quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Você é Viciado em Sofrer?


Olá pessoal,
Recebi essa reportagem por e-mail de uma amiga e mais que depressa vim compartilhar com vocês...

“Psicólogo alerta para a co-dependência, o mal das pessoas que só sabem viver relacionamentos doentios”
Entrevista do psicólogo Vicente Parizi concedida a Paula Mageste, da Revista Época.
“ÉPOCA - O que é um co-dependente?
Vicente Parizi - É a pessoa que desenvolve relações baseadas em problemas. São relações pouco saudáveis, em todas as esferas. O foco está sempre no outro e o vínculo não é o amor ou a amizade, mas a doença, o poder, o controle. No fundo, o co-dependente acredita que pode mudar os outros e seus relacionamentos são criados não com a perspectiva de respeitar as pessoas, mas de ensinar o que acredita ser melhor para elas. O co-dependente é motivado pelo desejo de transformar o outro – e mandar nele.”
“ÉPOCA - Pode dar um exemplo?
Parizi - Um caso clássico é o da mulher que casa com um alcoólatra, segura de que pode ajudá-lo a parar de beber. Só que ele só vai parar se ele próprio quiser. Essa mulher entra nesse casamento porque provavelmente tem um histórico que a torna dependente da ‘adrenalina’ que experimenta na relação. Ela melhora sua auto-estima sentindo-se necessária para o marido. Ele, por sua vez, nunca vai se livrar do vício enquanto se escorar nela. O vínculo desse casal não é o amor, mas a doença que eles têm em comum. Há toda uma dinâmica em torno do vício.”
“ÉPOCA - E como a co-dependência se manifesta quando não está associada ao vício?
Parizi - Em relações neuróticas de qualquer natureza: entre pais e filhos, marido e mulher, namorados, chefe e subalterno, entre amigos, até mesmo entre um terapeuta e seu paciente. Aquele amigo que todo mundo gosta de consultar quando tem um problema pode ser um co-dependente. Ele adora dar conselhos e sempre começa com a clássica frase ‘Se eu fosse você…’. Esse conselho não é bom. Ele não é você e o que é bom para ele provavelmente não será bom para você. Ele não está respeitando a sua personalidade nessa conversa, está tentando fazer você agir como ele, transformá-lo. Enfim, são relações de poder que descambam para o controle. O co-dependente joga o foco na outra pessoa, faz muito por ela e pouco por si. Não porque seja altruísta, mas porque se acha onipotente. Controlando a vida de outra pessoa, ele acredita que a dele estará sob controle também. O codependente tem muito medo de ficar sozinho, por isso faz tudo para garantir afeto e se sentir indispensável – até mesmo alimentar a fraqueza alheia.”
“ÉPOCA - Quem é a vítima nesse tipo de história?
Parizi - Existe uma alternância de papéis, um se alimenta do outro, mas o co-dependente sofre desesperadamente. Ele se mede pelo sentimento do outro em relação a ele, como uma criança faz com seus pais. A pessoa se sente incompleta sem o outro, busca no outro o que lhe falta. Há expressões típicas usadas pelos co-dependentes: ‘Fulano é minha cara-metade’, ‘Fulana é minha alma gêmea’ ou ‘o ar que eu respiro’.
“ÉPOCA - E como essa síndrome se desenvolve?
Parizi - O co-dependente vem de uma família disfuncional e sofreu algum tipo de abuso na infância: mensagens controversas emitidas pelos pais, abuso físico e assim por diante. Essas mensagens controversas são aparentemente inocentes, mas fazem grande estrago. São coisas do tipo ‘estou batendo em você porque o amo’. Dá um nó na cabeça da criança, e ela inconscientemente associa o amor à violência física. A co-dependência também se apresenta em adultos que, quando jovens, presenciaram situações de conflito entre familiares ou eram usados por um dos pais para obter coisas junto ao outro.”
“ÉPOCA - Como identificar um co-dependente?
Parizi - É alguém controlador, exigente consigo mesmo e com os outros, com baixa auto-estima, minucioso, rígido, com dificuldade de perdoar e compreender, muito crítico mas refratário a críticas.”
“ÉPOCA - Como é feito o tratamento?
Parizi - Psicoterapia, em consultório, e também no grupo Co-dependentes Anônimos. No consultório, tenta-se resgatar a criança que foi ferida na família disfuncional. No grupo, lida-se com a culpa e a vergonha. O co-dependente não é criticado. Ao contrário, vê que há várias pessoas como ele. Assim, não se sente isolado e consegue melhorar sua auto-estima.”
“ÉPOCA - Há cura?
Parizi - Sim, porque é uma síndrome emocional, diferente do vício em drogas, em que geralmente há uma dependência física. No entanto, as pessoas só admitem a doença quando a vida fica inadministrável.”
Fonte: Revista Época

