quarta-feira, 15 de junho de 2011

É assim que ELA é


...Levantei a toalha rapidamente e ouvi o barulho, era uma latinha de
refrigerante, com um buraco grande na lateral e dentro pude ver algo
branco. Era a prova física do que eu já suspeitava. (Pág. 30)
... Por alguns segundos, fiquei parada, olhando para a latinha, como
se estivesse com medo dela, como se aquele objeto inanimado pudesse
me fazer algum mal. 


Foi a primeira vez que nos vimos, quem acompanha o blog, já leu algo sobre esse fato no post Ela estava ali, mas hoje falarei desse episódio, do dia em que a conheci.
Fazia pouco tempo que eu havia descoberto que ele estava usando drogas, mas, eu não sabia ao certo diferenciar uma droga da outra, fisicamente falando, nem diferenciar seus efeitos eu não era capaz, saber qual eram as consequências causadas por elas, eu não sabia.

Tão logo eu descobri, as promessas de que ele iria parar começaram, eu na minha ingenuidade não sabia que parar era algo tão difícil, ainda mais se tratando de CRACK, uma droga que eu desconhecia totalmente os seus poderes.

Era domingo de Natal, eu já havia sofrido o suficiente na noite anterior, quando ele desapareceu para consumir sua droga, me deixando a espera dele, para passarmos o Natal juntos. Após lágrimas,promessas e uma noite mal dormida, tudo parecia estar normal na manhã seguinte. É claro, eu não entendia da gravidade do assunto para desconfiar que aquilo era só o começo.

Estávamos na casa dele, aparentemente, tudo parecia estar bem, ele resolveu ir tomar banho para depois sairmos e então esse banho passou a ser longo demais, fazendo com que eu me incomodasse e fosse até a porta do banheiro chamá-lo.

Naquele momento, eu soube que algo estava errado, as batidas na porta do banheiro chegaram a deixar minhas mãos dormentes, eu isnsiti até que ele a abriu e eu entrei, e foi assim que a conheci.

Ela estava escondida, uma toalha estava sobre ela, algo me disse que aquela toalha não devia estar lá e então nos conhecemos, uma latinha de refrigerante, coca-cola para ser específica, um buraco com bordas queimadas em volta e dentro dela uma pedra branca.

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2 comentários:

  1. Oi, eu li este post e me lembrei claramente de quando eu também vi o crack pela primeira vez.
    Ele saiu para se drogar e me trancou em casa com medo de eu deixa-lo, então mais tarde quando ele voltou eu estava desesperada por ele ter me trancado em casa, então ele disse que não iria me deixar sozinha, pegou a lata, tirou a pedra do bolso e começou a fumar em minha frente; eu fiquei paralisada, pois nunca pensei que presenciaria tal cena, mas jamais poderei esquecer do dia em que conheci minha pior inimiga: O crack!

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  2. Nossa Mariana, estou impressionada, imagino o que você sentiu nesse dia... Não tem como exemplificar tal dor, eu sei.
    No dia que eu conheci ela, após ter passado o momento de desespero, eu cheguei a sentar no chão do banheiro da casa dele segurar a latinha e pedir pra ele me ensinar a usar aquilo, e naquele momento, ele sentou-se do meu lado, me abraçou e choramos juntos...
    Daí em diante, foram mais promessas.
    Obrigada por partilhar com o blog, obrigada por comentar.
    O importante é que ele está em tratamento, vocês vão conseguir, tenha fé.
    Estamos juntas!
    Beijo

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