segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Entrevista com Luciano - Hoje Conselheiro terapêutico, ontem, um dependente químico.


Olá pessoas! Espero que estejam todos bem, desfrutando de bons momentos, só por hoje!


Hoje trago para vocês uma entrevista super sincera e real com a intenção de mostrar mais uma vez que a recuperação existe sim.

Ele hoje é conselheiro terapêutico, especializado na área e desenvolve trabalhos voltados à recuperação do dependente químico.

NOME: Luciano Brasil Martins Soares
IDADE: 36 anos
TEMPO DE ADICÇÃO: 20 anos
TEMPO EM QUE ESTÁ EM RECUPERAÇÃO: 7 meses
DROGAS EM UMA PALAVRA: Trevas
FAMÍLIA EM UMA PALAVRA: Tudo
ESPIRITUALIDADE EM UMA PALAVRA: Vida
VOCÊ EM UMA PALAVRA: Intenso


Valeu a Pena: Luciano, em minhas leituras ao longo dos anos, pude constatar que em muitas vezes, não sempre, mas em muitas, o Adicto já está adoecido antes mesmo de provar a sua primeira droga, às vezes por falta de estrutura na família, ou problemas de baixa auto-estima e por aí vai. Você atribui o fato de você ter começado a usar drogas a alguns desses fatores? Você acha que teve um motivo que naquele determinado momento parecia ser uma boa justificativa?

Luciano: Bom, primeiramente quero agradecer a Deus e posteriormente a você pela oportunidade que está me concedendo em relatar a minha vida como um adicto pesadíssimo e assim sendo, mostrar para a humanidade que é possível entrar em recuperação e ter uma vida saudável em todos os âmbitos: social, espiritual, mental e físico.
Como devemos saber, existem dois fatores que contribuem para o desenvolvimentos de um adicto antes mesmo que ele use a primeira droga ou que beba o seu primeiro gole. Os fatores são:

FSA= Fator sócio ambiental, caracterizado pelo ambiente em que nasci, que mesmo sendo um ambiente de classe social A, minha família era disfuncional com meu pai alcoólatra e uma mãe extremamente nervosa devido a sua codependência que já se instalava nos idos da década de 70 quando eles vieram a contrai isso o que os homens chamam de matrimônio. Esse ambiente contribuiu muito para que eu me tornasse um adicto pois as brigas eram muitas. O outro fator é o:

FA= Fator genético do qual meu pai como já disse é alcoólatra e creio eu na minha santa ignorância que herdei a predisposição para o uso compulsivo de substâncias que alterem o meu humor.


Valeu a Pena: Quais foram os momentos mais cruciais enquanto a sua adicção estava ativa?

Luciano: Digamos que foram vários os momentos mais cruciais, pois, o crack fez parte do meu dia a dia durante exatos 20 anos e nesse interim eu me vi morando nas ruas, esgotos, cadeia, postíbulos, praças, viadutos, roubando, furtando, me prostituindo. Perdi 2 clínicas do qual era dono e tinha médicos profissionais ao meu comando, perdi um emprego na rede VW, parei no quarto ano de direito, 4 casamentos e um filho

Valeu a Pena: Você precisou chegar ao chamado Fundo do poço para perceber que estava doente e precisava de ajuda? Como foi?

Luciano: Precisei morar nas ruas e não poder mais voltar para nenhuma casa de familiares pois, não abriam
as portas, passava na frente da clínica do meu pai e me colocavam para fora, ligava para mana e ela desligava, esse foi um dos pontos finais, outro foi quando cheguei em casa e meu filho estava no carro da mãe dele e eles indo embora com o caminhão de mudança na frente do carro e eu ajoelhado na rua chorando e implorando para eles não irem e eles indo e meu filhinho com a cabecinha olhando pra trás, pelo vidro traseiro acenando e mandando beijinhos.

Isso foi o ponto final, perdi ali o meu filho amado que eu lavava roupa, fazia papinha, trocava fraldas e contava história de ninar.

Valeu a Pena: E quanto às internações, o que você acha? Passou por alguma?

Luciano: Quanto as internações, nenhuma adiantou, só a última pois é a que realmente eu decidi só por hoje parar. Passei por 30 internações no total.

Valeu a Pena: E internações involuntárias, você acha válido?

Luciano: Muito válido foi através desta última que estou só por hoje em recuperação apesar de ter ido por vontade própria no segundo dia queria ir embora e me levaram para uma involuntária a mando da minha mana.

Valeu a Pena: Algo que pouco se fala, mas que é um fato comprovado é que o D.Q. quando está em recuperação, nos primeiros meses, acaba trocando uma compulsão pela outra, ou seja, ele transfere a sua compulsão pela droga por comida, sexo, a até mesmo religião. Você concorda com essa afirmação? Você se viu alguma vez inserido nesse quadro?