8 comentários:

  1. Nossa porque será que eu me identifiquei tanto? srrsrsrsrsrsrsrsrs
    È , realmente a gente só admite quando percebe que faliu emocionalmente, e só ai é que começa o caminho da recuperação

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Eu sempre achava que afetar o sentimental da gente era bobiça, coisa de fresco rsss... Não admitia essas pessoas que ficavam em depressão, hj sinto-me um pouco abalada pela doença do meu amor, graças a Deus encontrei vcs que me ajudaram e eu não cheguei ao fundo do poço, soube me controlar e aprender os meus limites, Hj vejo familiares de DQ aqui no meu serviço, escuto mães sem orientação, perdidas, com depressão pois não sabem como lidar com seus filhos DQ, isso me corta o coração! Tenho vontade de ajudar todo mundo, mas sei que isso não depende de mim.
    Beeeijoo Giu

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  4. Afffff
    só pancada nessa entrevista
    Realidade é bom.
    O tristre é a gente ter que ler que as varias horas de conselho e mais conselho dadas por nós a outros foram praticamente para mascarar o nosso proprio ser.
    afffff
    mas é isso mesmo, ele falou tudo e mais um pouco, acho que esse cara me conhece rsrsr
    Um super bjooo

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  5. Muito bom o post Giulli!
    Me vi em lgumas situações acima.. como é ruim ouvir isso...
    Mais estou trabalhando isso em mim..
    saudades de tú giulli.
    Bjus.

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  6. Oi Giulli,
    To aqui hoje pra pedir uma ajuda diferente..
    :D

    Minha filhotinha ta cadastrada no bebe hipoglos.. mas como nao tenho muitos contatos, vim recorrera vc e a Polly pra divulgar minha pequenininha..

    Me da uma forçinha???

    Por favor.. divulga pros seus contatos?

    Tenho muita esperança de dar um futuro melhor pra minha pequena..

    Ai vai o link..

    http://meu.bb/463303


    Beijaço.

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  7. Tive um casamento muito conturbado durante 38 anos,não podia sair,ter amizades,sofria,chorava,minha vida era a vida dos outros,cuidar dos outros,alias eu era uma coisa,não era um ser humano vivia uma ditadura dentro de casa..ha uns anos atras voltei a estudar mesmo ele me proibindo e me ameaçando,fiz computação durante 1 ano,aprendi a fazer artesanato,ele nunca havia me deixado trabalhar por machismo,ha 3 anos perdeu 2 dedos do pé devido a diabetes,meu divorcio saiu ha 8 meses mas continuo dentro de casa,ele me maltratando,xingando,faço tratamento psicologico mas a decisão e escolha é minha só depende de mim,não adianta cuidar de alguem que não quer ajuda,me enquadro no quadro de co-dependencia,como muitos anos juntos de uma certa forma me sinto responsavel p ele,ha 4 anos tenho depressão,tenho lutado comigo mesma,mas vou conseguir,só quem passa é que sabe,mas estou conseguindo e vou vencer,me desculpem o deabafo

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  8. Anônimo, não se desculpe por desabafar, todas nós estamos aqui para isso, para ajudarmos umas as outras. Sabe, acho que o passo mais importante você já deu, o de perceber que pode viver sem sem ser mandada, coagida, você pode ser feliz querida, pode sorrir sem medo, só depende de você!!!
    fique a vontade para escrever sempre!
    Beijos

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