segunda-feira, 25 de julho de 2011

Promoção - Textos escritos por Pedro

Texto 1

Meu nome é Pedro, tenho 24 anos e estou no último ano da faculdade de Propaganda e Marketing, moro em São Paulo, Capital e descobri através do seu blog, que sou um co-dependente.

Faz cerca de um mês que comecei a ler o seu blog,ainda estou um pouco atordoado com o volume de informações que venho encontrando em seu blog e nos blogs que você indica aqui. Eu nunca fiz nenhum comentário em seu blog, eu gosto de ler mas até então, nunca me senti a vontade a escrever, são poucas pessoas que conhecem a minha história, a que vou contar aqui no seu blog.

Minha namorada é uma dependente química, estamos juntos há quase um ano e meio e não sei dizer desde quando ela vem se drogando, mas sei dizer que de uns meses para cá, ela já emagreceu consideravelmente, anda irritada com tudo e todos, e perdeu o interesse até nos estudos.

Minha namorada faz faculdade de Educação Física na mesma universidade que eu, foi lá que nos conhecemos, é curioso e contraditório, uma estudante de Ed. Física se tornar uma dependente de cocaína.

A família dela foi quem ficou sabendo primeiro, eu sei lá, acho que eu nunca desconfiei de nada, uma amiga dela foi quem falou para os pais dela, eles me chamaram, a princípio, chegaram a achar que eu também usava e eu eu a apoiava em seu vício, com o tempo, tudo ficou esclarecido e eles hoje percebem que eu quero ajudá-la assim como eles.

Já tem mais de quatro meses que tudo veio à tona, ela chegou a parar por algumas semanas, a família dela e eu estávamos fazendo marcação cerrada em cima dela e foi lendo o seu blog que descobri que não é tão simples assim quanto imaginei que fosse, ela não parou de verdade, só está nos manipulando por causa de seu vício e eu vivo tentando limpar as "cagadas" dela, desculpa o palavreado.

Agora, a família dela a colocou contra a parede, ou ela larga de vez ou vão mandar para o exterior, o irmão mais velho dela mora na Inglaterra, ele é economista e faz mestrado lá, os pais dela querem mandá-la para lá caso ela não pare, eu já falei do seu blog para a mãe dela, não sei se ela entrou, mas, eu não concordo com a idéia de mandá-la para fora, isso não vai curá-la.

Acho que é muito mais fácil se assumíssemos para todos que ela tem problemas com drogas e procurássemos alguma clínica para interná-la, mas, não sei se é uma questão de tempo, se isso vai ser passageiro, mas a família dela prefere mandá-la para outro continente ao enfrentar a realidade e vê-la como uma viciada.

Depois que conheci o seu blog, passei a ler outros blogs e sites dobre o assunto, dei uma lida no amando um dependente químico também, e sei lá, eu acho que não teria a coragem que a escritora do blog tem, ainda não li muito, mas ela está há um bom tempo nessa luta e o pior, eu também não teria a sua coragem de parar.

Essa é a minha experiência com as drogas, o que posso falar sobre elas é que eu estou vendo ela destruir a vida da minha namorada e a minha está indo para o ralo, junto com ela e as drogas.

Texto 2

Eu ainda não entendo muito a respeito do que leva uma pessoa a usar drogas, a minha namorada, aparentemente não tem problemas que justifiquem o seu vício, mas, acho que no meu caso, como um recém descoberto co-dependente, acho que o mínimo que posso fazer é mostrar para as pessoas do meu círculo social, pessoas que estão em volta da minha namorada e de mim, que ela está doente, para que diminua um pouco o preconceito que nos rodeia.

Texto 3

Acho que sugerir soluções iria demorar demais, porque na minha opinião o problema das drogas é bem complexo, envolve problemas econômicos, culturais, sociais, embora, ainda não descobri em qual desses problemas o vício da minha namorada se enquadra, talvez seja espiritual, mas, pensando em algo mais geral, eu diria que a informação, a desmistificação da droga já era um bom começo.

Espero que a minha contribuição seja válida, como disse, venho acompanhando o blog faz pouco tempo e ainda estou descobrindo os assuntos.

