quinta-feira, 29 de dezembro de 2011



Boa noite pessoal!!!

Não sei se vou conseguir postar antes do ano novo, então vou começar hoje...

Bom, esse ano foi sem dúvida um dos melhores dos meus últimos anos.

Tudo começou em 17 de fevereiro, quando dei como presente para a minha mãe um livro, mas, não um simples livro, um livro escrito por mim em homenagem e agradecimento à ela, por tudo o que ela passou ao meu lado durante a adicção do meu então namorado. Logo em seguida o blog nasceu e pouco tempo depois, eu estava começando a vivenciar uma experiência maravilhosa, eu iniciei de fato a jornada da minha recuperação, eu iniciei uma linda história de amizade, com vocês!!!

Foram cerca de nove meses, nove meses onde aprendi muito, chorei muito, e me emocionei muito.

Eu preciso dizer que sou eternamente grata por cada um de vocês terem entrado na minha vida, mesmo que virtualmente a minha recuperação devo à vocês...

Tenho algumas novidades para o ano que vem e logo compartilharei com vocês, hoje, quero apenas desejar o melhor para vocês, desejar muita luz em seus caminhos e dizer que na virada, enquanto eu estiver fazendo meus agradecimentos e meus pedidos, todos vocês estarão em meu pensamento, de verdade, pedirei por nós, nessa jornada contra as drogas...

Estamos juntas, estamos juntos...

Amo vocês. Feliz 2012.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Resista

Sei que já postei aqui, mas, acho válido postar novamente, dessa vez, em especial para alguém especial, para a Carol do blog http://meuestranhomundoinsano.blogspot.com/.

Estamos juntas, saiba que não está sozinha, a sua dor agora é nossa dor e logo se transformará em alegria. Acredite.


Resista um pouco mais, mesmo que a sua coragem esteja cochilando.
Resista mais um minuto e será fácil resistir aos demais.
Resista mais um instante, mesmo que a derrota seja um imã, mesmo que a desilusão caminhe em sua direção.
Resista mais um pouco, mesmo que os invejosos digam para você parar.
Mesmo que a sua esperança esteja no fim.
Resista mais um momento, mesmo que você ainda não possa avistar ainda a linha de chegada, mesmo que as inseguranças brinquem de roda à sua volta.
Resista um pouco mais, mesmo que a sua vida esteja sendo pesada como a consciência dos insensatos e você se sinta indefeso como um pássaro de asas quebradas.
Resista porque o último instante da madrugada é sempre aquele que puxa a manhã pelo braço e essa manhã bonita e ensolarada sem algemas nascerá para você em breve, desde que você Resista!
Resista porque estou sentada na arquibancada, torcendo ansiosa para que você vença e receba do Universo o que você merece. A FELICIDADE!!!


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Notícias do Matheus!!!

Olá pessoas!!!

Quem acompanha meu blog há alguns meses, sabe da história do Matheus, sabe o quanto essa história mexeu comigo, para quem não conhece, aqui vai algumas postagens:

http://livrovaleuapena.blogspot.com/2011/07/diario-de-um-usuario-de-crack.html

http://livrovaleuapena.blogspot.com/2011/07/olhando-pelo-retrovisor.html

http://livrovaleuapena.blogspot.com/2011/07/nao-criar-expectativas-para-nao-me.html

http://livrovaleuapena.blogspot.com/2011/08/blog-do-matheus-direito-de-internacao.html

Bom, como podem ver, fiz algumas postagens sobre essa história, e hoje venho postar novamente sobre ela.

Abri meu blog e nas atualizações dos blogues que sigo, vi que havia uma postagem no blogue dele, eu corri para ver, o mais engraçado é que ontem pensei nele, pensei se ele estaria bem, se estaria em recuperação e hoje o universo me mandou a resposta, através do Rafael, que também já falei sobre ele e seu blogue aqui, ele foi que "conseguiu" a internação para o Matheus e postou uma carta do Matheus lá no blogue.

Quem quiser conferir, segue o link: http://usuariocraque.wordpress.com/2011/12/26/feliz-natal/#comment-49

Resumindo, estou feliz por ele, feliz pela persistência dele, feliz por saber que ele não está mais nas ruas,  passando fome, frio, tomando chuva e consumindo aquilo que o consumia...

Estamos juntos Matheus!!!
E Juntos somos mais fortes!

Estou muito, muito feliz!

Espero um dia fazer um postagem igual, falando sobre a recuperação do meu ex, do anjo Gabriel.

Uma Semana iluminada para nós!


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Dia, Feliz Natal

Oi Pessoas... Saudades de vocês, todos vocês!

Isso não é promessa de ano novo, mas, ano que vem voltarei a postar com mais frequência, afinal, a minha recuperação só acontece de fato porque venho aqui desabafar com vocês e ouvir os conselhos de vocês.. Amo isso aqui, amo o retorno que tenho tido com o blogue e com o livro.

Bom, mas hoje, não vou falar de Co não, quero apenas agradecer à todos, nem vou citar os nomes porque a família de blogueiros cresceu bastante, mas, todos os que sigo, os que me seguem, os que acompanham minhas postagens, os que me escrevem e-mails, enfim, todos, quero desejar um Feliz Natal, não esquecendo que todos os dias podemos decidir sermos felizes e que todos os dias podemos desejar felicidades aos outros, portanto, FELIZ DIA para todos nós!!!


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Dia triste!



Entra ano e sai ano e toda vez que o Natal se aproxima, isso acontece, mesmo após anos, mesmo após ter conseguido me recuperar da minha codependência, ainda há algo que é mais forte do que a minha recuperação. São as lembranças que essa época me traz.

Hoje eu já não fujo mais dessas lembranças, hoje, elas não me assustam mais, mas, mesmo assim, é inevitável, elas se fazem presente em minha vida e sempre farão.

A realidade é que sempre achei a data do Natal um dia triste, nostálgico, desde pequena, não que eu não goste ou não curta a data, a magia que envolve a data, eu gosto sim, mas me sinto normalmente triste quando vai se aproximando do dia.

Foi no Natal de 2002, fazia menos de uma semana que eu o havia confrontado na meio da rua, perguntando se ele estava usando drogas, fazia menos de uma semana que eu aprendi que o SILÊNCIO também é resposta, porque foi esse silêncio que me fez ter a certeza de que meu então namorado estava trilhando uma estrada quase que sem volta.