Luciano: Sim, concordo. Namorei uma moça e logo terminei pois na noite das 22 até as 10 horas foram 10 relações e isso é algo que pode me derrubar, me centrei novamente e terminei mesmo. Então, com certeza temos que nos vigiar para não trocar uma compulsão por outra e depois voltar para as drogas.

Valeu a Pena: OS doze passos, você os seguiu? Acredita na funcionalidade dele?

Luciano: Sou um seguidor dos 12 passos e defensor, pois, com ele estou em recuperação e acredito só por hoje na funcionalidade dele, pois está salvando milhões de vidas.

Valeu a Pena: É sabido que a família e/ou os mais próximos acabam se tornando codependentes do Dependente Químico, criando um ciclo vicioso onde a própria família cria justificativas para o que ela está passando e com isso, muitas vezes o codependente sem querer acaba prejudicando o D.Q. Em sua opinião, hoje que você está do lado de cá, o que um codependente não deveria fazer? O que ele faz achando que está ajudando e no fim só está piorando a situação?

Luciano: O que não deve fazer? Ajudar o adicto a usar droga, dar dinheiro, pagar traficante, abrir a porta da casa a noite, emprestar o carro, ir na boca, deixar usar em casa, tirá-lo da cadeia, dar comida, deixá-lo morar em casa sem ajudar em nada.

Valeu a Pena: Para você, qual é a importância dos grupos de auto-ajuda na recuperação do Adicto e na permanência dele nessa nova condição: A de um dependente em recuperação?

Luciano: É essencial para o adicto frequentar um NA ou AA, escolher uma espiritualidade, ter um padrinho ou uma madrinha.

Valeu a Pena: Qual é o papel da sua família na sua recuperação diária?

Luciano: O papel da minha família é fundamental hoje, pois eles me dão amor, estrutura e seu que posso contar com eles a hora que precisar, pois, sozinho eu não consigo.

Valeu a Pena: Qual é o papel da Espiritualidade na sua recuperação?

Luciano: É através de um poder superior maior que para mim é Deus que consigo só por hoje ter forças para continuar e que consigo exercer os doze passos corretamente e consigo ver e sentir as bençãos que Deus me dá a cada dia, como por exemplo estar respondendo estas questões, eu seu que é Ele agindo aqui em mim e aí em você.

Valeu a Pena: Luciano, hoje, o que você já conquistou após ter decidido viver sem as drogas? O quanto a sua vida mudou. Exemplifique para nós, para que outras pessoas possam ver que existe vida após as drogas.

Luciano: Hoje sou amado pela minha família, posso entrar e morar em todas as casas, meus familiares me querem por perto, minha ex, meu filho passa finais de semana comigo, dirijo os carros da família, tenho roupas boas, celular, perfumes, encontrei e conheci Jesus Cristo, sou pregador de comunidade, conselheiro terapêutico, registrado em carteira, trabalho na soconsult, vou à congressos como o do dia 31 de Agosto que é o mundial de drogas e psicode, faço cursos como o da Febract, voltou a minha sanidade através de Deus, acordo sem ressaca moral e física, sou bonito por fora e por dentro, enfim, se eu for enumerar fico até amanhã (rs).

Valeu a Pena: Em algumas palavras, defina a Oração da Serenidade, o que ela significa para você?

Luciano: Significa simplesmente que tenho que aceitar as pessoas como são, pois não as posso modificar e devo ter coragem suficiente para me modificar, pois, é o que preciso.

Valeu a Pena: Eu sei que quando entramos em recuperação, tanto ao dependente químico quanto o Codependente, aprendemos a viver o Só por hoje, mas, acredito que isso não significa que não podemos ter sonhos com amanhã, então, qual o seu sonho em termos de futuro? Vivendo um dia de cada vez, aonde pretende chegar?

Luciano: Querer ser um grande homem no sentido de ajudar o máximo de pessoas com meu testemunho e me aprimorar em cursos, faculdade de psicologia e sendo assim, a princípio trabalhar em clínicas de recuperação e quero escrever um livro um dia, com a ajuda de alguém, pois sozinho eu não consigo, quero casar com uma mulher boa, quero ser o herói para o meu filho depois de Deus, quero nunca mais só por hoje ser chamado de monstro, lixo, louco, doido e etc e ser amado pela minha família.

Valeu a Pena: Fique à vontade para fazer as suas considerações gerais e comentar o que acha ser importante na recuperação de um dependente.