5 comentários:

  1. Pedro, em primeiro lugar, obrigada por inaugurar a "promoção" do blog, obrigada por participar e seja muito bem vindo!
    Quanto ao seu texto, bom, acredito que você já está se vendo como um codependente e com isso, está vendo a dependência de outra forma, você está no caminho certo e está coberto de razão, a recuperação da sua namorada não está em outro país, outro continente, está dentro dela, de nada adianta mandá-la para fora, aliás, acho que só vai piorar, sem a companhia do namorado e dos pais, se ela demonstra vontade em se recuperar, o ideal é a ajuda de profissionais, ou de um grupo de apoio.
    Olha, quanto a continuar e parar, para fazer ambas as coisas requer muita coragem porque nesse caso não dá para ficar em cima do muro, na zona de conforto, portanto, seja qual for o caminho que você seguir, você já é um corajoso!

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  2. Puxa, me emocionei com os relatos do Pedro. Porque quando falamos em co-dependência associamos mais às mulheres, mas, existem sim muitos homens co-dependentes, vi vários relatos de maridos no livro CEFE.
    Se eu tivesse como falar com os pais da namorada dele, Giulli, eu pediria para, pelo amor de Deus, não enviarem a moça ao exterior. Isso não trará solução. A droga está lá também! Meu marido foi para os Estados Unidos tentar fugir do seu vício, de nada adiantou. Fugir não resolve. Ela precisa se tratar.
    Como é triste ver uma jovem com um futuro promissor entrar numa roubada dessa, mas, se ela quiser, terá muita vida e sonhos realizados pela frente!
    Fico na torcida!
    Obrigada por partilhar essa história conosco, Giulli.
    Beijos.

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  3. Poly, é verdade, eu tb costumava associar a codependência somente com mulher e acabava me esquecendo que o contrário também acontecia.
    Eu também espero que a família da namorada dele perceba que ela está doente e a ajude a se tratar. Fiquei muito feliz com a participação dele aqui no blog...
    Beijos querida e eu que agradeço por você estar sempre presente por aqui.

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  4. Valeu, Pedro. TAMUJUNTU, brother!
    As amigas Giulli e Poly foram felizes em suas palavras, que a recuperação não está necessariamente onde quer que ela seja mandada, principalmente da maneira que poderá acontecer. A recuperação está no interior dela, no querer dela em conseguir se recuperar; está nela admitir que precisa de ajuda e aceitar ajuda; está nela dedicar-se inteiramente as metodologias utilizadas para tratamento e recuperação da DQ. Aí, sim, vai fazer diferença onde ela está sendo encaminhada, pois pessoas, lugares e hábitos da ativa não ajudam em nada no processo de recuperação. Como disse a Poly, tamos aqui na torcida por vc's.
    Giulli, valeu por partilhar aqui este Post, mostrando que a dependência química não escolhe vítimas e co-dependentes.
    Recentemente no meu blog eu fiz um Post sobre a minha amiga Rafaela, que nos deixou este final de semana, vítima das drogas. Eu sou um co-dependente. Tenho meus irmãos na ativa e sei como é sentir-se co-dependente. Tenho várias pessoas na família adictas. A mãe de minha filha mais velha, por exemplo, que acredito ter sido assassinada tempos atrás, pois nunca mais tivemos notícias dela, depois que houve rumores de que teriam matado-a. Tive também um filho com uma outra mulher que era do meu grupo de A.A. Ficamos grandes amigos depois que tivemos este filho.Inclusive, foi ela quem tirou minhas visitas durante o tempo que fiquei recluso.Vim pra outro Estado, mas sempre mantivemos contato. Depois ela envolveu-se com um cara que era envolvido com paradas erradas, tráfico e tal's. Acabou sendo assassinada. Sinto até hoje e até pensei em vingar a parada...mas seria voltar às insanidades da ativa.
    Tenho experiência de ser um DQ e de ser um co-dependente. É mesmo complicado!
    Agradeço a todas vocês pela força que nos dão e por fazerem estes blog's excelentes.
    Abração a todos e TAMUJUNTU.

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  5. É isso aí Júnior, os nossos blogues são antes de mais nada algo para nos ajudar, mas com isso, ajudamos a quem esteja em situações semelhantes e com isso, trocamos informações e percebemos que não estamos sozinhos... Afinal TAMUJUNTU...rs

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