quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Controlando a Codependência


Eu muito falo aqui sobre a minha recuperação, sobre o tempo que levei para que eu de fato inciasse o processo de recuperação, cerca de 8 anos aproximadamente, como podem ver, fazem cerca de 9 anos que tudo aconteceu e eu levei quase o mesmo tempo para perceber o quão adoecida eu era.

Não posso simplesmente dizer que foi a dependência química do namorado que tive aos dezoito anos que fez com eu me tornasse uma Co, a grande e cruel verdade é que eu já era uma Co sem saber, sem entender. Eu já era dependente emocionalmente de alguém que dependia de mim, eu sempre precisei sentir esse sentimento de "importância" de ser especial para alguém, de ser aprovada, de ser querida, de ser a salvadora.

Pegando gancho em uma postagem da Poly, fiz uma análise da minha história de Co e sim, ela vem de muito, mas muito tempo atrás.

Praticamente todos os meus namorados, de uma certa forma "precisavam" de mim, ou pelo menos me faziam me sentir como "necessária" à vida deles, o mais engraçado é que tirando o meu marido, acho que somente um namorado que não, um que eu já falei sobre na postagem... ele foi o único com quem não me senti ser necessária na vida dele, parecia que de fato, estávamos juntos por querermos e não por precisarmos. E, o que eu, como uma boa codependente fiz? Estraguei tudo! Eu não me sentia necessária, ele não precisava da minha opinião para nada, se ele a pedisse era pura e simplesmente por prazer de saber o que eu achava, mas, não por a minha opinião ser algo decisiva na vida dele, e pode parecer ridículo, mas, para uma Co, isso é horrível.

Esse terrível transtorno que é a Codependência é mesmo algo traiçoeiro, quando agente encontra um caminho de viver sem ele, ele aparece de outra forma, se manifesta fazendo com que recuemos em nossas empreitadas, tudo porque estamos tentando não sermos mais dependente de ninguém.

Depois do anjo Gabriel, conheci esse rapaz e a minha Co fez presença constante, então, foi apenas uma tentativa frustrante de voltar a viver, mas, viver uma vida que ainda não era uma vida saudável, porque a Co ainda me dominava, eu conheci meu marido e foi com ele que percebi de fato que o Co não precisa estar necessariamente ao lado de um D.Q. para ser um Co.

Meu marido não tem problemas com bebida, álcool ou qualquer outro vício, teoricamente era para q minha Co desaparecer, sumir do espaço, mas, isso não aconteceu, porque ela estava enraizada dentro de mim, a necessidade de me sentir importante e essencial para alguém, era algo tão forte dentro de mim que, fazendo uma viagem ao túnel do tempo, vejo que muitas vezes fui chantagista e manipuladora até mesmo com meu marido, que nada tinha a ver com essa história toda.

Fiz chantagens emocionais para ele não sair de casa com os amigos, fiz chantagens emocionais por muitas vezes não me sentir como se eu fosse a "coisa" mais importante para ele, deixei de aproveitar momentos por estar emburrada por motivos tolos, me senti em segundo plano por várias vezes e tive dificuldade em aceitar isso (hoje sei que tenho que estar em primeiro lugar para mim mesma e ponto) e os exemplos não param...

Mas, hoje, em recuperação, posso dizer que não sofro mais com isso, hoje sou plenamente consciente da minha importância, para mim mesma!

Aconselho aos meu leitores que busquem sem nunca desistir de encontrar a paz em primeiro lugar consigo mesmo, assim a serenidade vai reinar, independente da situação...

Vamos ser felizes, só por hoje!!!

E que o universo ilumine o caminhos dos dependentes que ainda estão se encontrando.

14 comentários:

  1. Esse transtorno que é a co dependencia é muito complicado. Lendo o seu post assim Giulli eu ainda vejo que eu tenho alguns comportamentos de co, isso é horrivel... Realmente leva anos mesmo para deixar esse vicio viu.
    Parabéns pela a sua recuperação!
    Bjus

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    1. P, minha amada, sabemos q essa Co nao tem cura, mas podemos controlá-la certo? Então, é isso que tenho feito e sei que vc tb está fazendo... Beijos amada P

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  2. Muito bom o texto!
    Realmente esse e outros transtornos emocionais são muito complexos e de difícil controle e recuperação.
    Vou até postar no meu blog... espero que não se incomode, Giulli!
    Se não quiser é só falar que eu tiro, ok?
    Beijos!

