quinta-feira, 29 de março de 2012

O e-mail da Mi


Olá pessoal, sei que tenho estado ausente, mas, passo por todos os blogs sempre que vejos uma postagem nova, só estou um pouco sem tempo para me dedicar ao blog o quanto eu gostaria.

Hoje vamos conhecer a história da Mi, guerreira como nós.

Meu nome é Mi, tenho 38 anos, uma filha de 5 e sou casada fazem 9 anos com L, um rapaz de 32 anos.Descobri que meu marido era adicto ( usuário de cocaína ) quando estava no oitavo mês de gravidez. Eu não conseguia entender porque ele saia à noite ( várias e várias ), não dormia em casa, ou chegava às 06 da manha. E por mais que ganhasse dinheiro, nunca tinha.

Eu sempre dizia que o que faz um homem perder dinheiro é: jogo / droga / mulher, mas eu não conseguia exergar em qual dessas opções meu marido se enquadrava porque na verdade não havia indícios de nenhuma delas...


Até que um dia eu recebi um telefonema de uma esposa de um adicto ( companheiro e amigo do meu marido ) que tendo "pena" de mim e mesmo sabendo que eu estava grávida, resolveu me contar. Confesso que fiquei atônica, não quis acreditar.....E justamente o telefonema chegou naquele dia que ele ainda não tinha chegado em casa....Foi quando eu fui para ponto de ônibus com a intenção em ir a uma delegacia denunciá-lo por "tráfico de drogas" e por coincidência ele chegou, me abordou, me chamou para conversar e me levou para casa dizendo que iria me contar tudo..... 


Fiquei chocada! Ele disse que iria contar depois do nascimento da nossa filha.....porque não queria comprometer minha gravidez ( sem se dar conta do quanto eu sofri por causa das noites que passei sozinha....com o sumiço dele, sem qualquer explicação ). 
Ele não poupou nem o dia do nascimento da nossa filha, pois quando chegou a hora, ele de novo, nao estava em casa, fui levada ao hospital por um amigo e ele não foi o primeiro a ver a nossa filha quando ela nasceu, chegou horas depois......perdeu o melhor e o mais inesquecível momento da vida dele que com certeza jamais vai voltar.

E foi a partir do nascimento da nossa filha que comecei a descobrir o desvio de caráter ( que hoje tenho consciência de que é do adicto e não da pessoa em si ) pois começou a chegar fatura do meu cartão de crédito de compras que não fiz. Aliás, que ele fez, para sustentar o vício. Na verdade, ele passa o cartão num posto de gasolina e pega o dinheiro para consumir cocaína. Por mais que um tanque seja grande, ninguém consegue abaster R$ 800,00 no mesmo dia, no mesmo posto. E é claro, que lá no posto tem algum funcionário corrupto, facilitador que faz esse tipo de trabalho sujo, pois onde já se viu, um homem usando e assinando ( rabiscando ) um cartão de mulher???Como foi a primeira vez, e eu ainda estava muito sensível com a chegada da maternidade, acabei "pagando a conta".Às vezes me pergunto, será esse foi o meu erro? Será que se eu tivesse ido a uma delegacia e tivesse denunciado meu marido por furto a história dele teria outro rumo?

E aconteceu de novo, de novo, de novo.....Só que não achava justo pagar uma conta que não era minha, ainda mais sabendo que era para o uso de drogas, então, sempre fazia a contestação e o cartão estornada as compras....Confesso que no fundo me sinto culpada pois sei quem foi o autor e não tenho coragem de denunciá-lo. E aí me sinto péssima, por achar que estou sendo conivente com esse desvio de caráter dele.Uma vez ele furtou uma folha de cheque minha e falsificou ( muito grosseiramente ) a minha assinatura. Como o cheque era valor pequeno, a compensação do banco nao conferiu a assinatura, por isso o cheque foi pago. Mas ao  perceber no meu extrato, pedi a cópia do cheque, e para minha surpresa novamente a marca do desvio de caráter estava lá. Meu marido tinha feito aquilo - R$ 100,00 para comprar droga.