Luciano: Quero agradecer a você por estar nessa luta para ajudar os codependentes e dependentes. O mais importante na recuperação é o AMOR. Doses de amor, assim como alguns precisam de remédios, nós precisamos de amor, pois sem o amor não iremos conseguir nada, então, amem seus filhos, esposos, mas é um amor exigente, amem quando merecerem e amem mais ainda quando não merecerem mas amem exigindo que correspondam esse amor.

Então, o amor é o principal instrumento para um adicto permanecer em recuperação.

Valeu a Pena: Se quiser deixar seus contatos, e-mail, Facebook e por aí vai, fique à vontade!

Luciano: Deixo os meus contatos para palestras, clínicas e ou novas propostas de trabalho:

MSN/e-mail matinluciano14@hotmail.com
Facebook: pequenogafanhoto07@hotmail.com
Fone (19) 9288-0221

Valeu a Pena: Obrigada Luciano, pelo seu tempo e sinceridade ao responder as perguntas para o blog, sei que estamos (eu e todas as companheiras e companheiros de blogs) mais um aliado na luta contra esse mal.


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Reportagem sobre o livro Jornal Mais Expressão

Olá pessoas!!! Espero que estejam bem, em paz, desfrutando de bons momentos, só por hoje!

E por falar em hoje... Saiu uma matéria no jornal daqui da minha região sobre o livro, adorei o resultado e a repercussão que a matéria está tendo.

A versão impressa do jornal é distribuída gratuitamente aqui na região e o alcance do jornal é grande e positivo.

Para quem quiser ler, é só clicar na imagem abaixo, que vai abrir o site do jornal com a matéria.



Aproveito também para divulgar o FACEBOOK do livro, quem quiser curtir, é só clicar na imagem abaixo:

E por fim, o link para as regras da promoção valendo um exemplar do livro:

http://www.livrovaleuapena.blogspot.com.br/2012/07/mais-um-ano-de-vida-mais-uma-promocao.html

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Eu Espero!


Eu espero que seus dias sejam iluminados e suas noites sejam protegidas pelo Universo.
E que seus pés os leve para cada estrada que você queira ir
E se você se deparar com uma escolha a fazer
Eu espero que você escolha aquilo o que mais tem importância para você
E se as dificuldades aparecerem
Espero que você persista
E se uma porta se fechar
Espero que você continue buscando uma janela.

Espero que você tenha sonhos e que eles sejam grandes
E que não desista deles,
E se você tiver preocupações, que elas sejam pequenas

Espero que você encontre o seu caminho
E que não demore para isso acontecer
Espero que o peso que você tenha que carregar não seja maior do que o peso que você possa suportar

E quando você estiver voltando para o seu caminho
E é só uma questão de tempo, eu sei que isso vai acontecer
Eu espero que você encontre alguém que o ame
E que tenha os mesmos sonhos que você

Eu espero que você nunca olhe para trás se martirizando, mas, que nunca se esqueça das pessoas que amou você
Eu espero que você perdoe, se perdoe e nunca se arrependa, seja bom ou ruim, apenas aprenda
E que você não só seja ajudado, mas que também ajude alguém sempre que puder
E que você agradeça a Deus por cada erro e lição aprendida

E sim, esse é o meu desejo,
Eu espero que você seja feliz, afinal, você veio à esse mundo para ser feliz e não para sofrer!

Eu espero verdadeiramente que nesse momento o Universo esteja operando e conspirando para a sua recuperação e só por hoje, eu espero que o meu desejo de que você seja feliz, se realize.





domingo, 19 de agosto de 2012

Apenas Surtar!


Olá, são aproximadamente duas da tarde de um lindo domingo ensolarado aqui na minha cidade e eu me dei o direito de reservar algum tempo para vir escrever aqui no blog.

Eu estava a poucos minutos atrás lavando a garagem da minha casa quando ouvi um grito estridente de uma mulher, seguido de um barulho de porta batendo e depois mais um grito, eu olhei pelo meu portão e vi uma vizinha, uma moça de seus 28 anos eu acho, que mora poucas casas a baixo da minha, ela parecia estar descontrolada, entrou em seu carro e pude ouvir mais um grito e uma batida na buzina. Pensei que ela ia sair com o carro naquele estado, mas ela apenas permaneceu ali, dentro do carro e mais nada.

Eu voltei a lavar a garagem e pensei comigo: - É apenas um momento de surto, as pessoas surtam às vezes...

Logo após esse pensamento, me veio a mente a época em que eu estava com o Anjo Gabriel e de imediato pensei: - As pessoas surtam às vezes, menos eu...

Pois é, durante um ano da minha vida, quando estava deixando de ser adolescente e passando a ser mulher, com meus 18 anos, eu convivi diariamente com a situação limite me testando, eu tive vários motivos para  SURTAR, para gritar, para me descabelar, para me atirar no chão e de lá não sair mais, mas, eu não fiz nada disso, tirando as lágrimas que escorriam pelos meus olhos no silêncio da minha cama, no escuro do meu quarto, eu nada mais fazia, nenhuma reclamação para ninguém, nenhuma lamentação, eu havia escolhido passar por aquilo e ninguém era obrigado a ouvir minhas frustrações.

