem lembro direito!
No início de nossa relação ele ainda amava a outra mulher, que o abandonou quando ele fora preso e voltou quando ele saiu...
Eu pensava que fazendo ele esquecer da outra e se apaixonando por mim, ele abandonaria as drogas! Ledo engano...

Ele é usuário de maconha desde os 14 anos.
Ao longo do tempo foi se tornando dependente de cocaina, "amesclado" e, depois que saiu da prisão, do crack propriamente dito! Hoje ele e eu temos 33 anos.
Eu não fazia idéia do martírio que viveria... Além das drogas, do temperamento irascível e genioso, ele chegou a me trair descaradamente com a outra, muitas vezes! Como antes éramos vizinhos de muro, ele não tinha como esconder as traições e nem se dava ao trabalho de irem
pra outro lugar... Ela o "usava" quando queria... e eu o perdoava... e ele me "tolerava"... Gostava da outra, mas não a queria mais por companheira, já que ela o maltratava muito emocionalmente, inclusive o traindo! Então, me "deixava" ficar do lado dele...
Com o coração sangrando, eu o perdoava, mas não esquecia!

Com o passar do tempo ele esqueceu a outra, se apaixonou por mim, mas estava cada vez mais e mais dependente do crack, que acabava usando junto com a maconha, a cocaina, o álcool e tranquilizantes.
Quando saíamos nos finais de semana, eu parecia um "estranho no ninho", pois eu não usava drogas, nem álcool e nem tinha assunto com os "amigos" dele que estavam junto.

Começaram as internações quando a mãe viu que ele estava acabando com tudo dentro de casa!
Eu mais vivia lá do que na minha própria casa...
Esta última internação durou apenas dois meses, já que a Prefeitura de nossa cidade "não pôde" pagar e nem eu, nem a mãe dele temos condições pra isso.
Depois que ele chegou ainda não o vi. Ainda não tive coragem de tentar viver novamente ao lado de uma "bomba-relógio", mas só Deus sabe o quanto tenho sofrido e chorado a saudade dele... Não sei o que fazer!!
Ele diz que está me esperando... e isso me destrói mais ainda por dentro!

Primeiro foram internações voluntárias, onde ele nunca conseguia ficar até o término dos tratamentos. Depois, a mãe começou a interná-lo involuntariamente (como das 3 últimas vezes), mas, sabe-se lá porquê, ela mesma interrompia o tratamento dele, tirando-o das
clínicas.
Juntando-se ai os obstáculos da Prefeitura... os tratamentos nunca deram em nada. Mas, uma vez, depois de 43 dias internado, ele chegou a ficar nove meses limpo e frequentando os Narcóticos Anônimos!
Chego a me perguntar por quê ele voltou à "ativa", já que conhece os 12 passos de N.A., sabe o que deve fazer e o que deve evitar para ficar limpo, mas não o fez... um dia ele me disse que uns "tirinhos" de vez em quando ele vai dar mesmo! Fiquei decepcionada e sem esperanças de que ele realmente queira a recuperação um dia!

É preciso que eu diga que ele foi criado por uma mãe solteira, abandonada ainda na gravidez, e que depois do nascimento dele, ela o deixava aos cuidados da avó, que por sua vez, vivia com outro filho traficante. A figura masculina que ele cresceu tendo por referência foi este tio traficante, que hoje se encontra desencarnado, por desavenças com outros traficantes. Quando ele já era um pouco mais velho a mãe se juntou com um homem e o levou para morar com eles... o padrasto e ele se adoravam, mas infelizmente o alcoolismo o levou cedo demais!

Quando mais crescido, já quase adolescente, a mãe arrumou um namorado e o colocava pra fora de casa pra namorar porque o tal namorado "não se sentia à vontade com ele em casa". Muitas vezes ele disse que a avó o encontrava dormindo na porta de casa. A mãe engravidou de
novo, e foi novamente abandonada! O irmão, que também cresceu sem a presença paterna e hoje está com 17 anos, está indo pelo mesmo caminho do irmão mais velho... mas ainda não é um dependente, visto que ainda consegue esconder o uso.

O que me atormenta nisso tudo é que estou por demais exausta e com minha estrutura emocional e mental completamente transtornadas... tenho a humildade e a vergonha de me assumir uma desequilibrada!
Fiquei dependente de calmantes e antidepressivos e não durmo mais sem remédios!
A ociosidade em que estou vivendo ainda contribui mais ainda para minha condição desesperada e desesperadora diante da minha situação!!
Minha única "janela para o mundo" é este computador e, só posso dizer que não estou uma completa inútil por causa do meu ativismo virtual pela causa animal.

