Como puderam constatar no post anterior, eu contei para vocês sobre o meu primeiro relacionamento com um rapaz após decidir seguir em frente com a minha vida, ou seja, sem o meu ex, dependente químico, e nele, vocês leram sobre a minha sábia filosofia e como ela me conduziu exatamente para aquilo o que eu mais temia: a frustração.
Depois dessa experiência, eu que já estava "marcada" pela a minha codependência, me tornei mais fechada ainda e deixei que as sequelas dela aflorassem com força total.
Como já citei, eu caí em uma fossa, me afundando em minhas próprias lágrimas e o pior, eu não sabia se estava triste por ter perdido o meu mais novo namorado, fato que eu mesma cometi vários erros devido a minha codependência que inevitavelmente me levaram à esse fim, ou se eu estava triste por que eu havia sido trocada mais uma vez.
Pois é, percebam que eu ainda não tinha aprendido a lição, ainda estava com o sentimento de troca dentro de mim, primeiro pelas drogas pelo meu namorado de dois anos e depois por outra garota pelo meu mais novo ex-namorado. Eu estava vivenciando uma espécie de "Modus Operandi", onde os fatos se repetiam, seguindo os mesmos padrões de pensamentos.
Eu trabalhava em uma agência de emprego quando isso aconteceu e uma das pessoas que me consolou e me forçou a sair da fossa (afinal, a minha fossa era na verdade todo o choro reprimido desde quando eu havia perdido a habilidade de chorar diante o sofrimento da jornada com meu ex dependente químico) foi quem hoje é o meu marido. Na época, trabalhávamos juntos e ele tentou de várias formas me fazer sair do buraco que eu mesma havia cavado.
Com o tempo, a nossa amizade foi crescendo até que alguns meses depois da minha última frustração, começamos a namorar, eu havia encontrado alguém que me trazia conforto, alguém que brigava comigo quando eu pronunciava a palavra trocada, alguém que me dava atenção e me paparicava.
Eu sempre tive muito mais amigos homens do que mulheres, desde pequena, mas, quando digo aqui amigos, eu falo de amizades verdadeiras, sem segundas intenções e eu sempre fui muito paparicada por todos meus amigos, sempre tive atenção e carinho de todos, por isso, quando iniciei a minha jornada com meu ex e fatalmente me afastei um pouco de todos, eu dei início sem saber à um sentimento que eu não conhecia até então, a carência e esse sentimento aumentou quando me senti "
O que parecia ser a solução dos meus problemas, se tornou com o tempo algo que me fez perceber o quão adoecida de fato eu ainda estava.
O meu marido fuma, quando eu o conheci, ele já fumava, porém, após algum tempo de namoro, eu queria fazê-lo parar de fumar, e o pior, eu queria que ele parasse de fumar por mim!
É isso mesmo, por mim, ou seja, eu estava repetindo o mesmo erro, eu não havia conseguido fazer o meu ex parar de usar drogas por mim e transferi essa necessidade para o meu marido.
Nós, codependentes sabemos o quanto podemos ser manipuladoras, chatas, e até mesmo birrentas, quando queremos algo, afinal, aprendemos a fazer isso em nossos relacionamentos com o dependente, que são mestres em manipulações. Era exatamente o que eu fazia, eu tentava de todas as formas fazê-lo perceber que o fato dele fumar me incomodava e eu me frustrava por ele não parar.
Sabem o que é pior? Não era o cigarro em si, não era uma questão de ética, do tipo não suporto cigarros ou uma questão de saúde do tipo a fumaça ou o cheiro do cigarro me faz mal, era uma questão pura e simplesmente pessoal, eu apenas queria que ele parasse por mim e mais nada!
Fazem mais de sete anos que estamos juntos e ele continua fumando, hoje, quando lembro disso, penso "Meu Deus, como eu gastei tempo e energia com isso!" e de fato gastei mesmo e também desgastei o meu marido, que teve uma paciência de jó para aguentar as minhas insanidades...
Foi com ele que pude perceber o quão doente eu ainda era, ele é muito centrado, correto e não cedia às minhas manipulações (coisa que nós codependentes sempre acabamos fazendo com os nossos dependentes) e foi assim que pude encontrar a minha recuperação.
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