Recentemente, logo que saiu em todos grandes sites de notícias a reportagem falando sobre a tal "nova" droga chamada OXI, eu resolvi pesquisar um pouco mais para então fazer o post sobre o assunto aqui no blog e em uma das minhas pesquisas, em um site onde li uma ótima explicação e também comparação entre o Crack e o OXI, após ler o post, resolvi ler os comentários deixados lá, eram vários comentários falando da necessidade do governo tomar a frente desse mal e por aí vai.
Dentre esses comentários, um me chamou a atenção e criou uma espécie de revolta dentro de mim, a pessoa que fez o comentário defende a idéia de que a melhor forma de combater as drogas é combater os usuário, com leis mais severas, equiparando-os com os traficantes, uma vez que, se não existe usuário, não existirá o traficante, eu concordo com essa frase que relaciona usuário com traficante, mas, acho que essa máxima deveria ser usada de outra forma, partindo do princípio de que se não existe usuário, não existe traficante, então, temos que pensar em algo voltado para o usuário, que por sinal, eu, particularmente, prefiro o termo Dependente Químico, acho que enquanto a sociedade não perceber que esses "usuários" são pessoas adoecidas, aliás, muitas delas adoeceram antes mesmo de experimentar a primeira droga, muitas delas, se drogaram a primeira vez para supostamente aliviar a sua doença, enquanto a sociedade estiver com seus olhos encobertos e com suas mentes fechadas, pouco poderá ser feito, pois é sabido que ainda hoje, muita gente pensa como esse indivíduo, rotulando o dependente como um marginal, sem vergonha e outros adjetivos.
Eu concordo que o dependente químico, quando está sob o efeito da droga, torna-se perigoso, não só para ele, mas para a sociedade também, mas não é por esse motivo que vou compará-lo com um traficante. Eu acredito e digo por experiência própria que o dependente, nem sempre quis estar nessa situação, mas que, uma vez dentro dela, é difícil demais sair sozinho.
Sim, o dependente tem sentimentos, ele tem emoções, ele chora, ele quer sair! Ele é um ser adoecido e que por conta dessa doença, ele se torna nocivo, mas, isso não o torna menos digno de obter ajuda do que uma outra pessoa que esteja com uma outra doença.
Eu não estou aqui, defendendo os usuários, eu estou defendendo os dependentes que querem se tratar, aqueles que lutam diariamente contra suas vontades, aquele que em muitas dessa lutas acaba perdendo para si próprio e que depois tem que recomeçar tudo novamente, eu estou defendo essas pessoas, essas sim são dignas de atenção e cuidados.
Até onde você iria para ajudar alguém que escolheu o caminho errado em busca da tal felicidade? Em um mundo sofrido, perigoso e doloroso, eu senti na pele a dor de ver alguém querido tomar a decisão errada. Eu carreguei a minha própria nuvem de chuva enquanto decidi caminhar ao lado dele. Eu adoeci sem saber, uma doença tão perigosa quanto à dependência química. Eu me tornei uma codependente. E essa é a minha jornada, uma jornada de lágrimas, promessas, sofrimentos e vitórias.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Preconceito - Infelizmente é algo que não tem fim
Postado por
GIULLIANA FISCHER FATIGATTI
às
20:46
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Desabafos
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Oi,
ResponderExcluirOlha só este pré-conceito é o que estraga toda a humanidade, eu como co-dependente só consegui enxergar que meu Ex é doente quando ele foi pela segunda vez para uma casa de recuperação onde esta até agora e me ligou para me dar a noticia e disse " é agora vou começar tudo denovo", eu vi que ele não é diferente de mim quando digo que luto contra o excesso de peso, ja tres vezes emagreci quase que trinta quilos e agora estou novamente RECOMEÇANDO, eu entendo que ele tenha que decidir agora uma coisa que deve durar uma vida inteira mas que lutara dia apos dia e para mim não é diferente, quero ter saude fisica para uma vida inteira mas tem que ser a cada dia, e é muiiiiito dificil, se as pessoas num modo geral conseguissem comparar os vicios INOFENSIVOS que temos e tentar parar com eles verão que se estes são dificeis imagina o provocado por uma arma quimica.
Adorei a forma como fez a comparação, a prova de que não temos controle sobre tudo em nossas vidas e não podemos exigir ou achar que simplesmente é fácil parar de usar drogas, da mesma forma que emagrecer não é fácil, mesmo tendo força de vontade, parar tb não é...
ResponderExcluirQue bom que hoje você tem essa visão... parabéns e obrigada por participar do blog... vc tá lendo td mesmo né? rs
Beijos