Naquela noite, ele iria passar o Natal na minha casa, eu estava ansiosa esperando pela a sua chegada, eu já estava começando a sentir a dor de estar ao lado de um dependente químico, a dor de ver os ponteiros do relógio se arrastarem lentamente e praticamente não saírem do lugar, a dor de não saber se a tão esperada hora iria chegar de fato.

Chovia bastante, e aquela chuva tornou tudo mais triste e doloroso, lentamente as horas se arrastaram, minhas mãos, que já estavam cansadas de tanto discar no telefone o número do celular dele, já estavam tremendo de tanto pavor também.

Na tv, o som do Feliz Natal ecoava em minha mente, me esforcei para desejar para a minha família um feliz Natal, enquanto buscava desculpas para justificar a ausência dele. Quando então o telefone tocou, meus olhos não conseguiram segurar as lágrimas, aquela foi a primeira vez de várias que senti medo ao ouvir o telefone tocar. Foram mais de cinco horas de agonia, de dor e angústia, de medo, pavor e desespero, eu quis xingá-lo, mas, apenas pedi que ele fosse para a minha casa, eu precisava vê-lo mesmo depois de ouvi-lo dizer que havia passado a noite em um beco, usando droga, tudo o que eu mais queria era acalmar o meu coração que sangrava de tanta dor.

Esperei por ele... E ele chegou...

"Entramos em casa, ele cumprimentou minha família, ficamos um pouco na sala, sentados no sofá, ele quase não pronunciou palavra alguma, pálido, quieto, não conseguia me olhar nos olhos, ou não queria, porque sabia que meus olhos estavam ardendo em fogo enquanto eu o estudava minuciosamente, depois do alívio de vê-lo bem, fui tomada por um sentimento obscuro, senti ódio dele, senti raiva, dele e de mim, queria desesperadamente entender o porquê, ele havia estragado a minha noite de Natal, a nossa noite de Natal e parecia não estar se importando com isso! Enquanto eu o fitava, busquei nele algum indício de que o Gabriel que eu havia conhecido ainda existia, por trás daquele outro que eu não sabia quem era.


- Onde você estava? - perguntei em voz baixa - Quero que me diga a verdade, só isso. Eu quero te ajudar.
- Jú... - ele estava relutante e tive que me controlar para não fazê-lo recuar com o meu desespero, eu precisava saber. - Eu não consegui, eu tentei, mas não consegui. Eu estava sentado, no meio do mato, em um
terreno baldio. Quando te liguei ainda estava lá, o efeito já havia passado, estava chovendo e eu não sabia o que fazer. Para ser sincero, não pretendia vir mesmo, estou envergonhado por decepcioná-la.

Minha garganta ficou seca, senti-la queimar, posso sentir novamente como se estivesse acontecendo agora nesse exato momento. A respiração dele estava ofegante, quase pude ver o movimento de seu coração bater enquanto ele falava, seus olhos estavam marejados de lágrimas e a única coisa que pude pensar é que ele ainda gostava de mim, pois havia pensado em mim logo depois que passou o efeito da droga. Essa foi à primeira vez, dentre várias em que me submeti a ser colocada em segundo plano, em que aceitei ficar atrás das drogas na lista das prioridades dele.

Nos abraçamos, choramos, começaram as promessas."



E desde então, por mais que eu queira não lembrar, todos os anos, nessa época eu revivo internamente essa data, mesmo não querendo "curtir" essa dor, tudo porque há feridas que não se fecham e não se curam jamais...



"...E eu me lembro de você assim, em dias de chuva, em dias de sol"

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Conte a sua história - Amiga dos Animais!



ANGÚSTIAS DE UMA CODEPENDENTE

A minha história começa em 1997, quando me apaixonei por um traficante e dependente químico, casado!
Mantive um longo relacionamento ilícito com ele, até que ele acabou sendo preso. Como ele era casado, nosso relacionamento acabou, pois a esposa era quem o visitava na cadeia.

Um ano e meio depois, ele ainda estava preso e acabei me envolvendo com outro dependente quimico, ex-traficante e ex-presidiário... havia cumprido uma pena de quase cinco anos! A única diferença era que esse não era casado. Eu já o conhecia desde a infância, mas passamos
muito tempo sem nos ver, pois ele se mudou com a mãe e o padrasto pra longe da minha casa e nossas vidas tomaram rumos diversos.

Quando nos reencontramos aos 26 anos de idade, ele já possuia as marcas indeléveis de uma longa temporada na prisão... na "escola do crime" e, como nossa sociedade é extremamente segregacionista e preconceituosa, ele não conseguia emprego algum!
Foi ai que o ócio e a mente perturbada de quem acabara de sair da prisão, mais os "amigos", o levaram a experimentar o crack. Foi então que o inferno dele começou!

Sem dinheiro para manter o, até então apenas uso, da droga, ele começou a traficar pequenas quantidades de drogas para se manter!
Além do mais, como dependente que já era, da maconha, ele "precisava" do dinheiro que um emprego (e uma vida) digno não lhe pôde dar!
Ocasionalmente, principalmente nos fins de semana, durante as noitadas ele usava também o álcool e a cocaína.
Até neste ponto, ele ainda estava com outra mulher, e como as teias do destino o trouxeram para morar do lado da minha casa outra vez,
eu sabia de tudo isso pela mãe dele, até então amiga de minha mãe, e através da minha prima, casada com um tio dele.
Quando ele acabou se separando de vez da outra namorada, com quem tem uma filha, eu decidi que queria ficar com ele...
Foi ai que o meu inferno começou!

Perdi a conta das noites mal dormidas... noites em claro, vagando pelas ruas da cidade, nas "bocas de pedra" e nas "biqueiras", como chamam.
Muitas vezes ele carregava os eletrodomésticos da casa da mãe, enquanto ela dormia...
Quantas vezes vi ele pegar os produtos da despensa, caixas de leite, sacos de arroz, macarrão, o próprio colchão onde dormia... e, junto comigo, na maioria das vezes, subindo e descendo o morro nas madrugadas geladas, em busca da droga maldita!
Em algumas ocasiões, chegou a praticar e tentar praticar pequenos furtos, e num desentendimento com um traficante uma certa noite, ficou
na mira de um revólver! Cheguei a interceder e fiquei entre ele e o traficante armado! Felizmente não aconteceu o pior...
Quando eu não estava junto, estava em casa morrendo de preocupação e desespero, que nunca se mostravam em vão, pois ele sempre se metia
em alguma confusão, principalmente quando se juntava com outros usuários, inclusive um primo dele...
Certa vez, ele e o primo, se meteram em uma briga de bar e os dois foram parar no hospital. O primo com um ferimento à faca no rosto, e ele com a cabeça atingida por um tijolo, sangrava...

