Continuando o post anterior Necessidade de ser forte, vou falar um pouco sobre a forma como me sentia quando decidi que deveria seguir outro caminho, deveria deixar que meu ex encontrasse o seu próprio caminho, em seu tempo.
Eu saí da relação me sentindo totalmente perdida, inferiorizada e com o sentimento de que eu havia sido trocada por drogas, o único pensamento que eu tinha em mente era esse "Ele me trocou pelo crack", e eu tive que conviver com isso por um bom tempo, hoje, eu vejo de outra forma, eu sei que não foi uma escolha entre eu e as drogas, hoje sei que ele estava adoecido e agente não tem total poder sobre nós mesmos quando estamos doentes, nem mesmo quando estamos indispostos por causa de uma gripe por exemplo. O Matheus, do blog "usuáriodecraque" recentemente fez um comentário no blog dele após ler e conhecer o meu blog, dizendo que se ele fosse o meu namorado, ele jamais teria me trocado por drogas, eu brinquei com ele, falando que sim, ele me trocaria e ele, por estar na ativa, (graças a Deus, essa semana ele ia ser internado) sabia muito bem disso, mais do que qualquer um.
Hoje, eu entendo e vejo dessa forma, mas até chegar nesse nível de consciência, sofri muito e isso se refletiu em meus relacionamentos futuros.
Algum tempo se passou e eu voltei a viver a minha vida, a sair de casa como uma garota de 19 anos fazia e assim conheci um rapaz, eu "fugi" dele durante duas semanas seguidas, nos encontrávamos na balada, ele vinha falar comigo, me tirar para dançar e eu na primeira oportunidade sumia da vista dele, até que acabei cedendo e nós ficamos e começamos a sair.
Eu ainda estava "marcada" pela experiência anterior, por isso, eu havia criado uma forma de me relacionar com alguém sem permitir que esse alguém me machucasse um dia, eu havia criado o que durante um bom tempo foi a minha filosofia de vida EU NÃO CRIAVA EXPECTATIVAS PARA NÃO ME FRUSTRAR, sendo assim, nós estávamos juntos, mas não havia cobranças e nem compromisso sério, mesmo nos vendo sempre e nos falando todos os dias, eu não me importava
Confesso que chegou a funcionar essa minha tal "filosofia", eu estava ficando bem a fim dele, mas não me envolvia ao ponto de ficar vulnerável e assim me frustrar, eu não sentia ciúmes, não me permitia sentir, uma vez que eu mesma havia escolhido manter um relacionamento dessa forma, se fosse outra pessoa, ou já teria terminado ou se amarrado de vez, mas não ficado na situação em que fiquei, sem compromisso sério, porém não tão livre para fazer o que eu bem entendesse. Eu sabia como era a sensação de ser trocada pelas drogas e não queria me colocar em uma situação novamente em que eu pudesse ser trocada por mais alguma coisa.
Eu criei uma muralha ao meu redor tão grande quanto a Muralha da China, eu me tornei forte, decidida, muitas vezes indiferente e eu achava que estava fazendo o melhor por mim.
Certo dia, nós havíamos saído para um shopping em outra cidade e estávamos conversando sobre assuntos diversos até que chegamos no assunto EU, em como eu era decidida, que eu assustava os homens por eu ser tão independente ( para quem leu o post que sugeri no meu último post, do blog da Cicie, vai entender porque eu disse da situação semelhante), e era assim como ele me via, eu cheguei a brincar com ele, e a fazer um comentário que uma moça que trabalhava comigo um dia fez sobre mim, que eu não era garota para namorar, porque eu realmente assustava os homens com a minha indiferença e ele concordou comigo até se assustou com o meu comentário, ainda tive que florear a história depois, para que ele não me visse como alguém fria, afinal, eu não era assim fria ou tão indiferente, eu apenas estava me protegendo, mas, nem todo mundo via dessa forma.
O dia em que ele me pediu em namoro, eu não deixei transparecer a minha alegria, ao contrário, disse para ele que ele não precisava fazer aquilo, me pedir em namoro, é eu estava surtando de fato, qualquer garota no meu lugar iria dar pulos de alegrias, ele era um rapaz bonito, muito paparicado pelas garotas da cidade e eu simplesmente lhe disse que ele não precisava me pedir em namoro!
