Separei alguns trechos para postar, mas, quem quiser ler na íntegra (aconselho), no final da postagem está o link.
A estimativa da OMS para o Brasil é que existam 3% de usuários, o que implicaria em 6 milhões de brasileiros. O Ministério da Saúde trabalha com 2 milhões de usuários e estudo da Unifesp patrocinado pela SENAD demonstra que um terço dos usuários encontra a cura, outro terço mantém o uso e outro terço morre, sendo que em 85% dos casos relacionados à violência.
O uso da substância psicoativa aumenta a chance de outros transtornos mentais, podendo mimetizar, atenuar ou piorar sintomas. No caso específico
do crack, é comum sua associação a transtornos de
O perfil do consumidor de crack é o de
baixo poder aquisitivo, proveniente de família desestruturada e
com antecedentes de uso de droga e com comportamento de risco
um jovem, desempregado, com baixa escolaridade e
Fiz questão de enfatizar esse último trecho porque discordo totalmente dele. Acredito que por muito tempo, de fato essa foi a realidade do dependente de crack, mas, nos dias de hoje, não consigo mais ver e perceber essa diferenciação, por experiência própria digo que essa regra está virando exceção, com toda certeza.
Aproveitando o gancho, estou lançando aqui no blog uma enquete justamente sobre essa frase.
Você concorda com ela?
Participem, gostaria de saber se eu é que estou sendo exagerada ou se o nosso governo, nossos médicos e todos os envolvidos no enfrentamento ao crack ainda estão "desinformados" a respeito.!!!
humor, personalidade, conduta e déficit de atenção.
Mentira...para as pessoas que estão de longe, talvez seja essa a visão que se tenha, mas para quem conhece de perto, a realidade de um adicto, que freqüenta as salas de ajuda, sabe que não é bem assim, o meu esposo de família classe media, ganhou um carro quando fez 18 anos, já foi pra fora do país, estudou em escola particular, conheceu as drogas no ultimo ano de direito, hoje é um advogado, casado, com filha, tem seu próprio escritório, mas infelizmente se mantém limpo por apenas 15 dias, freqüenta NA, e já foi internado, quem vê de fora somos uma família normal e feliz...sem problemas..
ResponderExcluirSabe por que apenas um terço consegui se recuperar? Apenas porque a sociedade, o governo, nunca sentou a bunda numa reunião de NA, e ficou por 2 horas ouvindo o relato daquelas pessoas, por que ainda enxergam como bandidagem e não como uma doença.
Minha opinião. “Maria”
Maria, perfeito, estou sem palavras, acho que você disse tudo, concordo com relação ao governo e gostei que provou com suas palavras, com sua história, que não é verdade, quem usa crack hoje, não se enquadra necessariamente nesse quadro...
ExcluirBeijosss
Há vários anos comecei a namorar um dependente químico. Dependente de maconha, cocaína, crack e junto com as outras, também o álcool.
ResponderExcluirNa época eu não fazia idéia do que era isso! Eu sempre ouvia falar que as drogas são um caminho sem volta, mas achava que não era bem assim e tal...
No começo ele não usava demais, nem todo dia, mas foi piorando ao longo do tempo!
Só Deus sabe o que eu passei!!
Me tornei uma mulher que ama demais, uma codependente... e até então sequer fazia idéia do que era tudo isso.
Passamos a morar juntos e a coisa foi só piorando e com isso vieram as internações, que ele nunca concluia!
Depois da última internação, não fui visitá-lo e voltei pra casa dos meus pais. Nos separamos. Parece que longe dele eu não vivo, apenas vegeto... pior que isto: pior que uma planta, nem flores ou frutos eu dou...
Eu to no fundo do poço e não vejo saída pra minha vida.
To fazendo tratamento psiquiátrico, mas nem o antidepressivo tá resolvendo... já experimentei vários, mas não adianta. meu mal está na minha alma. Tenho vontade voltar pra ele, pois ele diz que me ama e está limpo desde que saiu da clínica (tbém não concluiu o tratamento, mas está limpo desde então), mas tenho muito medo dele voltar pra aquela vida. Por outro lado, sem ele, minha vida tbém não tem nenhum sentido!
Desculpa o desabafo, gente... conheci este blog hoje e ele praticamente conta a minha história, só muda o personagem.