Mas, por que achamos que ninguém pode nos ver surtando, por que temos que ser sempre tão fortes quando a situação nos permite e às vezes até exige que sejamos fracas?

Essa é uma características da Codependente, nós não nos damos o direito de sermos fracas porque sabemos que tem alguém que precisa que sejamos fortes.

Pessoas normais podem ter pequenos surtos, mas, nós, nós não, afinal, não somos apenas pessoas normais, vamos além da normalidade quando nossa fé e nossa força é testada e medida, sentimos a obrigação de amar e proteger e até mesmo de passar por cima de nossos sentimentos e nossa emoções para que possamos cumprir com o nosso papel de esposa, namorada, mãe ou amiga.

Vejo nos blogues de amigas que sigo, situações descrita por elas, que com certeza pessoas "normais" já teriam surtado, gritado, esperneado, sem medir sequer as consequências do seu surto momentâneo, mas, essas mulheres não fazem isso porque sentem a necessidade de se manterem firme, porque seu dependente químico é que está surtando naquele momento.

Pois é, vai aqui o conselho de quem também já sofreu muito por achar que não merecia o seu próprio momento de surto:

  •   Se for necessário, surte, grite, coloque para fora, extravase!

Por um bom tempo eu achei que encontrar a serenidade era me manter firme em todas as situações, me manter quase que apática às situações limites, hoje, eu entendo que encontrar a serenidade é me dar o direito de sentir quando isso for para me ajudar a me curar dela, é me permitir chorar quando tudo o que me resta no momento são as lágrimas, é colocar para fora aquilo que sei que dentro de mim não pode ficar.

Encontrar a serenidade é ter a sabedoria para distinguir quando é o momento certo de surtar, é saber que se aquele é o momento certo, algo de bom vai acontecer como consequência da minha explosão de sentimentos.

Só por hoje eu vivo a serenidade na minha vida e só por hoje, eu me dou o direito de SURTAR se isso significar encontrar a serenidade em seguida.

Bons momentos amigas guerreiras e lembrem-se, não precisamos sermos fortes 24 horas por dia, não temos que ser.


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Vagando no deserto!


E foi em um momento de distração minha que ele desapareceu, como uma brisa que passa por nós silenciosamente, ele seguiu rumo ao seu pote de ouro atrás do arco-íris.

As estrelas já haviam alcançado o céu no momento da sua fuga, a lua de prata brilhava em sua majestosa aparição, pendurada entre as estrelas. O ar era quente, a rua estava silenciosa, as luzes das casas ao redor já haviam se apagado, provavelmente todos já tinham ido dormir, era tarde, tarde o suficiente para sentir minha espinha se contorcer quando dei falta dele dentro de casa, tarde o suficiente para sentir o meu estômago congelar com medo de que algo pudesse acontecer com ele durante a sua jornada pelas ruas escuras da cidade em busca daquilo que iria lhe trazer alívio e lhe satisfazer. Era tarde o suficiente para eu saber que nada poderia ser feito a não ser esperar.

E a espera foi longa, cruel, esmagadora. A dúvida, o medo, o desespero me consumiam a cada segundo, a cada volta do ponteiro em meu relógio. A agonia foi a minha companhia durante aquela noite em que meu sono, minha paz, minha tranquilidade haviam me abandonado e eu fiquei a espera de uma notícia dele noite adentro, a espera de um telefone, desejando ouvir mais uma vez o toque horripilante do meu telefone, que me fazia paralisar e estremecer toda vez que soava e que ele não estivesse em casa. A dúvida em relação ao que eu poderia ouvir ao atender o telefone me entorpecia, o medo da notícia ruim, a esperança da notícia boa.

E não precisou mais que dois assombrosos toques para que eu disparasse em direção àquele fazedor de barulhos fantamasgórico e me atirasse para pegá-lo como uma águia em busca de sua comida.

Sua voz tremula, baixa, era quase que inauditível, era como um sopro em uma montanha.

Eu fui para o portão. A lua ainda brilhava no céu, mas, já dava indícios de que logo iria passar o seu posto para o astro-rei Sol, estava amanhecendo. Eu havia passado a noite em claro. Mais uma noite em claro.

Mas, aquilo já não era mais importante, porque do momento em que eu ouvi a sua voz até o momento em que eu o vi chegar, a única coisa que pareceu fazer sentido era que havíamos sobrevivido eu e ele a mais um dia. Ele havia sobrevivido após ter se auto-flagelado com as drogas e eu havia sobrevivido após ter passado por mais uma noite mergulhada em desespero.