O que aconteceu depois? Começamos a namorar, mas, ainda sim, nada havia mudado de fato, a minha muralha ainda estava protegida, seguíamos a mesma rotina de sem cobranças e a minha filosofia continuava em pé, até que...
Até que o inevitável aconteceu, ele me traiu com uma ex-namorada, havíamos saído para a mesma balada, mas, ele com os amigos dele e eu com as minhas, quem faz isso namorando? Eu!!! Eu fazia! Nos encontramos, mas não estávamos muito bem, eu, com a minha super filosofia de não criar expectativas, não me permitia me sentir mal com tal situação, nós brigamos e ele ficou com a ex, e eu vi tudo.
O que eu fiz? O que qualquer garota faria! Dancei a noite toda, como nunca havia dançado antes!
É, nem todas as garotas fariam isso de fato, mas eu estava seguindo uma filosofia sábia, lembram? pois é, eu chorei sim, não pensem também que a minha muralha era assim tão alta, afinal, eu gostava dele, e então eu descobri que a minha muralha era de areia e que eu só estava camuflando a minha ainda codependência, ou as sequelas que ela havia deixado em mim.
Depois disso? Após dias de fossa, sim, literalmente fossa (eu voltei a chorar, no post anterior eu falei que havia perdido a capacidade de chorar, pois é, ela retornou com força total na minha fossa) nós conversamos e ele deixou bem claro todos os erros que cometi, principalmente o de não me importar, de não me entregar sem medo, pois é, não sei se ele estava certo ou não, se fui mesmo a culpada, mas acredito que eu de fato deixei que as sequelas do relacionamento anterior, o medo de ser trocada me levou exatamente para o mesmo fim.
Estou compartilhando essa história com vocês, porque assim como eu, há muitas outras codependentes que não se vêm como tal e não buscam ajuda para tal mal e sendo assim, cometem erros assim como eu e não percebem que muitas vezes, somos nós mesmas que estragamos tudo.
Hoje, sou plena e completamente ciente de que antes de mais nada, eu estava tão doente quanto o meu ex e por isso, não estava preparada para um novo relacionamento, eu passei a ver que eu não havia sido trocada por drogas ou por outra pessoa, hoje, sou feliz, serena e consciente de que sou responsável pela a minha felicidade!
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Ao ler este post fiquei pensando... se um dia terminar com o meu amor dependente químico por causa das drogas não sei se vou consegir me envolver com outra pessoa, afinal são cinco anos de namoro, ao lado dele.. tenho medo de que não dê certo com o meu amor dependente quimico, medo também de não me permiter viver, sei lá.. me acho fraca.. e nem me imagino sem ele. Mais foi ótimo você compartilhar aqui no blog esse acontecimento, eu adoooooro ouvir essas experiências por que me faz refletir muuuito sobre minha situação.
ResponderExcluirbjus.
P, eu entendo o seu pensamento, porque ue também pensava dessa forma e não por ser uma codependente, não nesse caso, mas por gostar e amá-lo ao ponto de achar que eu não seria feliz com outra pessoa, no meu caso, foram dois anos de relacionamento e foi muito difícil para mim, foi doloroso e sofrido, no começo, eu fugia de qualquer rapaz que chegasse perto de mim, eu estava ficando paranóica...
ResponderExcluirAmanhã vou postar quando comecei a namorar o meu marido e mostrar mais uma faceta da minha codependência e as seuqelas que em mim ficou.
Beijosss e olha, são situações diferentes tá, não se preocupe, não é porque aconteceu comigo ou com outra pessoa, de terminar o namoro com o seu amado dependente que vá acontecer com vc, leia, reflita, aprenda mas não "encane" com isso, fica tranquila e não pense nisso.
Obrigada pelas palavras..
ResponderExcluiré que as histórias de pessoas que namoram ou namoraram um dependente quimico são parecidas, quando terminam o relacionamento dificilmente conseguem seguir em frente, então dá medo, mais é como você disse! Ficarei tranquila.. vou procurar viver o hoje, acredito que só assim ficarei tranquila, e não posso sofrer antecipado não é?
obrigado pelas palavras tá.
bjuus.
ha quero ler esta história viu, de quando conheceu o seu marido, como foi tudo, quais foram as consequências..
ResponderExcluirbjus.
