sábado, 12 de maio de 2012

O desabafo!


Olá Pessoas!

Recebi essa semana um e-mail de uma pessoa a quem vou chamar de "C", ela me comoveu com suas palavras e me autorizou a colocar aqui no blog. Ela é mais uma pessoa guerreira que luta contra a dependência de alguém querido.

Vamos fazer o que sabemos fazer que é com palavras acalmar o coração de alguém que sofre com isso, que é mostrar que temos que controlar a nossa codependência antes de mais nada, antes de tudo, vamos ajudar a "C" com as ferramentas que temos e vamos com ela enfrentar de frente mais essa batalha.

"C", estamos juntas, bem vinda à família!


Bom dia.
Conheci seu livro através de meu esposo, um dia lendo sobre as drogas pra poder se libertar delas ele abriu sua pagina e o cabeçalho que você escreveu o fez chorar, eu que na hora estava vendo TV olhei pra ele e perguntei oque acontecia e ele me disse pra ler. Ele pode perceber oque sinto a cada vez que ele desaparece, choramos juntos e eu comecei a ler oque você escreve, é parece que você esta me descrevendo.

Assim como toda namorada, esposa de dependente me identifico com sua historia, eu estou a pouco mais de 7 meses com um dependente, eu sabia oque eram as drogas mais nunca imaginei como era conviver com ela, quando eu o conheci , já de cara me falaram da doença dele eu não dei assim importância eu simplesmente me propus a ajuda-lo, mais no dia seguinte que eu o conheci ele recaiu, ficou mais de 24 horas desaparecido, quando voltou veio me procurar e me contar, aí eu soube pela boca dele, ele tentou me explicar como funciona e eu novamente me propus a ajuda-lo, mais foram seguidas as recaídas, eu passei a monitora-lo e assim que eu dava falta dele já sai em busca de encontra-lo, foi assim que ele pegou confiança em mim e eu o convidei a vir morar comigo, assim com ele mais perto era mais fácil monitora-lo, passei a viver a vida dele e deixei a minha de lado. Vivemos quase 4 meses sem uma recaída, porém juntos 24horas do dia. Mas, começamos a trabalhar e acabamos nos separando, e uma semana depois ele recaiu e passou novamente mais de 12 horas desaparecido, eu sabia que isso aconteceria, e consegui traze-lo pra perto de novo, mais dessa vez foi mais difícil de conseguir que ele se apegasse em mim, pois ele já não tinha mais que me conquistar então ele começou a usar de novo mais dessa vez ele me pedia pra ir comprar com ele e ele vinha usar em casa, eu sem saber oque era certo ia , pois assim ele tava junto de mim, não estava se acabando e nem se desfazendo das poucas coisas que temos, mais isso ainda foi pouco pra ele,  ele  saiu novamente e passou praticamente um fim de semana todo na rua chegando de madrugada em casa, e assim foram acontecendo e eu me sentindo impotente acabei brigando com a mãe dele, porque ela sem perceber é a pior companhia pra ele, eu o afastei dela. 

Hoje ele começou a trabalhar de novo, esta a pouco menos de 15 dias sem usar pedra, me pediu pra confiar nele, estou tentando ser mais natural possível, apesar de não conseguir fazer nada enquanto ele não chega. Eu esqueci dos meus filhos, da minha casa, pra falar a verdade esqueci de mim, eu emagreci 10 kg em 4 meses e agora estamos indo pra mais uma tentativa a qual eu estou pondo todas as minhas fichas de que seremos uma família normal, que tem suas tristezas e suas alegrias, mais não quero mais passar por madrugadas acordada sem saber se ele está bem, ou que horas vai chegar, se vai chegar. 

Eu nunca me imaginei numa situação dessa e rezo a Deus todas as horas de minha vida pra que ele me de forças e me ajude na cura. 