A única coisa que importou, foi vê-lo parado no portão, com olhos perdidos, como se estivesse vagado a noite toda pelo deserto.



Prorrogação do sorteio!



Olá pessoal, hoje era para ser o dia do nosso sorteio, porém, nessa última semana recebi alguns e-mails de algumas leitoras pedindo mais um tempo para escreverem, a princípio, eu ia fazer o sorteio hoje e quem escrevesse depois dessa data, iria ter o texto no E-Book somente, mas, acho que não custa esperarmos mais alguns dias, então, se me permitem, estou prorrogando para até o final do mês, dia 30.

Aproveitem esse tempo extra e contribua com o nosso livro!

Clique aqui para conhecer as regras: Regras

Boas 24 horas!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Inimigos de nós mesmos!


Nesse post vamos falar sobre o nosso maior inimigo - Nós mesmos!

Nós temos a capacidade de jogar para o ar tudo aquilo que sempre almejamos justamente quando estamos bem próximo de alcançar.

Fazemos isso com nós mesmos constantemente, sempre em que estamos felizes, realizados, seguindo um caminho onde colheremos ótimos frutos, pimba, algo acontece e voltamos para a estaca zero. E o pior, não é algo que vem, desfaz tudo o que você construiu mentalmente, fisicamente e vai embora, ela é cíclica, vai e volta, é um COMPORTAMENTO REPETITIVO.

Infelizmente, só aprendemos a lidar com ela, passando por ela, há momentos em nossas vidas em que percebemos que chegou a hora de mudar, seja de estilo de vida, de cidade, de namorado ou marido, de profissão eu até mesmo de nome e aí, pouco tempo após essas mudanças, nos pegamos cometendo os mesmo erros do passado, repetindo os mesmos padrões, tendo os mesmos pensamentos e mesmos sentimentos. Isso acontece porque embora nos sentimos prontos para as mudanças e queremos de fato mudar, o nosso inconsciente ainda não nos permitiu mudar!

Somos constantemente bombardeados com frases "negativas", "destruidoras" e nem nos damos conta disso,  um exemplo disso é a frase clássica que ouvimos desde pequenos - Não fale com estranhos! Crescemos ouvindo essa frase, e quando estamos entrando na fase adulta sentimos o peso da mesma em nossas vidas, pois, a cada vez que conhecemos uma pessoa nova, o nosso cérebro nos manda uma mensagem de alerta vermelho e nos faz  nos sentir ameaçados.

A princípio, levamos isso como um desafio e tentamos seguir adiante, começamos um novo relacionamento por exemplo, nos sentimos preparados para as novas experiências, mas, quando surgem as primeiras dificuldades, o nosso cérebro se encarrega loga de nos mandar as velhas mensagens destruidoras, do tipo " Eu sabia que isso ia acontecer", " Eu te avisei" " Eu disse que falar com estranhos é perigoso"...

Quando situações como essa acontecem, sem percebemos, estamos criando armadilhas para nós mesmos, cada vez que desconfiamos da nossa capacidade de seguir em frente, de superar obstáculos, alimentamos dentro de nós um sentimento de fragilidade, de covardia, que bloqueia nossas emoções e atitudes.

Ficamos engessados em nosso próprio corpo e mente.

Esse quadro só pode ser revertido, quando paramos de nos iludir com soluções irreais e passamos a encarar os fatos de frente, tal como são, assim, libertamos nossa mente dos conceitos que foram embutidos com o passar dos anos.

Somos de fato, o nosso maior inimigo, temos uma grande capacidade em nos autosabotar, e esse comportamento repetitivo só vai mudar, quando enfrentarmos de frente os nossos medos e buscarmos entender os motivos que nos levam a desistir de algo justamente quando estamos próximos a conquistá-los.

Não tenha medo de você, não tema se conhecer a fundo, as respostas para as perguntas que mais lhe indagam não estão em outro lugar se não dentro de você.

Temos dentro de nós a sabedoria e a coragem para escolhermos sermos donos de nós mesmos, responsáveis pelos nossos atos, basta que busquemos essa versão de nós mesmos e façamos ela aflorar em nossas vidas.

Seja o escritor da sua história, seja o pintor da sua tela, seja o compositor da sua música, seja dono de seus atos e não deixe que eles o dominem!

Boas 24 horas!




sábado, 11 de agosto de 2012

Recaídas!


Eu afirmo que a minha recuperação começou de fato após eu ter escrito o livro, foi digitando e revivendo cada linha contida nele que pude enxergar com clareza os erros cometidos, as insanidades que fiz, os momentos de fraqueza e os de superação também.

