Até onde você iria para ajudar alguém que escolheu o caminho errado em busca da tal felicidade? Em um mundo sofrido, perigoso e doloroso, eu senti na pele a dor de ver alguém querido tomar a decisão errada. Eu carreguei a minha própria nuvem de chuva enquanto decidi caminhar ao lado dele. Eu adoeci sem saber, uma doença tão perigosa quanto à dependência química. Eu me tornei uma codependente. E essa é a minha jornada, uma jornada de lágrimas, promessas, sofrimentos e vitórias.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Ainda dói!
Boa noite meus amigos e amigas!
Fim de feriado, 4 dias sem trabalhar de vez em quando é bom não é mesmo?
Aproveitei bastante, mas, pouco fiquei na internet, desculpem-me pela ausência, logo voltarei ao normal aqui com o blog, vocês não imaginam quanto isso aqui me faz bem...
Eu não ia escrever hoje, estava passando roupa e bem cansada, mas, entrei um pouco na net e vi um comentário aqui no blog de uma escritora que está lançando um livro e o seu comentário me chamou a atenção pois ela disse que o livro teria muito a ver com o meu. Enfim, entrei no blog dela e comecei a ler o primeiro capítulo, foram lágrimas e mais lágrimas, há algumas semelhanças com o começo da história do livro dela e com o que vivi, a dor que ela representa nas palavras, é tão intensa quanto a dor que senti e isso me fez ter a certeza de que essa dor, ela não passa, ela apenas ameniza...
Mais de oito anos se a passaram e se algo me faz lembrar aquela época, é inevitável não revivê-la. Às vezes, é algo tão forte que o choro me vem à garganta e eu tenho que "engoli-lo", e por mais que todos digam à mim que coisas boas e otimistas a respeito de tudo o que vi e vivi, eu ainda tenho esse certo sentimento dentro de mim.
Dói, dói sim e não é pouco, dói porque me lembro de detalhes, pouco a pouco, dia após dia, minha memória vai trazendo à tona alguns acontecimentos que eu havia feito questão de esquecer e isso dói, aperta, espreme, engasga, tudo porque sou humana, tudo porque eu não sei fingir que não aconteceu. Não é reviver o passado, de forma alguma, é apenas não conseguir esquecer, é não conseguir tirar esse sentimento de frustração e de dor de dentro de mim, afinal, é da vida de um ser humano que estou falando, é da vida de alguém que foi importante para mim, para o que sou hoje.
Acho que isso faz parte da recuperação, da minha constante recuperação. Me dói porque até hoje ele ainda está nesse mundo das drogas e por mais espiritualizada que eu seja, por mais que eu saiba que ninguém pode percorrer por ele o caminho dele, eu ainda sim gostaria de, ou melhor, ainda sim quero vê-lo livre das drogas, mas, quanto mais eu pesquiso, quanto mais eu leio, mais frustrada eu fico, porque tenho que ser realista, as chances são pequenas e isso me consome, me corrói, me destrói. Eu tenho medo de a qualquer momento receber uma notícia desagradável sobre ele. É difícil, é muito difícil tirar essa dor, ela adormece, mas não vai embora e acho que jamais irá, acho que ela que no fim das contas me motiva a escrever...
Às vezes, lendo os outros blogs, como o da Poly, da Cicie, da Gaby, eu choro como uma criança, eu gostaria muito de ter tido a oportunidade de conhecer mais sobre essa doença antes, na época em que eu estava no auge da minha Co.
É, se eu uma ex-namorada de um dependente químico, mais de oito anos depois ainda sofro com as sequelas dessa doença, imagino uma mãe, um pai, uma esposa ou esposo, o quanto não sofrem, mesmo anos e anos depois.
Hoje, acho que estou nostálgica, acho que essa leitura que comecei a fazer me balançou um pouco...
Bom, assim que eu ler o livro, posto aqui para vocês sobre ele e sobre a autora...
Boa semana para todos nós!!!
Só por hoje eu escolho a serenidade em minha vida.
Postado por
GIULLIANA FISCHER FATIGATTI
às
23:10
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Oii guria
ResponderExcluirPosso te compreender, é impossivel esquecer, as vezes até me pareço uma martir, pois tem dias que isso fica na minha cabeça o dia inteiro e ai o estado de introspecção toma conta.
Mas aqui na net me lembro diariamente do que é mais importante, " SÓ POR HOJE vou me lembrar que sou um ser humano incrivelmente maravilhoso, e que todos os meus amigos daqui tambem são maravilhos .
Vou espiar blog dela tb.
Um grande abraço e tamujunto
Ai Giu me imagino daqui há alguns anos ainda com essa dor e com essa sensação de frustração...Isso não é justo com agente, e a pergunta é: para que?