Certa madrugada, ele teve coragem de vir em casa ( eu estava dormindo e não o vi entrar ) e novamente pegar meus cartões de crédito. Só percebi quando acordei, vi minha bolsa aberta, revirada e quando liguei para o cartão...tarde demais, o rombo já tinha sido feitoDaí para cá, comecei a esconder todos os meus cartões de credito, meu talao de cheque e todas as minhas moedinhas que costumo levar para a faculdade na hora do lanche, porque ele nao perdoa nada....Me sinto uma verdadeira prisioneira dentro da minha própria casa.

Ele também já pegou para vender minha aliança de casamento que eu tinha guardado 
(porque ele tinha perdido a dele - isso foi o que ele disse e anos depois liguei os fatos, que na verdade ele não perdeu, ele trocou ou pagou por droga ), também pegou 01 cromos ) da Natura ) novinho, na embalagem que estava guardado no banheiro . Pegou 02 relógios que eu peguei para revender....

Enfim, foi um prejuízo atrás do outro.

No final do ano outra decepção, na semana do natal ele pegou meu cartão alimentação e gastou os R$ 300,00 que eu tinha economizado para a ceia....Esse era o único cartão que ele sabia a senha. Os demais ainda não eram de chip. Novamente fiz a contestação e o cartão me devolveu o valor, foi aí que consegui ter um natal feliz. E mais uma vez o sentimento de culpa por estar conivente com algo de errado

Ele já está a 2 anos desempregado, e perdeu o último emprego justamente porque faltava serviço ou chegava tarde por causa do maldito vício. E para ajudá-lo ( mais uma vez ) a se reerguer profissionalmente, fiz um emprestimo de R$ 1.000,00 para ele comprar mercadorias para revender. E adivinha? Ele pegou o dinheiro na segunda feira às 8 horas da manhã e só chegou em casa às 10 horas de terça. E até hoje eu não vi as mercadorias....Para mim isso foi o fim. Decidi entrar com o pedido de divórcio ( vai ter que ser litigioso, pois ele não aceita)

Eu o amo muito, mas eu não aguento mais essa vida, as atitudes dele, das noites sozinhas, das pessoas batendo à porta cobrando, do telefone tocando também para cobrar. É muita humilhação. Cansei de ouvir que essa é a ultima vez, que ele vai mudar. Foram 6 anos dando chance....uma atrás da outra....


E hoje descobri que SOU UMA CO DEPENDENTE. Fui a uma psicóloga e ela me disse isso e eu nunca tinha ouvido falar nessa expressão, ela me pediu para eu procurar na internet porque iria me ajudar a me fortalecer, principalmente na decisão que tomei e foi assim que eu conheci você, o seu livro, que aliás ainda não li, mas já vou providenciar a compra, porque percebi que tem tudo a ver comigo.

Impressionante que tudo que li se enquadra perfeitamente comigo....Todas as matérias que pesquisei sobre co dependência. Eu fiquei doente e nem percebi. Eu era doente e nem sabia. Mas a partir de agora eu já estou fazendo tratamento porque quero ser curada, embora não hava cura e sim recuperação e tambem ja vou levar minha filha tambem porque nao quero que essa maldita doença atinja esse anjinho que Deus colocou em nossas vidas. 

Hoje ele viajou com nossa filha para a casa dos pais dele ( os meus já são falecidos ) e eu fiquei "sozinha" aqui em casa, me deu uma crise de choro, me bateu uma tristeza e um desespero de pensar em como vai ser depois que ele for realmente embora de casa.....Deu vontade de retroceder, de desistir...... Mas eu não posso, não quero mais alimentar o vicio dele, eu quero e preciso cuidar de mim, da minha vida....E lendo o seu blog percebi que se eu insistir em continuar casada com ele, vivendo na mesma casa, vou continuar alimentando o vicio dele e retardando talvez quem sabe, um tratamento para ele. 