Percebam que o livro foi escrito 8 anos depois que tudo aconteceu, foram oito anos vivendo bem, porém, não vivendo em paz comigo mesma, porque a paz eu só encontrei quando ao reviver tudo novamente, pude me perdoar por tudo o que fiz e o que não fiz.

O livro foi lançado em fevereiro de 2011, ou seja, estou em recuperação cerca de 1 ano e meio e esse tempo, em comparação aos 8 anos pode parecer pouco, mas, não é, porque como pessoa, eu melhorei muito, eu mudei, eu evolui. Mas, como sempre tem um "mas", isso não significa que eu esteja 100% bem em 100% dos momentos.

Eu tenho os meus momentos de recaídas.

E a noite passada foi uma delas.

O sono me fugiu e infelizmente, quando isso acontece é porque algo está me incomodando e de fato, estava.

Vocês que me acompanham desde o começo podem até me darem bronca pelo o que vou dizer, eu mereço, eu preciso de que me tragam à realidade nesses momentos meus, mas, eu também preciso viver esses momentos para que eles passem de vez, sem deixar rastros.

Ontem, mais uma vez, digitei o nome dele no Google com a intenção de ver se tinha mais alguma informação, para ser sincera, não encontrei nada de relevante, apenas abri um processo que acho que deixei passar quando fiz isso pela primeira vez (na postagem De repente o chão sumiu), a data dele era de 2010 e nele tinha o endereço do "Gabriel", um endereço totalmente desconhecido para mim, mas, que faz todo sentido para a realidade atual dele.

Ele estava morando em uma favela em São Paulo, procurei no Google Street View a rua e pude ver o lugar que a princípio, parece ser o começo de uma favela, de um bairro simples de uma cidade grande.

Iniciei o meu processo de flash back nesse momento, um processo desesperador de volta ao passado, não para revivê-lo, mas, para tentar entendê-lo. Para ver se algo havia me escapado em minhas lembranças, para ver se eu havia fantasiado algo em minha mente, porque pensar que o Anjo Gabriel, aquele que fora capaz de fazer aflorar em mim o meu melhor hoje é alguém totalmente desconhecido para mim, me dói demais, me castiga e me tortura.

É doloroso para mim saber que alguém cujo a sua essência eu conheci, alguém cujo o coração era grande e generoso, alguém cujo o olhar angelical era encantador, hoje se encontra em um estado de vida deplorável escolhido por ele mesmo.

E é mais doloroso ainda encarar a realidade e perceber que as chances dele de sair dessa vida são poucas. Eu não posso ser hipócrita ao dizer que "se ele quiser ele saí, se ele quiser de verdade ele consegue", porque  eu sei que ele "desligou" as suas emoções no momento em que o crack o dominou por completo e com isso, ele não é capaz de sentir vontade alguma de sair dessa vida, porque com os seus sentimentos desligados, ele hoje não deve ter expectativa nenhuma de uma vida diferente, por isso, dizer que se ele quiser ele sai, é utópico para mim, não é como dizer que se uma pessoa realmente quiser emagrecer ela consegue, isso sim é possível, porque a pessoa será movida pela força de vontade, pela vontade de mudar, mas, para alguém que já não tem perspectiva de vida, só um MILAGRE para trazê-lo de volta à vida, para lhe dar suporte, amor, carinho, atenção e motivação.

E é isso o que me corrói, é tentar aceitar que a vida é assim e tentar conviver com a ideia de que eu nada posso fazer para mudar a vida dele, um ser-humano, um filho de Deus, do Universo, assim como eu, um anjo caído...

Eu fui dormir no alto da madrugada e orei por ele, chorei e pedi para Deus que se tiver algo que eu possa fazer para ajudá-lo, que o Universo me mostre, que estou aqui disposta a ajudar um filho de Deus.

E aqui estou eu, partilhando com vocês, porque isso é a minha RECUPERAÇÃO!

Boas 24 horas para nós, mais um dia, só por hoje, eu aceito que nesse momento, o que posso fazer, está sendo feito.

***** PARTICIPEM DA PROMOÇÃO DO BLOG E CONCORRAM A UM EXEMPLAR DO LIVRO VALEU A PENA - A JORNADA DE UMA CODEPENDENTE ***** Clique aqui!





terça-feira, 7 de agosto de 2012

O Silêncio dos Lobos - Aldo Novak



Olá pessoas, o texto abaixo é um texto que eu particularmente gosto muito, escrito por uma pessoa que para mim é referência, acho que para nós, que aprendemos a buscar a serenidade sempre, vem bem a calhar, as palavras nos ( ) são complementos meus ao texto, não que precisasse, mas, é a minha versão, o meu toque ao texto que tanto gosto.

Espero que gostem!