Ele, assim como eu, gosta de animais. Entretanto a criação dele, ao contrário da minha é para fins comerciais... pois foi onde muito me doeu!!
Vi ele acabar com as criações muitas e muitas vezes... galinhas, franguinhos, filhotes de cães...
Um dia ele ameaçou arrancar o pescoço de uma garnizé na minha frente, se eu não desse dez reais (o preço de uma pedra de crack) pra ele.
Minha irmã acabou dando, vendo o desespero em que eu me encontrava e não tinha o dinheiro pra dar a ele...
Minha família sofreu e chorou lágrimas de sangue comigo... e ao ver o que eu sofria, dia após dia!!
Quantas madrugadas tirei meu pai da cama pra me buscar no meio de ruas desertas e sombrias!
E ele ia, junto com minha mãe... 

Estamos juntos há mais de 6 anos e ele chegou a ser internado, por causa do crack, umas 8 ou 9 vezes... nem lembro direito!
No início de nossa relação ele ainda amava a outra mulher, que o abandonou quando ele fora preso e voltou quando ele saiu...
Eu pensava que fazendo ele esquecer da outra e se apaixonando por mim, ele abandonaria as drogas! Ledo engano...

Ele é usuário de maconha desde os 14 anos.
Ao longo do tempo foi se tornando dependente de cocaina, "amesclado" e, depois que saiu da prisão, do crack propriamente dito! Hoje ele e eu temos 33 anos.
Eu não fazia idéia do martírio que viveria... Além das drogas, do temperamento irascível e genioso, ele chegou a me trair descaradamente com a outra, muitas vezes! Como antes éramos vizinhos de muro, ele não tinha como esconder as traições e nem se dava ao trabalho de irem
pra outro lugar... Ela o "usava" quando queria... e eu o perdoava... e ele me "tolerava"... Gostava da outra, mas não a queria mais por companheira, já que ela o maltratava muito emocionalmente, inclusive o traindo! Então, me "deixava" ficar do lado dele...
Com o coração sangrando, eu o perdoava, mas não esquecia!

Com o passar do tempo ele esqueceu a outra, se apaixonou por mim, mas estava cada vez mais e mais dependente do crack, que acabava usando junto com a maconha, a cocaina, o álcool e tranquilizantes.
Quando saíamos nos finais de semana, eu parecia um "estranho no ninho", pois eu não usava drogas, nem álcool e nem tinha assunto com os "amigos" dele que estavam junto.

Começaram as internações quando a mãe viu que ele estava acabando com tudo dentro de casa!
Eu mais vivia lá do que na minha própria casa...
Esta última internação durou apenas dois meses, já que a Prefeitura de nossa cidade "não pôde" pagar e nem eu, nem a mãe dele temos condições pra isso.
Depois que ele chegou ainda não o vi. Ainda não tive coragem de tentar viver novamente ao lado de uma "bomba-relógio", mas só Deus sabe o quanto tenho sofrido e chorado a saudade dele... Não sei o que fazer!!
Ele diz que está me esperando... e isso me destrói mais ainda por dentro!

Primeiro foram internações voluntárias, onde ele nunca conseguia ficar até o término dos tratamentos. Depois, a mãe começou a interná-lo involuntariamente (como das 3 últimas vezes), mas, sabe-se lá porquê, ela mesma interrompia o tratamento dele, tirando-o das
clínicas.
Juntando-se ai os obstáculos da Prefeitura... os tratamentos nunca deram em nada. Mas, uma vez, depois de 43 dias internado, ele chegou a ficar nove meses limpo e frequentando os Narcóticos Anônimos!
Chego a me perguntar por quê ele voltou à "ativa", já que conhece os 12 passos de N.A., sabe o que deve fazer e o que deve evitar para ficar limpo, mas não o fez... um dia ele me disse que uns "tirinhos" de vez em quando ele vai dar mesmo! Fiquei decepcionada e sem esperanças de que ele realmente queira a recuperação um dia!

É preciso que eu diga que ele foi criado por uma mãe solteira, abandonada ainda na gravidez, e que depois do nascimento dele, ela o deixava aos cuidados da avó, que por sua vez, vivia com outro filho traficante. A figura masculina que ele cresceu tendo por referência foi este tio traficante, que hoje se encontra desencarnado, por desavenças com outros traficantes. Quando ele já era um pouco mais velho a mãe se juntou com um homem e o levou para morar com eles... o padrasto e ele se adoravam, mas infelizmente o alcoolismo o levou cedo demais!

Quando mais crescido, já quase adolescente, a mãe arrumou um namorado e o colocava pra fora de casa pra namorar porque o tal namorado "não se sentia à vontade com ele em casa". Muitas vezes ele disse que a avó o encontrava dormindo na porta de casa. A mãe engravidou de
novo, e foi novamente abandonada! O irmão, que também cresceu sem a presença paterna e hoje está com 17 anos, está indo pelo mesmo caminho do irmão mais velho... mas ainda não é um dependente, visto que ainda consegue esconder o uso.

O que me atormenta nisso tudo é que estou por demais exausta e com minha estrutura emocional e mental completamente transtornadas... tenho a humildade e a vergonha de me assumir uma desequilibrada!
Fiquei dependente de calmantes e antidepressivos e não durmo mais sem remédios!
A ociosidade em que estou vivendo ainda contribui mais ainda para minha condição desesperada e desesperadora diante da minha situação!!
Minha única "janela para o mundo" é este computador e, só posso dizer que não estou uma completa inútil por causa do meu ativismo virtual pela causa animal.

Por outro lado, certos comportamentos e atitudes dele para comigo, até quando passa longos períodos "limpo", me confundem e me machucam.
Ele diz que me ama, mas só consegue ver defeitos em mim e me critica por tudo e por nada!
Me agride, sem nenhum motivo lógico, com palavras ferinas que ele sabe que vão me machucar... chegou certo dia a dizer que não me suportava!
Parece que ele só me aceita "incondicionalmente" quando está na ativa...
Mas, quando me afasto e me separo dele, ele diz que não vive sem mim!