Provavelmente ele até hoje não procurou ajuda, não admite que está doente porque eu sou a galinha dos ovos de ouro dele...pois tenho um bom emprego, ganho um salário razoável e pago todas as contas da nossa casa ( desde o supermercado até o transporte escolar da nossa filha ). Para ele é muito fácil estar casado comigo e ao mesmo tempo sustentar o vício. Mas essa vai ser a maior prova de amor que eu posso dar para ele. Em nome desse amor preciso urgentemente me divorciar dele.....Assim, ou ele toma uma atitude para se livrar das drogas, para se curar, largar o vício, reconstruir sua vida e ser feliz ou ele se afunda de vez, pois sabemos que quem é adicto, é homem para pouco tempo, ou morre ou vai preso.

O problema é que ele nao quer sair de casa. Ele se faz de vitima alegando que nao tem para onde ir. Claro que tem, a casa dos pais dele, mas para lá ele nao quer ir. E para complicar ainda quer dividir os bens ( que dele nao tem nada porque eu ja tinha o apartamento e o carro antes de me casar com ele ) Mesmo ele nao tendo direito eu ate pagaria o preço para me livrar dele logo, mas sabemos que independente da quantia que eu for dar ele vai gastar tudo com a maldita da cocaina.

E aí amiga, me ajuda - sigo em frente com o divorcio ou fico ao lado dele para ver o fim dessa história???? Preciso com urgência decidir porque um dia eu tambem quero dizer VALEU A PENA.



Mi, minha querida Mi, você é forte e guerreira, está no caminho da sua recuperação, saiba que você só fará bem para ele se você estiver bem e no momento você estar bem é prioridade, certo? Não tome nenhuma decisão sem estar bem com você mesma, ambos precisam de recuperação...

Conte comigo, conte com todas nós.

Estamos juntas!













8 comentários:

  1. Mi, já lhe respondi, mas, mesmo assim, vou deixar meu comentário aqui...
    Sabe, eu acredito muito no que dizem que o D.Q precisa conhecer e chegar no seu fundo do poço para buscar ajuda, embora isso não seja uma regra, nem sempre essa busca acontece, mesmo dentro do poço, há também outro ponto, o fundo do poço é diferente para cada um, para uns é perder o emprego, para outro é perder a família, então, não temos garantias nenhuma de que ele vai ou não buscar ajuda.
    A melhor resposta você vai encontrar em seu coração, no meu blog, eu não prego a separação, eu prego a saúde da codependente, eu encontrei o meu caminho me afastando do meu ex, anjo Gabriel, mas, nem muita gente que sabe ser feliz mesmo estando ao lado de um adicto.
    Siga seu coração de mulher, Deus irá lhe mostrar o que é melhor para você e para ele...
    Estamos juntas, sempre!
    Beijos

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    1. Nunca vivemos a vida uns dos outros, não temos essa capacidade física nem psiquica. Não podemos substituir o outro no que sentimos que faríamos melhor.
      Parece-nos sempre que na situação do outro podíamos conseguir outros resultados, mesmo se estivessemos nas mesmas circunstâncias. As famílias e amigos costumam saber exatamente no que era necessário ao adicto para "mudar de vida". Quando uma fórmula não funciona sería melhor mudar de fórmula, porque as dependências resultam de dinâmicas e não de um indivíduo apenas, embora se manifestem mais no adicto.