Pense em alguém que seja poderoso. (pense em você por exemplo)

Essa pessoa briga e grita como uma galinha, ou olha e silencia como um lobo? Lobos não gritam. Eles têm a aura de força e poder.Observam em silêncio. Somente os poderosos, sejam lobos, homens e mulheres, respondem a um ataque verbal com o silêncio (isso é manter a serenidade). Além disso, quem evita dizer tudo o que tem vontade, raramente se arrepende por magoar alguém com palavras ásperas e impensadas (não significa guardar para você o que não lhe faz bem, significa não falar no momento da raiva, esperar o momento sereno para se pronunciar).

Exatamente por isso, o primeiro e mais óbvio sinal de poder sobre si mesmo é o silêncio em momentos críticos (sabemos e muito bem como isso é difícil, mas, também sabemos que é possível, somos guerreiros e guerreiras, passamos por situações e fomos testados de diversas formas).

Se você está em silêncio, olhando para o problema, mostra que está pensando, sem tempo para debates fúteis. Se for uma discussão que já deixou o terreno da razão, quem silencia mostra que já venceu, mesmo quando o lado insiste e, gritar a sua derrota. (manter a serenidade sempre)

Olhe. Sorria. Silencie. Vá em frente. (confie)

Lembre-se que de que há momentos de falar e momentos de silenciar. Escolha qual desses momentos é o correto, mesmo que tenha que se esforçar para isso. Por alguma razão, provavelmente cultural, somos treinados para a falsa idéia de que somos obrigados a responder a todas as perguntas e reagir a todos os ataques. Não é verdade! (não mesmo, é uma questão de escolha). Você responde somente ao que quer responder e reage somente ao que quer reagir. Você nem mesmo é obrigado a atender o seu telefone pessoal. Falar é uma escolha (as escolhas novamente) e não uma exigência, por mais que assim o pareça.

Você pode (sim) escolher o silêncio. Além disso, você não terá que se arrepender por coisas ditas em momentos impensados como defendeu Xenocrates, mais de trezentos anos antes de Cristo, ao afirmar: " Me arrependo de coisas que disse, mas jamais do meu silêncio".

Responda com  silêncio, quando for necessário. Use sorrisos, não sorrisos sarcásticos, mas reais. Use o olhar, use um abraço, use qualquer outra coisa para não responder em alguns momentos (e esse é o teste). Você verá que o silêncio pode ser a mais poderosa das respostas. E, no momento certo, a mais compreensiva e real delas.

Texto: Aldo Novak.



domingo, 5 de agosto de 2012

Doenças antes da doença. Bipolar!


Muitos sabem que uma boa porcetagem dos dependentes químicos, antes de se torarem dependentes, eram portadores de uma ou várias outras doenças, às vezes, essas doenças só vieram a ser diagnosticadas após a adicção, mas, isso não significa que ela ou elas não estivessem lá, enraizadas no indivíduo.


  • Um estudo diz que 60% dos bipolares passam por problemas com drogas, ou seja, um bipolar é um adicto em potencial.


O Transtorno Bipolar do Humor, conhecido até pouco tempo atrás como Psicose Maniáco-Depressiva é uma dessas doenças, até pouco tempo atrás, pouco se ouvia sobre ela, mas hoje, é muito comum ouvirmos a palavra Bipolar seguida da palavra "Eu sou" ou "Ela/Ele é".

Vamos entender um pouco como funciona essa doença.

Se manifesta na forma típica de euforia-depressão, mas, ao contrário do que muitos pensam, essa doença não afeta apenas o emocional do indivíduo, ela prejudica também a relação do mesmo com as outras pessoas, nas relações sociais e profissionais e pode também levar o indivíduo a cometer um suicídio ou até mesmo homicídio.

A doença mexe também com o rítmo biológico (sono), o metabolismo (apetite), a energia física (cansaço ou hiperatividade) e até mesmo com a capacidade de pensar. Entretanto, a característica mais marcante de quem tem TBH é a impulsividade na forma de atitudes impensadas e comportamentos descontrolados, relacionados com comida, prazer, compras, sexo e DROGAS.



  • Percebam que a COMPULSÃO está presente tanto nessa doença quanto na adicção.


A palavra Bipolar vem devido a constante alternância de humor, que vai de uma alegria contagiante e eufórica até a irritação e depressão.

As causas biológicas se dão por problemas de neurotransmissores, nos sistemas noradrenérgico (responsável pela manutenção e ativação do organismo, mantem o controle e a capacidade de reagir de forma flexível), sistema serotonérgico (responsável pelo humor e sensação de bem-estar) e dopaminérgico ( adaptação)

Existe também as causas genéticas, onde um dos pais, se portadores da doença, podem passar para os filhos.