2 comentários:

  1. Querida C, você não está sozinha nesta luta! Sei como se sente e o que está passando porque também fui esposa de um D.Q. Se quiser conhecer um pouco da minha história, leia aqui no Blog sobre o E Mail da Mi. Você vai entender como nossas histórias são tão parecidas. Nós temos a mesma luta, a mesma garra, a mesma esperança e os mesmos sentimentos. As histórias se repetem. Viver ao lado de um D.Q não é fácil. Se você procura estabilidade emocional e segurança financeira jamais case ou fique ao lado de um D.Q porque dinheiro e sentimentos são coisas que um D.Q não pode lhe proporcionar. Ele nunca tem para lhe dar. E mesmo que um D.Q faça tratamento para a sua doença, ele jamais será um ex-usuário e sim um usuário em recuperação, sujeito a recaídas. E se você optar em viver ao lado dele você tem que estar preparada para isso, emocional e psicologicamente. Sua vida nunca mais será a mesma.Abandonar o barco não é fácil, principalmente pela culpa que sentimos. Mas, se alguém estiver se afogando, sugiro que você pule na água e tente salvá-lo, faça tudo o que lhe for possível nessa tentativa. Porém, se no auge do desespero, esse alguém começar a te afundar junto com ele, solte-o, saia da água e salve-se. Isso não é egoísmo, é sobrevivência, é amor próprio. Cada um conhece o seu próprio limite, e não deve ignorá-lo. Assim aconteceu comigo, eu me divorciei do meu marido. Eu não desisti nem o abandonei. Como diz a nossa querida amada amiga e autora Giulliana Fischer em seu livro Valeu a Pena, " o que eu fiz não foi desistir, eu simplesmente não tinha mais forças, só isso. Enquanto ele lutasse eu estaria ao seu lado. Então, quem desistiu foi ele ! Eu descobri que eu não poderia mais caminhar com ele, ele tinha que seguir seu próprio destino, ele tinha que descobrir a sua força de vontade dentro de si e não buscá-la fora, no caso em mim. Eu não havia perdido a fé nele ou na recuperação dele, mas sim porque eu havia perdido a fé em mim e em quanto tempo mais eu aguentaria." Eu ainda o amo muito e o que fiz foi em nome do Amor, um ato de Coragem, porque um dia eu também quero dizer, VALEU A PENA !
    Um grande beijo ! E não esqueça: TAMUJUNTAS!

    Mi

    ResponderExcluir
  2. Meu Deus!
    Outra história semelhante à minha... não resisti! Chorei tbém agora...
    Faz 8 meses que me separei do meu amor, mas ele parece sequer sentir minha falta, apesar de dizer que eu sou a mulher que ele mais amou na vida e que sou o amor da vida dele! Nesse tempo todo ele só me ligou 2 vezes! Eu queria que ele sentisse que havia me perdido e buscasse ajuda, mas ainda não aconteceu...
    Eu tbém briguei com a mãe dele, de quem eu tinha notícias dele e com quem nós praticamente moramos durante nosso relacionamento de 7 anos.
    Parece que nossa companheira tbém "C" conta, palavra por palavra, a minha história. Acho que a única diferença ai é o tempo de relacionamento, e as muitas outras coisas que vi e vivi nesse submundo onde não existe a dignidade, o amor próprio... nada... nada tem valor... nada faz sentido. Quando eu acompanhava meu amor, muitas vezes à pé, pelas madrugadas a fora em busca da maldita pedra, eu olhava pra ele mas não via ele, via um robô programado para ir de qualquer forma buscar e usar a droga. Acabei brigando com a mãe dele tbém e isso foi pouco depois que me separei dele. Ela tbém faz mal a ele e inconscientemente o incentiva a usar, através das atitudes para com ele. Eu queria mais que tudo no mundo tê-lo tirado da casa dela, mas acabei parando de trabalhar tbém e nem uma casa posso financiar, pois não tenho condição de pagar. Voltei pra casa dos meus pais e estou me sentindo um encosto aqui, um peso morto pra eles, pois perdi meu rumo... estou minguando a cada dia de dor, por pensar que poderia ter sido diferente, por tudo que eu queria ter podido fazer e não pude.
    Estarei orando por vc "C" para que a sua situação seja diferente do que foi a minha.
    Tamu Juntas companheiras, Sempre!
    Maya.

    ResponderExcluir

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...