Não consigo compreendê-lo!
Não consigo compreender a mim também...
Ao mesmo tempo, por mais que eu sofra ao lado dele, sempre acabo voltando pra ele. A codependencia "roubou" minha vida própria. Passei
anos vivendo a vida dele e só agora comecei a tentar entender essa doenças e tentar me modificar, mas parece que me esqueci como é que se vive a própria vida. Mas, quanto mais eu reflito, mais duvidas eu tenho sobre se devo voltar pra ele ou não...

Nosso amor mais parece um vício, uma codependencia mutua... um "precisar" do outro!
Sinto muita culpa por pensar que ele pode estar sofrendo por minha ausência... Sinto pena, por toda a história de vida dele... mas também penso que preciso me preocupar mais comigo.
A única coisa que tem me confortado são os meus livros e os meus animais...
Não sei o que fazer da minha vida... "com" a minha vida...
Só consigo vislumbrar uma noite terrivelmente escura à minha frente!

Grito por socorro, mas só ouço o mais atordoante silêncio...

domingo, 4 de dezembro de 2011

Feridas, dor, liberdade!


A dor chega sorrateiramente, de mansinho, como uma leve brisa.
Com o passar do tempo, ela vai aumentando e então essa brisa se torna uma rajada de vento, e com um pouco mais de tempo, uma tempestade.

E então, você percebe que a dor existe porque há em você uma ferida aberta, uma ferida exposta, uma ferida que já deveria ter cicatrizado, mas, não cicatrizou... E talvez, nunca cicatrize.

A grande verdade é que quem um dia esteve ao lado de um dependente químico, raramente conseguirá seguir sua vida em frente sem se lembrar de tudo o que passou, porque estar ao lado de um dependente químico é uma mistura de sentimentos tão intenso que ultrapassam as barreiras do nosso entendimento.

Você sente dor quando o vê lutando desesperadamente contra seu vício, sente amor a cada dia que ele consegue ficar sem a droga, sente ódio a cada recaída, sente raiva a cada nova promessa de que vai parar, sente pena a cada lágrima derramada, sente culpa quando decide não sentir mais nada disso.

Eu carrego e carregarei comigo pelo resto da minha vida as lembranças dos anos vividos ao lado do "Anjo" que se tornou um dependente químico, ele não é um dependente químico, ele está um dependente químico, ser e estar são condições diferentes e eu espero que ele deixe de estar logo e volte a ser quem ele era.

Acredito que eu tomei a decisão de deixá-lo seguir seu próprio caminho, sem mim, na hora certa, no momento em que as lembranças boas ainda eram maiores do que as lembranças más, isso me reconforta, porque não sinto raiva, não sinto desamor, não sinto ódio por tudo oque passei.

Eu o libertei para encontrar sua própria recuperação antes de que nossas lembranças se tornassem apenas borrões em uma lousa velha, antes que a maldita pedra branca fosse capaz de apagar tudo o que de bom tivemos. Eu o libertei, ele me libertou e espero que ele encontre as suas asas de volta e volte a voar como um anjo de pele vibrante como a neve e olhos vibrantes, como quando eu o conheci.

"Tentamos ser Suficientes para os outros e acabamos sendo Insuficientes para nós mesmos..." Isso é ser codependente.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Aprendendo a ser quem sou!

"Você tem o direito de pensar o que quiser de mim, não vou forçá-lo a me conhecer, não tenho o propósito de mudar os conceitos de ninguém, mas, também não vou esconder meus momentos de insanidades, minhas alternâncias de humor, minhas lágrimas, meus momentos infantis e minhas risadas que duram até que me falte o fôlego. Eu sou o que sou e quem eu sou por livre e espontânea vontade, sou propositalmente complicada e perfeitinha, não posso mudar a minha essência, não vou me moldar aos seus gostos, não vou me politizar para agradar a sociedade e tão pouco fingir ser quem não sou"






terça-feira, 29 de novembro de 2011

Vamos mudar só por hoje!

Só quem está disposto a perder tem o direito de ganhar. Só o maduro é capaz da renúncia. E só quem renuncia é capaz de provar o gosto da verdade. Seja ela qual for.

O que está sempre por trás dos nossos dramas, desencontros e trambolhões existenciais é a representação simbólica ou alegórica do impulso do ser humano para o amadurecimento. A forma de amadurecer é viver. Viver é seguir impulsos até perceber, sentir, saber ou intuir a tendência de equilíbrio que está na raiz deles (impulsos).

A pessoa é impelida para a aventura ou peripécia, como forma de se machucar para aprender, de cair para saber levantar-se e aprender a andar. É um determinismo biológico: para amadurecer há que viver (sofrer) as machucadelas da aventura e da peripécia existencial.

Nada mais verdadeiro e simples do que isso, sofrer faz parte do aprendizado, só não percebe isso quem após ter passado por uma situação de sofrimento, não foi capaz de olhar para trás e perceber que tinha alguma lição para tirar daquilo.

Nem sempre entendemos os desígnios de Deus, nem sempre entendemos a vontade do nosso Poder Superior, nem sempre compreendemos de imediato que algo melhor está por vir. Uma nuvem de chuva não fica por muito tempo no mesmo lugar, basta acreditar nisso, basta saber que o Sol está lá, atrás dela, esperando ela caminhar para aparecer novamente e inundar nossas vidas com sua luz brilhante e seu calor que acolhe.

Acredite que você sempre terá escolhas a fazer, às vezes só enxergamos somente uma, normalmente aquela que não nos agrada, mas tudo porque estamos tão focados em nossos problemas que não percebemos que há outra opção além daquela que vemos.

Mude de foco,  mude de pensamento... Mude, mude o que for necessário para que você possa perceber as mudanças em sua vida.

Se você continuar fazendo as mesmas coisas, continuará obtendo os mesmos resultados...

Só Por Hoje, vamos mudar algo em nossas vidas!!!






sábado, 26 de novembro de 2011

O Primeiro instante!


E então, a sua única opção é encarar a realidade.

É algo tão surreal e inconcebível, acreditar que a pessoa em que você confia, a pessoa que está ao seu lado, ou a pessoa que saiu do seu ventre, a pessoa que você amamentou, que você jogou bola com ela ou a balançou em um balanço em um domingo ensolarado no parque, hoje está muito distante de ser quem você pensa que é.