ResponderExcluirFico agora com um misto de raiva por ter passado por tudo isso, porque eu? eu sempre fui tão alegre e feliz...e por mais espiritualizada que eu seja,por mais que eu entenda das nobres ações a que somos destinadas...muitas vezes ainda me pergunto...por que eu? por que comigo?
Mas aos poucos a vida nos afaga, acho que sofremos mais, porque somos muito sensíveis, e como dizem "Deus não nos dá nada, que não possamos carregar"...
Era pra ser, tinha que ser...
Te amo, compartilho total com você.
Fico feliz que tenhas gostado do primeiro capítulo. É bem forte. Mas o livro é uma mensagem de esperança e força para quem batalha com a espada do coração. Uma história de improváveis e até impossíveis... Espero que a história possa tocar teu coração tanto quanto tocou o meu ao escrevê-la! Depois quero saber o que achou.
ResponderExcluirAinda há pontos de luz na escuridão, nos quais podemos acreditar!
Beijos!
Registrando a vida, vocÊ disse tudo, é impossível esquecer, mas, temos que nos lembrar de vivermos o nosso só por hoje, é a única forma de vivermos bem... Obrigada por passar por aqui... Juntas somos mais fortes.
ResponderExcluirÉ Gabyzinha, temos histórias meio parecidas... Sabe, acho que tanto eu, como você, todas nós que fomos "marcadas" pela experiência da codependência e da dependência, viveremos até o fim de nossas vidas com as lembranças do que passamos, estar ao lado de um D.Q é algo que não se esquece amiga, temos que aprender a viver com isso e tirar as lições que temos que tirar...
ResponderExcluirAmo você garota, juntas somos sempre mais fortes...
Beijoss
Leila, gostei sim, tenho certeza que vou amar lê-lo... Beijos
ResponderExcluirBoa semana pra vc tbm Giu...
ResponderExcluirObrigada pelo carinho
amo seus comentários em ajuda muitooo
Beeijãoo
Minha anja,
ResponderExcluirRealmente o que você escreveu nesse post, e o que eu passo diariamente, meu esposo está limpo há 1 ano e poucos dias, mais de vez em quando a codependência grita dentro de mim, sei que tenho que seguir a minha meta que e viver um dia de cada vez e só por hoje esquecer o passado, mais só que o meu passado me amedrontar todos os dias, sei que meu marido luta um leão a cada dia, mais essa doença e traiçoeira tenho muito medo, amiga tenha uma boa semana, e juntas realmente somos muito mais forte, te amo amiga, bjs.
iii amiga... é uma dor que NUNCA passa
ResponderExcluirengraçado no ss a mente né...Eu tb esqueci a l g u ns detalhes que hj em dia vem a tona :(
engraçado tb como a gente se prepara para noticia rui m :(
Jé...Espero que você esteja bem, as vezes não comento la no seu blog, mas eu o acompanho sempre... to na torcida vu... Beijos
ResponderExcluirTininha, adoro quando vejo você por aqui, que bom que está bem, você é um exemplo para mim, a sua história é de fato algo para ser lembrada, tudo o que você já passou e hoje poder dizer que seu marido está limpo, é simplesmente inspirador para mim...
Amo você tb, você é importante para mim, mesmo sem conhecê-la pessoalmente...
Beijos
Adri, nossa, falou td, agente se prepara para a notícia ruim... E como... Acho que nós Co, somos uma espécie clonada, porque temos atitudes parecidas, pensamentos parecidos e por aí vai...
O importante é que estamos em recuperação não é mesmo?
Beijoss e to sempre te acompanhando também...
Eu entendo bem esse negócio de esquecer algumas coisas, afinal ao te enviar por e-mail minha história, Giulliana, tive que reenviar 3 vezes porque esqueci detalhes profundamente marcantes, mas que, por alguma razão fugiam da minha memória.
ResponderExcluirO "meu" adicto está limpo há 3 meses, desde que foi internado em 8 de setembro, mas acabou voltando sem concluir o tratamento involuntário que a mãe lhe impôs! Teve que voltar antes porque a prefeitura não quis fazer convênio com a clínica e portanto não havia como pagar!
Eu não o vejo desde que ele foi internado... tenho medo! Muito medo! Eu não sei se vou voltar... e ele tbém não sabe se voltarei pra ele!
Da última vez ele ficou 9 meses limpo, mas acabou voltando ao uso e, como disse a Giulliana, quanto mais leio (e agora tbém fazendo um curso) sobre isso, mais desesperançada eu fico de que ele venha a se recuperar de fato!
Um dia ele me disse simplesmente: "Pelo menos uma vez por ano eu vou beber e vou dar uns "tirinhos" de vez em quando"... fiquei arrasada e absolutamente sem confiança na recuperação dele!