Até onde você iria para ajudar alguém que escolheu o caminho errado em busca da tal felicidade? Em um mundo sofrido, perigoso e doloroso, eu senti na pele a dor de ver alguém querido tomar a decisão errada. Eu carreguei a minha própria nuvem de chuva enquanto decidi caminhar ao lado dele. Eu adoeci sem saber, uma doença tão perigosa quanto à dependência química. Eu me tornei uma codependente. E essa é a minha jornada, uma jornada de lágrimas, promessas, sofrimentos e vitórias.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
A família do D.Q. precisa de ajuda sim!
Hoje recebi o e-mail de uma pessoa gosto muito e que venho mantendo contato há alguns meses, ela leu meu livro, me procurou para contar sua história e desde então nos falamos sempre, deixei claro à ela que estarei aqui sempre que ela precisar.
Já conte sobre a sua história aqui no blog e hoje, não vou falar propriamente dela, mas sim de algo que ela me escreveu.
Resumidamente, ela namorava um D.Q, passou horrores por conta disso, sofreu com as consequências dos atos cometidos por ele e atualmente está tentando viver a sua vida normalmente.
Ela não está mais com ele, ele ainda não encontrou o "seu fundo do poço", ainda não admitiu precisar de ajuda para parar, ainda não quer parar, mas, mesmo assim, ela ainda tem contato com a família dele que está totalmente desesperada e sem saber o que fazer com a dependência dele.
Em seu e-mail, ela mencionou uma frase dita pela a mãe dele, ele quer sair da cidade onde mora, e a mãe diz para ela que prefere que ele o faça porque ela não aguenta mais essa situação.
Já sabem o que vou dizer não é mesmo? Não é só esse rapaz que está adoecido, a sua mãe e com certeza toda a sua família também, não é a primeira vez que ouço ou leio algo do tipo, a situação é tão desesperadora que nos vemos no ponto de desejar que o causador do problema saia de casa, da cidade, que não nos procure mais, ou pelo menos até que esteja bem, nós fugimos da verdade, tudo porque não sabemos como enfrentá-lo, tudo porque essa situação é tão desconhecida para nós que não temos a menor ideia do que podemos fazer para resolvê-la.
O que quero dizer com essa postagem, que peguei o gancho do e-mail dessa garota especial, é que enquanto a família não buscar ajuda e não perceber que ela precisa de ajuda por ela e não pelo D.Q, ela vai estar fardada a repetir os mesmo erros, a sentir os mesmos medos, a ter as mesmas frustrações e decepções, porque ela não fez nada para evitar que isso se repita.
Desejar que o "problema" desapareça é normal, mas, não é saudável, não é sintoma de serenidade, serenidade é aprender a lidar com o problema ao ponto de que mesmo que ele ainda esteja presente em sua vida, você seguirá em frente sem mudá-la por conta dele, sem se destruir por conta dele.
Nós, codependentes em recuperação não prometemos e nem garantimos que a recuperação de um dependente químico é certa, mas, nós que hoje estamos em recuperação, podemos afirmar que quando se busca ajuda, há uma mudança considerável em nossas vidas, mesmo aquelas que ainda estão com seus D.Q. na ativa.
Aprendemos a encontrar o equilíbrio no meio do mar turbulento e isso é o mais importante.
Boa semana!
Postado por
GIULLIANA FISCHER FATIGATTI
às
18:00
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Desabafos
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Isso ai Giulli! A familia é umas das chaves do sucesso de uma recuperação.
ResponderExcluirÉ tão dificil para a familia entender que também está adoecida, que mudando o foco para sua propria recuperação, estará ajudando diretamente seu DQ.
Lindos esclarecimentos amiga, amo passar por aqui, e amo você também!!!
Beijão e lindo dia!