É cruel acreditar que a pessoa para quem você disse sim na igreja ou a pessoa para quem você sonhou em um dia dizer sim, se tornou alguém completamente diferente do que você acreditaria que seria.

É sim, é cruel, é surreal, é dolorido e assustador o momento quando descobrimos que Essa pessoa, seja ela quem for, namorado, filho, parente ou amigo, se cala ao ser confrontado de frente, ao ser questionado se está usando drogas. O silêncio já diz tudo, e nesse caso, diz tudo o que não queremos ouvir, nesse caso o silêncio verbaliza a dor em sua forma mais intensa e aguda.

E então, você faz da negação dele, a sua negação, você faz das desculpas dele, a sua desculpa para não acreditar, você faz do silêncio dele o motivo para não tocar mais no assunto, você faz dos motivos dele a sua justificativa para consigo mesma.

E então, o grande momento chega, o momento em que você precisa escolher em qual lado ficar, encarar de frente ou se esconder. Para ambos, requer coragem, porque mesmo quem decide se esconder, precisa sim ser muito corajoso, pois sabe que mesmo se escondendo, o fantasma das drogas ainda continuará lá, mas, se decidir encarar de frente, também sabe que o mesmo fantasma não se intimidará e isso é assustador.

Olhos marejados de lágrimas... Em pucos instantes, um filme é passado em sua mente e pouco tempo depois, você já está procurando culpados para aquela tragédia épica.

E seu eu te disser que não há culpados? Se eu te disser que pouco importa se você descobrir durante a exibição desse filme de quem é a culpa de fato? Porque é verdade, pouco importa, nada vai mudar. O que fazer então? AJUDA, procurar ajuda é o mais prudente a fazer e não ajuda para ele, porque no exato momento quem essa cruel realidade lhe foi apresentada, provavelmente ele (a) ainda não vai estar pronto para ser ajudado. Você precisa procurar ajuda para você, porque quanto antes você se ajudar, quanto antes você buscar entender não o por quê de ter acontecido e sim como agir deste momento em diante, mais chances você terá de quando ele estiver verdadeiramente pronto para ser ajudado, em ajudá-lo.

Apenas, perceba que sem AJUDA, seja ela qual for, de um especialista, de um grupo de apoio, dos familiares... A recuperação não acontecerá, de forma alguma e você Adoecerá se não fizer isso por você também...

domingo, 20 de novembro de 2011

Anjos sem asas

Eu hoje recebi um e-mail de uma leitora do meu livro, ela me contou um pouco sobre a sua história, mãe solteira, dona de ma loja de roupas no interior de São Paulo, vive o drama da dependência química com seu filho de 18 anos, ela o define como uma rapaz bonito, dos olhos azuis, de personalidade forte, quase rebelde, dono de um coração bondoso e viciado em cocaína.

Ela me contou um pouco sobre a trajetória do seu filho, que hoje encontra-se em recuperação há pouco mais que 6 meses, ela me disse que resolveu ler meu livro porque ficou curiosa ao ler em meu blog que eu hoje não tenho mais laço nenhum com o meu ex D.Q. e que mesmo assim eu ainda me "envolvo na causa", que ela baixou o primeiro capítulo e desde então, passou os dias ansiosa até a chegada do livro, eu fiquei muito feliz com a receptividade dela para com meu filhote, meu livro, mas, de tudo o que ela escreveu, o que me motivou a escrever essa postagem foi o comentário que ela fez em relação a eu me referir ao meu ex, em meu livro, logo no início, como se ele fosse um anjo.

Mariana, eu quis desde o começo do livro plantar na cabeça e no coração de quem o lê que eu conheci um anjo por dois motivos, primeiro que para mim, ele foi e sempre será um anjo sim, em sua essência, seu coração e segundo porque quero que pelo menos quem ler o meu livro, o leia com a mente aberta, sem preconceitos ou rótulos de que o dependente químico está relacionado com algo ruim, quero mostrar que antes de se tornar um D.Q, o meu ex e tantos outros adictos eram dignos do título de anjos, pois eram de fato um.

Eu conheci um anjo sim, um anjo belo, com olhos tristes, perdidos, pela pálida, coração generoso e também dependente químico.

Mariana, tem gente que não precisa ter asas para serem Anjos!!!

Eu acredito quando você me diz que seu filho é um anjo, mesmo sendo um D.Q.

Obrigada pelo e-mail lindo, pela confiança em me contar sua história e em meu livro.

Boa noite à todos...


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Você é Viciado em Sofrer?


Olá pessoal,
Recebi essa reportagem por e-mail de uma amiga e mais que depressa vim compartilhar com vocês...