Por outro lado, certos comportamentos e atitudes dele para comigo, até quando passa longos períodos "limpo", me confundem e me machucam.
Ele diz que me ama, mas só consegue ver defeitos em mim e me critica por tudo e por nada!
Me agride, sem nenhum motivo lógico, com palavras ferinas que ele sabe que vão me machucar... chegou certo dia a dizer que não me suportava!
Parece que ele só me aceita "incondicionalmente" quando está na ativa...
Mas, quando me afasto e me separo dele, ele diz que não vive sem mim!

Não consigo compreendê-lo!
Não consigo compreender a mim também...
Ao mesmo tempo, por mais que eu sofra ao lado dele, sempre acabo voltando pra ele. A codependencia "roubou" minha vida própria. Passei
anos vivendo a vida dele e só agora comecei a tentar entender essa doenças e tentar me modificar, mas parece que me esqueci como é que se vive a própria vida. Mas, quanto mais eu reflito, mais duvidas eu tenho sobre se devo voltar pra ele ou não...

Nosso amor mais parece um vício, uma codependencia mutua... um "precisar" do outro!
Sinto muita culpa por pensar que ele pode estar sofrendo por minha ausência... Sinto pena, por toda a história de vida dele... mas também penso que preciso me preocupar mais comigo.
A única coisa que tem me confortado são os meus livros e os meus animais...
Não sei o que fazer da minha vida... "com" a minha vida...
Só consigo vislumbrar uma noite terrivelmente escura à minha frente!

Grito por socorro, mas só ouço o mais atordoante silêncio...

domingo, 4 de dezembro de 2011

Feridas, dor, liberdade!


A dor chega sorrateiramente, de mansinho, como uma leve brisa.
Com o passar do tempo, ela vai aumentando e então essa brisa se torna uma rajada de vento, e com um pouco mais de tempo, uma tempestade.

E então, você percebe que a dor existe porque há em você uma ferida aberta, uma ferida exposta, uma ferida que já deveria ter cicatrizado, mas, não cicatrizou... E talvez, nunca cicatrize.

A grande verdade é que quem um dia esteve ao lado de um dependente químico, raramente conseguirá seguir sua vida em frente sem se lembrar de tudo o que passou, porque estar ao lado de um dependente químico é uma mistura de sentimentos tão intenso que ultrapassam as barreiras do nosso entendimento.

Você sente dor quando o vê lutando desesperadamente contra seu vício, sente amor a cada dia que ele consegue ficar sem a droga, sente ódio a cada recaída, sente raiva a cada nova promessa de que vai parar, sente pena a cada lágrima derramada, sente culpa quando decide não sentir mais nada disso.

Eu carrego e carregarei comigo pelo resto da minha vida as lembranças dos anos vividos ao lado do "Anjo" que se tornou um dependente químico, ele não é um dependente químico, ele está um dependente químico, ser e estar são condições diferentes e eu espero que ele deixe de estar logo e volte a ser quem ele era.

Acredito que eu tomei a decisão de deixá-lo seguir seu próprio caminho, sem mim, na hora certa, no momento em que as lembranças boas ainda eram maiores do que as lembranças más, isso me reconforta, porque não sinto raiva, não sinto desamor, não sinto ódio por tudo oque passei.

Eu o libertei para encontrar sua própria recuperação antes de que nossas lembranças se tornassem apenas borrões em uma lousa velha, antes que a maldita pedra branca fosse capaz de apagar tudo o que de bom tivemos. Eu o libertei, ele me libertou e espero que ele encontre as suas asas de volta e volte a voar como um anjo de pele vibrante como a neve e olhos vibrantes, como quando eu o conheci.

"Tentamos ser Suficientes para os outros e acabamos sendo Insuficientes para nós mesmos..." Isso é ser codependente.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Aprendendo a ser quem sou!

"Você tem o direito de pensar o que quiser de mim, não vou forçá-lo a me conhecer, não tenho o propósito de mudar os conceitos de ninguém, mas, também não vou esconder meus momentos de insanidades, minhas alternâncias de humor, minhas lágrimas, meus momentos infantis e minhas risadas que duram até que me falte o fôlego. Eu sou o que sou e quem eu sou por livre e espontânea vontade, sou propositalmente complicada e perfeitinha, não posso mudar a minha essência, não vou me moldar aos seus gostos, não vou me politizar para agradar a sociedade e tão pouco fingir ser quem não sou"






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