E por fim, as causas psicossociais, quando os acontecimentos vitais estressores podem proceder os primeiros episódios do transtorno bipolar e podem provocar alterações nos estados funcionais dos vários sistemas neurotransmissores. Como exemplos, dificuldades financeiras, doença na família, perda de uma pessoa importante, desestruturação familiar entre outros, podem contribuir para o desencadeamento da doença.

A importância de conhecermos essa doença é que ela é de fácil reconhecimento, muito mais fácil do que a dependência química, que quando percebemos já está em estágio avançado, e por isso é mais fácil o diagnóstico a fim de se evitar que a dependência possa se desenvolver no indivíduo com o Transtorno Bipolar.



Pessoal, o prazo da promoção está acabando, vamos participar!!!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Vagas para internação!

Pessoal,

O Nelson Hossri, acho que todos que me acompanham sabem sobre ele, postou agora pouco a seguinte nota e achei mais do que minha obrigação postá-la aqui:


ATENÇÃO

Caros colegas:
Venho por meio deste comunicá-los que a Unidade de Dependência de Drogas-UDED-Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo -UNIFESP, está oferecendo tratamento psicoterápico gratuito, associado à medicação para dependentes de crack e/ou cocaína.
Os critérios de inclusão são: homens, com idades entre 18 e 50 anos, usuários de Cocaína e/ou Crack.
Os interessados devem entrar em contato no telefone : (11) 5549-2500 e agendar avaliação.
Endereço da UDED-Rua Napoleão de Barros, n.1038 - Vila Clementino (referencia estação Sta Cruz do metro).
Peço por favor que repassem este comunicado a todas as pessoas ou serviços interessados.



Att.
Dra. Eroy A. da Silva CRP:06/34815
Psicoterapeuta Familiar,Doutora em Ciências
UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo

Unidade de Dependência de Drogas - UDED
R. Napoleão de Barros, 1038 - São Paulo/SP

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Pelo amor, ou pela dor!



É comum ouvirmos por aí a famosa expressão " Se não é pelo amor, é pela dor" não é mesmo?

Pois é, essa máxima se torna quase que imperativa na vida de um dependente químico, uma vez que raramente ele se recupera pelo amor, somente pelo amor, mas sim pela dor e é essa dor que o leva a voltar a sentir amor e então iniciar o caminho da recuperação.

Mas, hoje não vou me prender somente na realidade de um dependente químico, porque sabemos que essa máxima se dá também em nossas vidas, em algum momento de nossas vidas.

Normalmente, quando estamos dentro de um ciclo de vida acelerado, onde não paramos para respirar, para agradecer, para celebrar, algo nos acontece e  nos faz parar, nos força a parar e nos leva a refletir tudo o que vivemos até aquele momento e com isso, amadurecermos, ou seja, pela dor, com a dor, crescemos.

Pode parecer um pouco exagero, mas não, ás vezes, o indivíduo tem tudo na vida, ou aparentemente tudo, um emprego valioso, uma família estruturada, uma casa maravilhosa e de repente tudo muda, parece que o munda vira de cabeça para baixo e a roda da vida passa a girar ao contrário.

E é esse o momento em que tudo pode acontecer, é o momento onde nos vemos nas chamadas encruzilhadas e aí é que está o perigo, pois, muitos desses indivíduos não estão preparados para essa nova situação e se perdem, literalmente se perdem, e encontram o caminho que já conhecemos, alguns, vão para a bebida, outros para as drogas, outros ainda para o jogo e há aqueles que simplesmente decidem partir desse mundo.

Eu me questiono, aonde vamos parar com essa falta de estrutura em que vivemos hoje? Será culpa de quem? Desse mundo alucinado, da correria maluca em busca do prazer imediato? Ou será do despreparo que vem desde a juventude, a infância?

As causas que levam um indivíduo a usar drogas por exemplo, são muitos, e variam de acordo com a fase e a idade do indivíduo, mas, há uma que está em todas essas fases e idades, a falta de equilíbrio emocional, que acomete tanto crianças, jovens e adultos e é por isso que insisto em dizer que o dependente químico não está sofrendo somente com a doença da Dependência, ele na maioria das vezes já estava adoecido muito antes de entrar para as drogas, doenças silenciosas, que muitas vezes achamos ser "frescuras", mas no fundo, estão aos poucos destruindo as emoções das pessoas, doenças como depressão, síndrome do pânico, stress e por aí vai, são na verdade a fase inicial do dependente.

Acabar com as drogas é algo quase que impossível, por isso, acho que temos é que buscar meios alternativos de combatê-las, através da informação, proporcionando estrutura emocional para as crianças de jovens de hoje, valorizando mais as nossas vidas e agradecendo e ensinando a agradecer ao Universo por mais um dia!

Boas 24 horas!!


LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...