“Psicólogo alerta para a co-dependência, o mal das pessoas que só sabem viver relacionamentos doentios”
Entrevista do psicólogo Vicente Parizi concedida a Paula Mageste, da Revista Época.
“ÉPOCA - O que é um co-dependente?
Vicente Parizi - É a pessoa que desenvolve relações baseadas em problemas. São relações pouco saudáveis, em todas as esferas. O foco está sempre no outro e o vínculo não é o amor ou a amizade, mas a doença, o poder, o controle. No fundo, o co-dependente acredita que pode mudar os outros e seus relacionamentos são criados não com a perspectiva de respeitar as pessoas, mas de ensinar o que acredita ser melhor para elas. O co-dependente é motivado pelo desejo de transformar o outro – e mandar nele.”
“ÉPOCA - Pode dar um exemplo?
Parizi - Um caso clássico é o da mulher que casa com um alcoólatra, segura de que pode ajudá-lo a parar de beber. Só que ele só vai parar se ele próprio quiser. Essa mulher entra nesse casamento porque provavelmente tem um histórico que a torna dependente da ‘adrenalina’ que experimenta na relação. Ela melhora sua auto-estima sentindo-se necessária para o marido. Ele, por sua vez, nunca vai se livrar do vício enquanto se escorar nela. O vínculo desse casal não é o amor, mas a doença que eles têm em comum. Há toda uma dinâmica em torno do vício.”
“ÉPOCA - E como a co-dependência se manifesta quando não está associada ao vício?
Parizi - Em relações neuróticas de qualquer natureza: entre pais e filhos, marido e mulher, namorados, chefe e subalterno, entre amigos, até mesmo entre um terapeuta e seu paciente. Aquele amigo que todo mundo gosta de consultar quando tem um problema pode ser um co-dependente. Ele adora dar conselhos e sempre começa com a clássica frase ‘Se eu fosse você…’. Esse conselho não é bom. Ele não é você e o que é bom para ele provavelmente não será bom para você. Ele não está respeitando a sua personalidade nessa conversa, está tentando fazer você agir como ele, transformá-lo. Enfim, são relações de poder que descambam para o controle. O co-dependente joga o foco na outra pessoa, faz muito por ela e pouco por si. Não porque seja altruísta, mas porque se acha onipotente. Controlando a vida de outra pessoa, ele acredita que a dele estará sob controle também. O codependente tem muito medo de ficar sozinho, por isso faz tudo para garantir afeto e se sentir indispensável – até mesmo alimentar a fraqueza alheia.”
“ÉPOCA - Quem é a vítima nesse tipo de história?
Parizi - Existe uma alternância de papéis, um se alimenta do outro, mas o co-dependente sofre desesperadamente. Ele se mede pelo sentimento do outro em relação a ele, como uma criança faz com seus pais. A pessoa se sente incompleta sem o outro, busca no outro o que lhe falta. Há expressões típicas usadas pelos co-dependentes: ‘Fulano é minha cara-metade’, ‘Fulana é minha alma gêmea’ ou ‘o ar que eu respiro’.
“ÉPOCA - E como essa síndrome se desenvolve?
Parizi - O co-dependente vem de uma família disfuncional e sofreu algum tipo de abuso na infância: mensagens controversas emitidas pelos pais, abuso físico e assim por diante. Essas mensagens controversas são aparentemente inocentes, mas fazem grande estrago. São coisas do tipo ‘estou batendo em você porque o amo’. Dá um nó na cabeça da criança, e ela inconscientemente associa o amor à violência física. A co-dependência também se apresenta em adultos que, quando jovens, presenciaram situações de conflito entre familiares ou eram usados por um dos pais para obter coisas junto ao outro.”
“ÉPOCA - Como identificar um co-dependente?
Parizi - É alguém controlador, exigente consigo mesmo e com os outros, com baixa auto-estima, minucioso, rígido, com dificuldade de perdoar e compreender, muito crítico mas refratário a críticas.”
“ÉPOCA - Como é feito o tratamento?
Parizi - Psicoterapia, em consultório, e também no grupo Co-dependentes Anônimos. No consultório, tenta-se resgatar a criança que foi ferida na família disfuncional. No grupo, lida-se com a culpa e a vergonha. O co-dependente não é criticado. Ao contrário, vê que há várias pessoas como ele. Assim, não se sente isolado e consegue melhorar sua auto-estima.”
“ÉPOCA - Há cura?
Parizi - Sim, porque é uma síndrome emocional, diferente do vício em drogas, em que geralmente há uma dependência física. No entanto, as pessoas só admitem a doença quando a vida fica inadministrável.”
Fonte: Revista Época

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ainda dói!


Boa noite meus amigos e amigas!

Fim de feriado, 4 dias sem trabalhar de vez em quando é bom não é mesmo?

Aproveitei bastante, mas, pouco fiquei na internet, desculpem-me pela ausência, logo voltarei ao normal aqui com o blog, vocês não imaginam quanto isso aqui me faz bem...

Eu não ia escrever hoje, estava passando roupa e bem cansada, mas, entrei um pouco na net e vi um comentário aqui no blog de uma escritora que está lançando um livro e o seu comentário me chamou a atenção pois ela disse que o livro teria muito a ver com o meu. Enfim, entrei no blog dela e comecei a ler o primeiro capítulo, foram lágrimas e mais lágrimas, há algumas semelhanças com o começo da história do livro dela e com o que vivi, a dor que ela representa nas palavras, é tão intensa quanto a dor que senti e isso me fez ter a certeza de que essa dor, ela não passa, ela apenas ameniza...

Mais de oito anos se a passaram e se algo me faz lembrar aquela época, é inevitável não revivê-la. Às vezes, é algo tão forte que o choro me vem à garganta e eu tenho que "engoli-lo", e por mais que todos digam à mim que coisas boas e otimistas a respeito de tudo o que vi e vivi, eu ainda tenho esse certo sentimento dentro de mim.

Dói, dói sim e não é pouco, dói porque me lembro de detalhes, pouco a pouco, dia após dia, minha memória vai trazendo à tona alguns acontecimentos que eu havia feito questão de esquecer e isso dói, aperta, espreme, engasga, tudo porque sou humana, tudo porque eu não sei fingir que não aconteceu. Não é reviver o passado, de forma alguma, é apenas não conseguir esquecer, é não conseguir tirar esse sentimento de frustração e de dor de dentro de mim, afinal, é da vida de um ser humano que estou falando, é da vida de alguém que foi importante para mim, para o que sou hoje.

Acho que isso faz parte da recuperação, da minha constante recuperação. Me dói porque até hoje ele ainda está nesse mundo das drogas e por mais espiritualizada que eu seja, por mais que eu saiba que ninguém pode percorrer por ele o caminho dele, eu ainda sim gostaria de, ou melhor, ainda sim quero vê-lo livre das drogas, mas, quanto mais eu pesquiso, quanto mais eu leio, mais frustrada eu fico, porque tenho que ser realista, as chances são pequenas e isso me consome, me corrói, me destrói. Eu tenho medo de a qualquer momento receber uma notícia desagradável sobre ele. É difícil, é muito difícil tirar essa dor, ela adormece, mas não vai embora e acho que jamais irá, acho que ela que no fim das contas me motiva a escrever...

Às vezes, lendo os outros blogs, como o da Poly, da Cicie, da Gaby, eu choro como uma criança, eu gostaria muito de ter tido a oportunidade de conhecer mais sobre essa doença antes, na época em que eu estava no auge da minha Co.

É, se eu uma ex-namorada de um dependente químico, mais de oito anos depois ainda sofro com as sequelas dessa doença, imagino uma mãe, um pai, uma esposa ou esposo, o quanto não sofrem, mesmo anos e anos depois.

Hoje, acho que estou nostálgica, acho que essa leitura que comecei a fazer me balançou um pouco...

Bom, assim que eu ler o livro, posto aqui para vocês sobre ele e sobre a autora...