Fiquem todas bem e se cuidem!
Orem por mim...
Renati.
Querida, seja bem vinda, sinta-se a vontade a desabafar sempre que quiser, esse blog é nosso e não meu...
ResponderExcluirVocê disse que o blog praticamente conta a sua história, é verdade, no fundo, as histórias são muito parecidas, e é por isso que tenho que lhe dizer, se você o ama a esse ponto, antes de pensar se deve ou não procurá-lo, deve ou voltar, tem que pensar em você, para que você fique bem para que aí sim possa ajudá-lo.
Imagina só, você tem medo de que ele recaia, por isso não volta, mas, se você voltar, esse medo vai passar? Não vai, não se você não aprender a controlá-lo e se você não controlá-lo, as suas atitudes como consequência desse medo, incentivarão a recaída dele. Entende? É um ciclo vicioso, uma roda, e é dessa roda que você tem que se libertar para aí sim ajudar o seu amado...
Conte comigo!
Beijos
Obrigada, pela força Giulliana!
ResponderExcluirPela acolhida... pelas palavras de apoio...
Eu tenho encontrado aqui na net apoio, respeito e pessoas que sofrem ou sofreram o mesmo que eu e isso é o que me conforta... sabe... falar com quem entende do que to falando! Ninguém entende o que é ser companheira de um adicto sem ter convivido com um, ninguém sequer imagina... e não tem mesmo como imaginarem o que a gente passou ou ainda passa!
Esses dias morreu um amigo nosso, por coincidência chamado, Gabriel, como o nome fictício que vc deu ao seu ex namorado, aqui e no livro.
Eu sofri com a perda desse amigo... era como um irmão pra ele. Ele acompanhou nossa história desde o início, largou as drogas sozinho, inclusive o crack, queria muito bem a ele e torcia por nós. Por ironia da vida, acabou morrendo de acidente de carro, por imprudência do outro motorista!
Ele me ligou, mas não atendi... não tava em condições, eu tava sofrendo demais e não ia aguentar se ele me pedisse pra voltar... Nem no velório eu fui, com medo de encontrá-lo e não ser forte o suficiente... eu sei que não ia ser.
E, é verdade! O medo não vai passar! Eu acho que mesmo que ele passe 10 anos limpo, o medo sempre vai estar presente, a preocupação se ele demorar 5 minutos pra chegar de algum lugar... o receio dele pegar alguma coisa de casa pra trocar em drogas, como ele fazia... Dói! Dói muito não poder confiar em quem a gente ama. E, pior... depois de tudo que li e estudei sobre isso, sei que na ânsia de ajudar, serei a primeira a atrapalhar, inclusive uma mudança verdadeira de vida pra ele!
Enfim... agradeço a vc e agradeço por manter esse blog... esse espaço de histórias e depoimentos de pessoas como nós, que sofrem e sentem o que nós já sentimos ou sofremos.
Obrigada, mais uma vez!
Ah! Eu tentei entrar para os seguidores do blog, para estar sempre passando por aqui, mas parece que travou alguma coisa... não consigo seguir nenhum blog, nem no meu eu consegui entrar... rss.
Bom, um grande abraço pra vc e conta comigo também, sempre!!
Muita luz pra todas nós!
Renati.
Oie Giulli!!!
ResponderExcluirAssim como vc tbm não concordo com essa realidade, de onde o governo tira isso??? Só eles devem saber neh. Assim como a amiga Maria disse, nenhum deles nunca assistiu a uma reunião de NA, não sabem o que acontecem de fato. Ainda julgam os usuários como marginais e não como doentes. Meu ex DQ não usava crack, mais sei bem como é essa realidade. Ele era de otima familia, classe média, tinha tudo, estudo, inteligente e mesmo assim entrou nessa vida e adoeceu. Assim como tantos outros DQ que conheço. Por isso, sinceramente antes do governo publicar um comentário como esse, deveria pesquisar muito mais e não somente aqueles DQ que vivem nas ruas, perdidos sem rumo. Mais sim fazer campanhas para ajudar todos os doentes que estão em busca de tratamento e tbm ajudar aqueles que ainda estão na ativa.
Otima enquete.
Um grande bjo.
Juntas vamos mudar de vez essa realidade.
Selena =^.^=