sexta-feira, 3 de junho de 2011

Só por hoje, não vou sentir culpa

Só por hoje não vou sentir culpa, 
não vou sentir culpa de ser quem eu sou, 
não vou sentir culpa pelos meus atos, 
não vou sentir culpa por mim, 
nem por ninguém, 
só por hoje, 
não vou me desculpar.
(Camila Ortiz)

 Hoje eu acordei um pouco nostálgica, acordei com um sentimento dentro de mim que há tempos venho tentando contornar. O sentimento de CULPA. Talvez esse sentimento tenha aflorado novamente devido ao post de ontem (Aonde quer que você fosse), com ele, eu relembrei de alguns fatos que fizeram vir à tona esse sentimento.

Para quem já leu o livro, sabe do que estou falando, nele a minha codependência é bem exemplificada e demonstrada, para quem não leu, vai então o meu desabafo.

Era um relacionamento normal, como qualquer outro, a não ser pela imensa afinidade que tínhamos um com o outro, que parecia ser fora do normal, elogiada e vista por todos, chegavam a dizer que parecíamos irmãos e de fato, tínhamos mesmo algumas semelhanças físicas, mas, não era isso que tornava para mim, o nosso relacionamento especial, era a sinceridade que havia entre nós.

Logo no começo do nosso namoro, ele fez questão de me falar sobre o seu passado, sobre a sua dependência química, ele teve a coragem de se expor de uma maneira que muitos não teriam, ele me contou coisas que fez durante a sua adicção das quais ninguém gostaria de ouvir e no fundo eu sei que ele teve a coragem de contar porque desde as primeiras palavras ditas, eu demonstrei compreensão e cumplicidade e foi por isso que ele continuou e terminou a sua história de vida.

Nosso relacionamento foi construído à base de sinceridade, ele nunca teve medo de demonstrar suas fraquezas para mim, eu havia me tornado o pilar dele e assumi essa responsabilidade.

Quando ele recaiu, eu estava ali, ao lado dele e ali permaneci por muito tempo, mas não pelo tempo suficiente, porque com a queda dele, eu, que era o pilar dele não suportei o peso por muito tempo, não o suficiente para que ele pudesse se reerguer novamente.

Essa culpa, que sinto hoje, não tem nada a ver com amor entre duas pessoas do sexo oposto, porque graças a Deus, hoje eu tenho um relacionamento saudável, tenho uma família, essa culpa trata-se de algo superior, é um sentimento entre um ser humano e outro, às vezes eu sinto que falhei com ele, um ser humano que precisava de ajuda. Quando esse sentimento tenta me dominar, eu peço a Deus que "ele" um dia me perdoe e que entenda os meus motivos.

Pois é, eu escrevi um livro com a intenção de mostrar ao mundo como é a vida de uma codependente, os erros e acertos de uma codependente e hoje, escrevo um post que exemplifica bem o que essa doença causa. Mesmo anos depois do acontecido, há coisas que Eu, na condição de codependente não sou capaz de esquecer.

Um comentário:

  1. Eu to sentindo essa culpa AGORA e de uma forma tão intensa que tenho medo de fraquejar e acabar voltando pra ele!
    Ele é um ser humano que precisa de ajuda, mas não tenho certeza se ele quer ser ajudado!
    Sinto essa imensa culpa, mas tenho muito medo de viver tudo aquilo de novo!

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