Boa semana para todos nós!!!

Só por hoje eu escolho a serenidade em minha vida.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Antes de me julgar...



Em minha jornada, aprendi o significado da palavra dor, além do que já sabemos, consultando o dicionário, agrego à ela também o significado de crescimento. Através dela, eu cresci, me tornei forte, tão forte que se hoje algo ou alguém tenta me derrubar, inevitavelmente cai primeiro, tudo porque foram tantas quedas que aprendi a me firmar sem me abalar e qualquer força que algo ou alguém utilize contra mim, volta, simplesmente porque hoje sou consciente de que se posso aceitar ou recusar um presente eu posso aceitar ou recusar qualquer outra coisa, até mesmo a dor.


"Antes de julgar a minha vido ou o meu caráter, calçe os meus sapatos percorra os caminhos que percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias! Percorra os anos que percorri. Tropece onde eu tropecei, perca as pessoas que perdi, chegue ao fundo do poço e levanta-se de lá assim como eu fiz!
E então, só aí, poderá me julgar"




segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Reflexão



Você pode ir embora e nunca mais ser a mesma.
Você pode voltar e nada ser como antes.
Você pode até ficar, pra que nada mude, mas aí é você que não vai se conformar com isso.
Você pode sofrer por perder alguém.
Você pode até lembrar com carinho ou orgulho de algum momento importante na sua vida: formatura, casamento, aprovação no vestibular ou a festa mais linda que já tenha ido, mas o que vai te fazer falta mesmo, o que vai doer bem fundo, é a saudade dos momentos simples:
Da sua mãe te chamando pra acordar,
Do seu pai te levando pela mão,
Dos desenhos animados com seu irmão,
Do caminho pra casa com os amigos e a diversão natural
Do cheiro que você sentia naquele abraço,
Da hora certinha em que ele sempre aparecia pra te ver,
E como ele te olhava com aquela cara de coitado pra te derreter.
De qualquer forma, não esqueça das seguintes verdades:
Não faça nada que não te deixe em paz consigo mesma;
Cuidado com o que anda desabafando;
Conte até três (tá certo, se precisar, conte mais);
Antes só do que muito acompanhado;
Esperar não significa inércia, muito menos desinteresse;
Renunciar não quer dizer que não ame;
Abrir mão não quer dizer que não queira;
O tempo ensina, mas não cura.


Martha Medeiros

domingo, 6 de novembro de 2011

Laços da vida!

Nenhum laço é por acaso!

Essa frase foi deixada como comentário na minha última postagem pela adorada Gaby do blog Serfelizsoporhoje e de tudo o que ela escreveu, o que mais me toucou foi exatamente essa frase, porque é de fato a mais pura verdade não é mesmo?

Olhando sob uma visão otimista da vida, nada é por acaso, nada do que acontece conosco é em vão, talvez, a princípio, não era para acontecer, talvez, nossas decisões é que nos levaram a tal lugar, afinal, temos sim o livre arbítrio e somos responsáveis sim por nossas escolhas, mas, mesmo assim, mesmo que nossas escolhas nos levem para algum lugar diferente do que esperávamos ir, ainda sim podemos dizer que não é em vão, alguma coisa podemos aprender com aquele caminho percorrido, podemos conhecer pessoas que significarão muito para nós, ou não, simplesmente podemos chegar em um lugar e ver que aquele de fato não era o lugar e que é hora de voltar e só esse caminho de volta já me faz crer que a ida não foi em vão, que esse tempo entre a ida e a volta era necessário, por algum motivo, era necessário.

Às vezes não entendemos muitas das coisas que nos acontecem, é comum reclamarmos de algo, de alguém, de uma situação, do nosso corpo, da nossa aparência, mas, mesmo assim, acredito que a grande maioria, com sua faculdade mental plena, não se candidataria a deixar essa vida hoje, agora, nesse momento. Não, mesmo a vida não sendo como imaginamos que seria quando éramos crianças, ainda sim, vale a pena estar nela, apesar das dores, das lágrimas, das frustrações, a vida pode ser interessante e maravilhosa, é apenas uma questão de ponto de vista, eu acho.

O que não podemos deixar que aconteça é nos perdemos em nossos propósitos, é nos afastar de nós mesmos e do nosso Poder Superior, essa é a nossa essência e precisamos estar conectados à nós mesmos e ter fé em "Algo" superior sempre.

A poeta americana Gwendolyn Brooks certa vez escreveu: "Viva intensamente cada instante. Logo ele vai ser. E, seja dor ou riqueza, não voltará outra vez em idêntico disfarce"

Eu tomo essa frase como uma frase mestra para a minha vida, gosto da parte dor ou riqueza, porque me lembra que seja um ou outro, sempre passará, pensando dessa forma, me dá coragem para seguir em frente, porque quando olho para trás, vejo as dores sofridas, mas também vejo as alegrias vividas, vejo o aprendizado que tive, vejo a minha recuperação. E, olhando para o meu hoje, veja a minha libertação que só pôde ser possível devido ao meu passado, devido aos laços feitos no passado, que certamente não foram em vão.

Estar ao lado de um dependente químico, nem sempre é uma escolha, mas, se você puder escolher estar ou não e escolheu estar, então peço que você aprenda o máximo que puder sobre essa experiência que não é feita só de lágrimas, peço que perceba o quão sensível pode ser um dependente químico e quão importante pode ser para ele esse "laço" que você decidiu fazer. Mas, peço também que você saiba diferenciar esse laço, que pode ser facilmente desfeito se ambos quiserem, de uma corrente grossa, que aprisiona e retém.

Estar ao lado de um dependente químico, não é fazer curso para ser codependente, portanto, não faça!

Boa semana para todos nós.

Eu escolho a felicidade em minha vida, Só Por Hoje!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Valeu a pena - A Jornada de uma codependente - O nascimento do livro



Eu pouco sabia de regras ortográficas quando comecei a escrever aos doze anos de idade e uma das minhas primeiras histórias veio a se tornar realidade quando fiz dezoito.

Não sei se foi a chamada lei da atração, onde atraí para a minha vida exatamente aquilo que eu havia escrito anos atrás, uma adolescente se apaixona por um rapaz e passa a enfrentar com ele o problema das drogas, não sei se foi destino ou o que foi.

