Até onde você iria para ajudar alguém que escolheu o caminho errado em busca da tal felicidade? Em um mundo sofrido, perigoso e doloroso, eu senti na pele a dor de ver alguém querido tomar a decisão errada. Eu carreguei a minha própria nuvem de chuva enquanto decidi caminhar ao lado dele. Eu adoeci sem saber, uma doença tão perigosa quanto à dependência química. Eu me tornei uma codependente. E essa é a minha jornada, uma jornada de lágrimas, promessas, sofrimentos e vitórias.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Feridas, dor, liberdade!
A dor chega sorrateiramente, de mansinho, como uma leve brisa.
Com o passar do tempo, ela vai aumentando e então essa brisa se torna uma rajada de vento, e com um pouco mais de tempo, uma tempestade.
E então, você percebe que a dor existe porque há em você uma ferida aberta, uma ferida exposta, uma ferida que já deveria ter cicatrizado, mas, não cicatrizou... E talvez, nunca cicatrize.
A grande verdade é que quem um dia esteve ao lado de um dependente químico, raramente conseguirá seguir sua vida em frente sem se lembrar de tudo o que passou, porque estar ao lado de um dependente químico é uma mistura de sentimentos tão intenso que ultrapassam as barreiras do nosso entendimento.
Você sente dor quando o vê lutando desesperadamente contra seu vício, sente amor a cada dia que ele consegue ficar sem a droga, sente ódio a cada recaída, sente raiva a cada nova promessa de que vai parar, sente pena a cada lágrima derramada, sente culpa quando decide não sentir mais nada disso.
Eu carrego e carregarei comigo pelo resto da minha vida as lembranças dos anos vividos ao lado do "Anjo" que se tornou um dependente químico, ele não é um dependente químico, ele está um dependente químico, ser e estar são condições diferentes e eu espero que ele deixe de estar logo e volte a ser quem ele era.
Acredito que eu tomei a decisão de deixá-lo seguir seu próprio caminho, sem mim, na hora certa, no momento em que as lembranças boas ainda eram maiores do que as lembranças más, isso me reconforta, porque não sinto raiva, não sinto desamor, não sinto ódio por tudo oque passei.
Eu o libertei para encontrar sua própria recuperação antes de que nossas lembranças se tornassem apenas borrões em uma lousa velha, antes que a maldita pedra branca fosse capaz de apagar tudo o que de bom tivemos. Eu o libertei, ele me libertou e espero que ele encontre as suas asas de volta e volte a voar como um anjo de pele vibrante como a neve e olhos vibrantes, como quando eu o conheci.
"Tentamos ser Suficientes para os outros e acabamos sendo Insuficientes para nós mesmos..." Isso é ser codependente.
Postado por
GIULLIANA FISCHER FATIGATTI
às
20:58
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é... todas deveriam deixar no momento certo.... se a panela esquentou: SOLTE... não se queime.
ResponderExcluireu fiz o mesmo que vc..tenho poucas lembranças ruins do oscar.. tenho a maioria boa...
Boa semana!!
Me identifico tanto com você...tanto...
ResponderExcluir:/
Não é fácil não é? Mas o importante é avançar sempre!!
beijos amo vc giullizinha!
Affffffffff é muito dificil soltar
ResponderExcluireu estou numa luta tremenda, to naquela " Não sei se vou ou se fico, não sei se fico e não vou" affffffffffff
Estamos separados agora, eu não quero voltar, porque não acredito na recuperação e por tantas outras coisas. Só sei que não sei o que fazer quando falo com Ele. MEU DEUS como é dificil
To vendo uma entrevista sua... dos links do lado..
ResponderExcluirto rindo aqui..
como todas nós somos parecidas..
eu tb ja paguei traficante.
eu tb tento controlar os outros ..
eu tb falo q fui trocada pelas drogas.
eu não tenho auto estima.. rs
Preciso do seu livro..rs
aii... será que saro ?
aai... to chorando..
ResponderExcluirquero sarar..
Giuli.. eu tb conheci um anjo.... e tenho fé que esse anjo encontre seu caminho do bem... amém