Oi Giu! Sabe acredito que você deve ter sofrido muito, voce era muito novinha pra ter encarado um drama desse. Talvez por isso tenha marcas tão profundas, que fazem com que até hoje, mesmo estando casada e com uma família linda, ainda sim, esse relacionamento do passado acaba fazendo parte da sua vida. Não foi justo que voce tivesse que passar por isso, mas nem sempre a vida é justa. Assim como comigo também, eu pensava que não era justo. Mesmo não sendo tão novinha assim, afinal com 19 anos voce esta encerrando um relacionamento conturbado. Eu com 19 estava curtindo a vida adoidado (rsrsrs), sem problemas, sem dramas...
ResponderExcluirSó aos 23 conheci o que era namorar um adicto, mas como cada ser humano é único, mesmo as histórias sendo parecidas, as pessoas não são iguais... Essa história do meu amor, não entrou na minha vida por acaso, graças a ela, vou poder modificar muitas coisas erradas na minha vida, no meu ser, graças a esse fato vou me moldando como ser humano dia após dia. Graças a ela conheci uma nova filosofia de vida. E essa filosofia não permite derrota, mas tem que ter coragem e garra para vivê-la.
E assim vou vivendo, sendo feliz acima de qualquer coisa, desapegando e amando muito!
To curiosa pra saber como conheceu seu marido!!!
Beijos e bom restinho de domingo!
Gaby, você tem razão sim, sofri muito, mas, talvez nem tanto pela a idade, porque de fato antes disso tudo acontecer, eu sempre fui muito de sair, de curtir os amigos e por morar no interior, desde cedo passei a sair e a aproveitar, mas, eu sofri muito por gostar, por ver o meu ex como um ser humano que precisava de ajuda, eu não me conformava em vê-lo se afundando lentamente.
ResponderExcluirSabe, é óbvio que tudo o que passei, deixou marcas, porém, hoje e já faz algum tempo, que eu aprendi a viver sem remoer o passado, eu sou feliz com a família que construi, com minha filha e meu marido que amo demais, mas, eu decidi fazer dessa experiência algo que não me machucasse mais e por isso escrevi o livro e fiz o blog, porque sei que talvez a minha experiência e meus erros podem ajudar outtas pessoas e isso me faz bem.
Eu não me arrependo de nada do que fiz, por isso o nome do livro é Valeu a pena e assim como você, eu tb aprendi e mudei muito com essa experiência, mas, com uma diferença, eu só mudei depois de passar por ele e você está mudando durante ela, o que é muito melhor minha amiga!!!
Adorei a parte que fala que essa filosofia não permite derrotas...
Só por hoje seremos felizes!
Beijos e bom domingo pra você também!!!
É bom vê-la por aqui!
Devemos nos conscientizar de que a nossa missão é extrair o sofrimento e transmitir esperança e felicidade às pessoas. E você esta fazedo sua parte Giu!
ResponderExcluirCom certeza Valeu a Pena!
Giulli, confesso que fiquei na dúvida, porque, embora nunca tenha relatado, já namorei um adicto anteriormente, no ano de 2003. Antes dele eu estava com um rapaz que era uma anjo pra mim, mas, que não me despertava interesse. Ao conhecer meu ex-namorado (uma roubada!), fiquei perdidamente apaixonada.
ResponderExcluirDaí pergunto, qual é o medo do co-dependente ao sair de um relacionamento doente, e entrar em um novo: medo de sofrer denovo, ou medo de não sofrer? medo de não ser feliz, ou medo de ser feliz?
Sei lá, é muito complexo né?!
Beijos.
Muito complexo mesmo, e acho que é bem isto, medo de ser feliz ou de não ser? Ai, é tão bom quando percebo que mais pessoas me entendem, pensam e sabem o que é ser codependente, vocês me ajudam a ajudar!!!
ResponderExcluirBeijos!
Bah
ResponderExcluirO que a Poly escreveu "medo de sofrer denovo, ou medo de não sofrer? medo de não ser feliz, ou medo de ser feliz?" define realmente omedo do co-depentende.
Me lembro quantas e quantas vezes joguei na cara do meu ex que ele não era homem pois HOMEM iria preferir uma mulher do que a droga. afffff
Muitas facas eu atirei nele em forma de palavras.
Mas eu me perdoo pois estava doente.
Obrigada !!!