Com doze anos de idade, eu pouco sabia sobre esse mundo, mas, ainda sim, por um motivo que não sei explicar, resolvi escrever sobre ele e mesmo não sabendo o que era de fato e como era esse mundo, em minha história escrita ainda com uma péssima caligrafia a personagem principal sofre com a dependência química do seu namorado e em minha história real, construída com lágrimas, promessas, vitórias, dor e amor, eu sofri com a dependência do então meu namorado.

Foram dois anos ao lado desse rapaz, após um sofrimento que parecia ser infindável, após ter sentido a dor em sua forma mais cruel, após ter perdido até mesmo a habilidade de chorar, porque as lágrimas já não escorriam mais pela a minha face, após ter tido a minha fé testada e ter sentido o peso do mundo sob as minhas costas, eu percebi que eu estava tão adoecida quanto ele. Ele estava doente porque estava dependente das drogas e eu adoeci por me tornar codependente dele, eu havia assumido para a minha vida a responsabilidade pela a vida dele, onde eu passei a respirar conforme os movimentos dos pulmões dele, passei a comer conforme o apetite dele e a dormir o sono dele.

Eu coloquei em suspenso todos os meus sentimentos, minhas vontades, minhas carências e meus sonhos e passei a viver o sonho e o pesadelo dele. É a chamada ilusória sensação de força que nós codependentes sentimos, eu me coloquei na posição de forte, porque ele precisava de que eu fosse de fato forte, eu não podia chorar, não na frente dele, eu não podia me dar o luxo de desabar porque eu, naquele momento era o chão dele.

A cada racaída dele, uma batalha era travada dentro de mim, onde parte de mim queria desistir de tudo e outra parte me dizia que eu não podia fazer aquilo, dizia que eu precisava permanecer ali, ao lado dele, lutando com ele e muitas vezes até lutando contra ele.

Eu levei sete anos para me perdoar pelos erros que cometi como codependente, para aceitar que eu fiz tudo o que eu podia ter feito e que a recuperação dele não estava nas minhas mãos, que eu também estava adoecida, precisando de ajuda e por esse motivo eu tive que tomar uma decisão, a minha saúde ou a doença dele e eu decidi viver a minha vida sem ele. Eu desejei ter forças para continuar, mas, eu já estava vivendo em um estado de torpor, onde eu não pensava nem em desistir e nem em lutar, eu só estava esperando o fim chegar e ele chegou. Foram longos sete anos, em que muitas vezes fugi do assunto, muitas vezes fingi não ter acontecido, mas, foi o tempo necessário para que eu renascesse das cinzas, assim como a ave Fenix, que renasce após ter tido o seu corpo todo consumido pelo fogo, e tempos depois ressurge tão forte quanto antes, eu renasci e dessa experiência entre vida e morte ainda em vida  me veio a necessidade de voltar a escrever, coisa que eu já não fazia há mais de quinze anos.

E então o meu livro nasceu.

Para escrevê-lo, eu precisei superar meus fantasmas que me assombravam, eu precisei entender que eu desisti não porque eu não tinha mais coragem para lutar, eu desisti porque eu não tinha mais condições de sofrer e perceber isso, levou tempo, exigiu de mim flexibilidade comigo mesma, hoje eu sei que até para desistir é preciso ter coragem. E desistir dele foi o ato mais corajoso que tive nessa jornada, foi o ato mais dolorido e crucial de todos, porém, fiz o que tinha que ser feito.

Escrever o livro, me rendeu lágrimas que estavam presas, eu revivi cenas que meu cérebro havia feito questão de esquecer e pude sentir um pouco daquele sentimento, de anos atrás.

A escolha do nome do livro veio antes mesmo dele estar pronto e representa de fato o meu sentimento em relação a tudo o que passei " VALEU A PENA" SIM, com toda certeza, mesmo com as lágrimas e dor, porque eu não conheci um dependente químico, eu conheci um jovem rapaz de pele pálida e olhos tristes que se tornou um dependente químico e hoje em minha memória, guardo somente o que foi bom e nada mais, do resto, aprendi o que tinha que aprender, mas, ao olhar para trás, eu sorrio pelos bons momentos que tive, é isso o que importa.




quarta-feira, 2 de novembro de 2011

EU CONHECI UM ANJO!


Eu conheci um ANJO.

Um anjo vindo do céu com alguma missão ainda desconhecida.

Durante o seu percurso de descida do Céu à Terra, esse anjo passou a ficar cada vez mais próximo e ter conhecimento acerca das experiências humanas, a cada nível em que ele descia, algo novo era descoberto e lhe era mostrado, paulatinamente ele descobriu o amor, a bondade, a generosidade, descobriu a beleza, aprendeu a sorrir e a fazer os outros sorrirem, descobriu a alegria na forma mais pura que há e quanto mais ele se aproximava da Terra, mais intensas eram suas emoções e mais próximo das emoções humanas ele ficava, entretanto pouco antes de tocar seus pés na Terra, ele descobriu a dor, a inveja, a angústia, descobriu a fraqueza e suas conseqüências, conheceu a solidão sem nem ao menos tê-la vivenciado, descobriu que havia pessoas ruins, energias ruins e momentos ruins, descobriu os vícios e seus malefícios, conheceu a sensação vazia que uma decisão errada pode causar, vivenciou o lado mais obscuro do ser humano. Então, finalmente quando esse anjo chegou, ele já era muito mais humano do que anjo, pois, durante o seu percurso de descida, ele havia se familiarizado com as experiências humanas tornando-o praticamente um humano como nós.

Só quem ao seu lado esteve é que fora capaz de reconhecer a sua origem, porque mesmo tendo vivenciado e praticado as situações e atitudes mais horripilantes, ele ainda tinha dentro de si a alma de um anjo, a bondade de um anjo e a inocência de um anjo. 

Esse anjo vivenciou o terror na Terra, mas aprendi que deveria haver uma explicação para isso e que enquanto a sua alma for a alma de um anjo, haverá sempre uma saída, haverá sempre a possibilidade de um resgate, haverá a possibilidade da nova vida sobre a luz.

É só uma questão de tempo, eu sei que esse anjo encontrará o seu caminho, seguindo a luz que vem do Céu, seguindo a ordem Divina de que ele veio à Terra para ser feliz e não para sofrer.

Eu conheci um anjo e por tudo que vivi, digo que Valeu a Pena.


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