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    1. Claro que pode postar!!! Imagina, quanto mais falarmos sobre o assunto, mais poderemos nos recuperar e ajudar!!! Beijos e depois passo lá pra conferir... Espero que você esteja bem!!

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  3. Obrigada, Giulli!
    Concordo com vc... esse assunto tem que ser divulgado à exaustão!
    Quem não melhoramos, pelo menos um pouquinho, esse nosso mundo devastado por essa praga das drogas, né?

    Estou mais ou menos, minha amiga... vou levando como dá.
    Estou melhorando aos poucos!
    Obrigada por perguntar e por se preocupar!
    Te adoro, viu?!

    Beijos e Estamos Juntas!!

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    1. Adoro você também, é incrível como agente se identifica com as pessoas que passam ou passaram pela a mesma situação que nós!
      Estamos sempre juntas amiga!

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  4. Ótimo texto como sempre!
    Me identifico super, já sabe né?
    Beijosss
    ;*

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  5. Giu, lendo seu post me veio a cabeça....
    "Nossa doença é tão dificil de abrir mão porque nos sentimos quase que como Semi-Deusas, achamos que temos o Poder de salvar alguém... e muitas vezes não nos envolvemos com pessoas normais porque: Qual a utilidade de uma boia sem ninguem precisar de salvamento???" Talvez seja essa dificuldade que é tão dificil de transpassar né? Acho que depois que descobri que as bóias que eu levava eram para que eu as usasse ao invés de entregar ao outro, depois que admiti que eu tentava salvar os outros mas na verdade eu também não sabia nadar é que o Poder Superior gritou de lá de cima:"CICIE FICA DE PÉ QUE A AGUA AÍ ONDE VOCÊ BATE NA ALTURA DA CANELA! " kkkkkkkkkkk
    Aprendi que a vida não é assim um mar em tormenta e sim uma prainha sem ondas, só marolinhas!rs
    te amo giu!

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    1. É exatamente assim que eu me sentia amiga Cicie, me orgulhava em me sentir com essa responsabilidade, nossa você captou tudo!!!
      Graças a Deus, hoje estamos em recuperação e estamos bem!
      Só por hoje!
      Amo você também!

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  6. Nossa identifico muito viu?!
    Sempre tive esse lado de está querendo ajudar, de pensar nossa se eu me relaciona mais com tal pessoa possa ajudar ele nisso.. e tals...
    E infelizmente me identifico mais com essa parte de estar sempre querendo ser o centro da atenção do João. De querer a atenção dele 100% voltada pra mim, qualquer coisa já vira paranoia na minha cabeça, já começo achar que ele não me ama tanto assim!
    E por aí vai... Tenho tanto a trabalhar ainda...
    Ainda bem que temos uma as outras neh?!

    Beijos querida!

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  7. Oi. Prazer Suzy. Vi que vc fazia parte da comunidade A.M.E no orkut, e agora estou migrando ela para o facebook, ja que o orkut esta esquecido, e no facebook temos o recurso e a possibilidade de expandir a causa. Estamos contando com toda a ajuda que for possivel, e caso ainda esteja disposto a ajudar, esteja conosco para fazer parte da pagina no facebook. E ajudar a causa. Segue abaixo o link da pagina.
    Contamos com vc. Obrigada

    https://www.facebook.com/pages/AME-Amor-Motiva%C3%A7%C3%A3o-Esperan%C3%A7a/156740591109635

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  8. Oi querida Giulli, as vezes a codependencia vem sem fazer barulho, a gente nem percebe que passamos anos da nossa vida querendo salvar o mundo, mudar tudo, concertar tudo, e nao conseguir ficar longe dos problemas... Fico feliz em saber que vc hj está bem, se policiou muito, e feliz em saber que hoje vc tem uma pessoa ao seu lado sem nenhum tipo de vicio... Exclui meu blog mas continuo lendo suas postagens....beijos !

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    1. Querida Emily, como você está??? Não suma, eu entendo vc ter excluído o blog, mas, não nos deixe sem notícias tua, espero que volte a escrever, você escreve tão bem, toca nossos corações...
      Obrigada por passar por aqui!
      Beijos e boa semana

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