Meu nome é Aline, tenho 27 anos e há 3 convivo com a dependência química da minha mãe.
Tudo começou após uma forte depressão, devido ao falecimento do meu pai, ela não dormia, não comia, mal saia da cama, o psiquiatra dela receitou remédios para dormir do tipo faixa preta, os famosos benzodiazepínicos.
O que era apenas para ajudá-la, acabou se transformando em seu maior vilão. Foram meses de medicação, vez ou outra, quando um parecia não fazer mais efeito, trocava-se por outro mais eficaz e com o tempo, ela foi mudando, aparentemente o seu humor foi voltando ao normal, mas, ela não aceitava a ideia de parar com a medicação, dizia que não conseguiria viver sem a mesma. Ela já estava dependente.
Após um bom tempo afastada do trabalho, ela é servidora pública, ela retornou, todos diziam que ela estava renovada, mas, eu como filha, nunca a vi dessa forma, para mim, era apenas uma camuflagem, eu não achava que ela havia de fato melhorado e infelizmente eu estava certa.
Um dia a sua colega de trabalho me chamou para ir no trabalho dela, ela disse que queria falar comigo e que não queria falar por telefone e então eu fui, em um dia que a minha mãe não estava, ela havia saído a serviço.
Eu sentei na cadeira da mesa da minha mãe e a sua amiga começou a falar que dias atrás, ela estava procurando um documento e que a minha mãe havia dito para ela olhar na última gaveta dela, e o documento estava lá, mas, junto também havia algo que deixou a colega dela bem aflita, havia o que parecia ser cocaína, com certeza a minha mãe não se lembrava de que havia esquecido aquela droga lá.
Para encurtar, o inferno começou, ela negou até o fim, até não poder mais, até chegar ao ponto de ficar contra mim e o resto da família, dizendo que nós estávamos conspirando contra ela.
Vieram as chamadas insanidades, os sumiços, alguns objetos de casa começaram a desaparecer e eu não podia vigiá-la constantemente, eu viajo muito a trabalho, não podia ficar 100% ao dispor dela, no fim das contas, eu me vi trabalhando para repor o que ela levava de nossa casa.
Meu avô resolveu reunir a família e decidiu que iria interná-la. E assim o fez, eu passei a participar de todas as reuniões da clínica, assim como outros membros da família também. Conheci o Amor Exigente, me interessei pela "filosofia" deles e me encontrei lá dentro.
Eu nunca me vi como uma codependente, porque raramente cedi as manipulações dela, não porque sou fria, mas porque eu não tinha paciência para ver a minha mãe se destruindo, eu sentia tanta raiva por ela estar se drogando que eu não em envolvia emocionalmente com a situação.
Como esperado, ela saiu da clínica, passou um tempo bom e depois recaiu e dessa vez foi bem pior, ela vendeu o carro para torrar todo o dinheiro em drogas, e foi depois desse episódio que ela pediu ajuda ao meu avó e então, mais uma internação.
Hoje, faz mais de uma ano que ela está limpa, vivendo um dia de cada vez, enfrentando os problemas de cara limpa, sofrendo e chorando como qualquer pessoa e não fugindo.
Nosso relacionamento melhorou muito, após a morte do meu pai, nós nos distanciamos um pouco e agora tudo parece estar voltando ao normal.
Texto 2 - A minha sugestão
Acho que deveríamos fazer mais pressão em cima do governo, assim, algo precisará ser feito a respeito da falta de tratamento e falta de prevenção.
Texto 3 - O que acho e espero do governo
O caso da dependência da minha mãe, não é algo social e sim emocional, mas, ainda sim, talvez a falta de informação tenha tido um grande peso, acredito que se o governo desse mais importância ao assunto, tratasse realmente como uma questão de saúde, acho que Drogas deveria ser uma matéria dada em sala de aula.
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Olha, lendo o depoimento da Aline, pude perceber que o fator que levou a mãe dela as drogas, foi o mesmo do meu namorado, a depressão. Não foi curiosidade, influencia de amigos, nada disso, mas o fato de não conseguir enfrentar de cara limpa as dificuldades da vida...
ResponderExcluirQue bom que a mãe dela já está há um ano limpa!
Estamos juntas!
beijos Giu...