Após tentar "tirar" meu amor das drogas eu fui de certa forma obrigada a escolher entre a minha vida e a dele (ou entre eu e ele)... me doeu e ainda dói até hoje, mesmo a gente tendo se separado quando ele estava limpo. Enquanto ele estava internado pela "enésima" vez, eu entrei em recuperação da minha codependencia e comecei a refletir sobre o quê poderíamos construir juntos, afinal? Por anos e anos eu vi ele sendo internado, entrando em recuperação e novamente voltando às drogas, num ciclo sem fim de autodestruição e reconstrução. Era sempre assim: ele entrava em recuperação, refazia sua vida, conquistava coisas e depois... recaia e ia tudo por água abaixo, para a mão de um traficante qualquer ou vendido pelo preço de uma pedra pra qualquer um que ele encontrasse pelo caminho.
ResponderExcluirNós nunca chegamos de fato a morar juntos. Eu só me permitia sonhar, pois nunca pude confiar em alguém que pode recair a qualquer momento e acabar com tudo num piscar de olhos.
Assim como as meninas disseram ai em cima, o medo de me envolver com outra pessoa, tão cedo não vai me deixar... temo que, quando eu descobrir algo de ruim, já seja tarde demais e eu já esteja novamente envolvida até o pescoço outra vez.
Prefiro por enquanto direcionar meu olhar a outros objetivos e fugir de qualquer relacionamento por um bom tempo!
Abraços a todos,
Tandorí
O meu namorado é dependente, eu já não sei o que fazer com ele, porque to com ele mais por pena d que por amor, ja terminei varias vezes, mas ele sempre vai atras de mim, me implora p ficar, fala q eu vou levar ele pro buraco, agora que ele ta se levantando.... mas esse negocio desse vicio dele, já me cansou, sabe... as noites eu chegava do serviço, super cansada, ainda tinha que ir p caa dele, onde nem meu canto tinha, ai ao inves de descansar, ele ficava no mato usando essas coisas, e quando voltava.. voltava cheio de odio, querendo mais dinheiro, e sem eu não arranjasse p ele, ele queria me bater, até quando eu perdia a cabeça e peitava mesmo ele, ai ele me dava tapa na cara e tudo e a familia dele vendo tudo isso...não deixava eu ir embora de lá...um inferno..até que um dia aconteceu isso...só que ele fez no meu serviço, me pedindo dinheiro, queria até me bater... mas ele não ve que por caua dele, hoje eu tenho 5000 de divida, que ele nem ta ai p me ajudar a pagar.!! ai dessa vez, minha sorte q ninguem contou nada, e eu fui embora p minha casa, e eu t morando na minha casa agora...mas já terminei de novo..e ele nao aceita...entao volto, porque fico pensando, poxa, pode acontecer algo de ruim com ele ou ele voltar....ai fico nessa, quase perdendo um bom emprego, pq ele nao para de vim aqui...me atrapalahar, vive querendo dinheiro, pq ate a bicicleta quem paga o conserto sou eu, nao trabalha e nem procura emprego...nao faz nada da vida, e qdo me ve ainda briga comigo e nao acredita em mim...mas eu ja cansei disso
ResponderExcluirOlá, nossa, fiquei impressionada com o seu comentário!
ExcluirO que você está fazendo com você mesma? A doença do seu namorado não pode jamis servir de desculpa para que você se permita passar por essa situação, o fato dele estar doente, ser dependente químico, não significa que você tem que carregar a cruz dele, você não tem que salvar o mundo e nem salvar ele do mundo, ele é que tem que buscar ser salvo e para isso, não pode ter você como muletas dele.
Olha, isso é sério, tenha uma conversa franca com você mesma e escute o seu coração, se você nao o ama mais, tente ajuda-lo de outra maneira, sem que permita que ele lhe maltrate por causa da droga, acredite em mim, se ele quiser usar, se afundar, ele vai fazer com você ajudando ele ou nao, a diferença é que ele talvez vai usar a sua decisão como desculpa, mas, lembre-se é apenas desculpa para usar, os motivos reais são outros, a imensa e descontrolavel vontade de usar e a falta de busca de ajuda...
Fique a vontade para escrever sempre que quiser, estou aqui...
Fica bem
Estou em um relacionamento, em que a mulher age exatamente igual a você agiu.
ResponderExcluirGosto muito dela, e tenho esperança que ela mude um pouco (dificilmente uma pessoa muda totalmente).
Eu terminei um casamento nesta situação, e acabei me envolvendo de novo com outra pessoa adicta, no começo eu não sabia, mas quando tive todas as suspeitas possível, deixei me enganar que ele podia mudar... de novo
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