Até onde você iria para ajudar alguém que escolheu o caminho errado em busca da tal felicidade? Em um mundo sofrido, perigoso e doloroso, eu senti na pele a dor de ver alguém querido tomar a decisão errada. Eu carreguei a minha própria nuvem de chuva enquanto decidi caminhar ao lado dele. Eu adoeci sem saber, uma doença tão perigosa quanto à dependência química. Eu me tornei uma codependente. E essa é a minha jornada, uma jornada de lágrimas, promessas, sofrimentos e vitórias.
domingo, 2 de outubro de 2011
Entendendo a dependência química!
Na rua onde moro, bem no final da rua, mora um homem que há anos vive cambaleando bêbado pelo bairro, ele sai de um bar e vai para o outro e depois para outro e por aí vai. Quando ele está indo para a casa dele e vê algum morador na rua, sempre para para papear um pouquinho.
Esse homem, que nem o nome eu sei, mesmo morando nessa rua desde pequena, tem 3 filhos que moram no mesmo terreno que ele junto com a ex-esposa dele, uma mulher que já sofreu muito com a dependência química do marido.
Eu tenho vergonha em admitir que por muito tempo, quando eu não entendia nada sobre a dependência química, eu via esse homem como um vaga-bundo, alguém que não quer nada da vida, que não sai da porta de um bar, mas, hoje, devido a tudo que passei e tudo o que venho aprendendo com os outros blogs, sou grata por ver esse homem de uma forma diferente.
Sábado eu estava dentro do meu carro, na frente de casa, esperando meu marido, o vidro estava aberto e eu estava distraída quando assustei com a voz desse homem pela janela: - Que Deus te abençoe!
Eu olhei para ele e disse Amém, que Deus abençoes o senhor também, confesso que eu fiquei meio assustada na hora, e ele continuou: -Eu tô caindo de bêbado, já bebi bastante hoje, mas é de coração que eu quero que Deus te abençoe.
Nesse momento, eu não estava vendo mais um bêbado na minha frente, eu estava vendo uma pessoa doente, que havia perdido tudo na vida e que não havia encontrado ainda motivos para sair do fundo do seu poço.
Eu fiquei feliz por ter conseguido mudar a imagem daquele homem em minha mente, eu fiquei feliz por não vê-lo mais como um desocupado que fica tomando todas em um bar.
Hoje, antes de julgar, eu penso que aquele homem, ou qualquer outro homem que está enfiado dentro de um bar todas as noites quando volto do trabalho, pode estar adoecido assim como o meu ex-namorado estava adoecido pelo crack.
Hoje, graças à tudo o que venho aprendendo aqui, graças às histórias do amigo Adicto em Recuperação, SPH, Jorge Alberto e tantos outros, eu percebo que fui injusta demais no passado ao julgar alguém que estava caindo de bêbedo.
Um dependente químico não precisa de ninguém julgando-o, a sua própria condição já é o seu julgamento, um dependente químico precisa de esperança, oportunidade, de que tenham fé nele...
Só por hoje, eu compreendo a dependência química e livro-me de todo pré-julgamento...
Uma ótima semana para nós!
Postado por
GIULLIANA FISCHER FATIGATTI
às
18:23
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Marcadores:
Desabafos
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as pessoas deveriam levar isso mto a sério
ResponderExcluirSó por hoje, eu compreendo a dependência química e livro-me de todo pré-julgamento...
amem.
fiz um blog tá..
bjs
Adriana
Muito boa a historia, infelizmente nem todos pensam como a gente, eu já discutir com uma colega sobre isso, é muito complicado as pessoas entender que eles estão doente!
ResponderExcluirBeeijão Giu
Adriana e Jé a falta de informação impede que as pessoas entendam que trata-se de uma doença, essa é agrande verdade...
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