      A família é por norma quem menos pode ajudar o adicto.
      Ninguém tem de viver com um adicto. Ninguém é obrigado a aturar o drama e a confusão da vida do adicto. Muitas vezes não aceitar a adicção em casa é a maior prova de respeito que se pode dar ao adicto. Na realidade a maior parte das famílias pensa que protege o adicto de si mesmo controlando-o. Não lhe viram as costas porque têm receio que morra, e no entanto a maior parte dos que morrem de overdose ou de misturas viviam na casa dos pais. Logo a estatística vem demonstrar que este receio é irracional embora compreensível.
      Quanto mais cedo o adicto percebe que não tem co-dependentes para o apoiar na sua adicção mais depressa fica sozinho, mais rápido percebe que por aí não se safa.
      Quanto mais rápido percebe que por aí não se safa, mais rápido percebe que tem de fazer alguma coisa.
      As famílias juram a pés juntos que não colaboram com a adicção, pelo contrário, desdobram-se em esforços, terão uma lista de todas as tentativas e de toda a dor. E isso é obviamente respeitável e mesmo louvável, vem do amor que sentem e foi feito de coração. No entanto, as tentativas só o são pelo adicto. Só o adicto é que tenta. É a luta dele. Quando a família também tenta, então é porque se substituiu ao adicto e "tentou" controlá-lo e é por isso que não resulta.
      Permitir e contribuir para a adicção é muito mais básico. O adicto precisa de muito pouco para continuar adicto. Precisa de ter onde dormir e o que comer. Mais nada. Precisa de ter com que comprar o objeto da sua adicção. E mais nada. Todo o resto perdeu perspectiva, e está como que esfumado numa nuvem abstrata de emoções que deixou de conseguir digerir.
      Se o adicto tem onde comer, onde dormir e com que comprar o seu objeto de adicção... para quê mudar? Ele não precisa de mais nada. Mentir, manipular, e fazer senti-lo culpado e envergonhado... isso é inútil, o adicto sabe tudo acerca dessas 4 coisas. Ninguém mente mais ou melhor, manipula com mais astúcia, nem ninguém se sente mais culpado e envergonhado que o adicto.
      Para perceber que tem de fazer alguma coisa o adicto precisa de perder realmente o chão, caír no abismo, compreender que tocou o fim desse caminho. Quanto mais cedo melhor.
      Muitos morrem. É verdade. Muitos fogem. Muitos perdem-se. É verdade. Mas poucos são verdadeiramente respeitados e amados. Com verdade, com integridade, com coragem para bater a porta a tempo e horas. Poucos têm a sorte de conhecer a nobreza das suas famílias, a honra dos seus amigos.
      Além disso convém saber. As adicções matam. Todas. Não é apenas o alcool e a droga. O trabalho em excesso mata. A obesidade mata. E a solidão então...!
      É por isso que tantos adictos morrem. Porque têm uma doença grave, crónica, e que os ultrapassa, por ser uma doença de dinâmicas familiares a que pertenceram a vida toda.
      E é por isso que as famílias que querem ajudar o adicto, precisam antes demais de começar a fazer terapia, a aprender, a compreender, a trabalhar em conjunto e quanto ao adicto... ele, e apenas ele, tem de tentar.
      Mais ninguém pode fazê-lo.
      E ele não o fará, se não precisar.

      Beijos

      Estamos juntas, sempre!

      Mi

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  2. Que história Mi!

    Eu nem tenho nada a falar, apenas faça isso, o que seu coração mandar, a Giulli falou tudo!

    Tamu juntass!
    Beijoss

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    1. Mari,
      Se verdadeiramente eu seguisse o meu coração eu morreria velhinha ao lado do meu marido...porque o amor que sinto por ele é alto, tão alto, fundo, profundo, é maior que o mundo...Mas cheguei ao meu limite humano e neste momento preciso ser inteiramente racional porque ao lado dele estou adoecendo aos poucos, e logo começarei a morrer, também aos poucos....Me divorciar não significa que vou abandoná-lo. Pelo contrário, me divorciar significa me afastar para eu me tratar para estar bem para quando ele precisar eu poder ajudar....( sem ser CODEPENDENTE ). Afinal de contas, ele é o pai da minha filha, e antes de tudo um ser humano que está gravemente doente ( sem se dar conta disso ) Essa é a maior prova de amor que posso dar a ele - A CHANCE DELE SE RECUPERAR.....Isto é um ATO DE CORAGEM. Mesmo seguindo caminhos diferentes, vou sempre estar ao lado dele, agora, de uma maneira diferente. Mas se infelizmente ele não quiser pelo menos poderei dizer EU TENTEI e ainda assim dizer VALEU A PENA
      Obrigada pela força. É bom saber que Tamu Juntass!!!
      Beijosss
      Mi

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  3. Mi nao podemos e nem temos uma formula magica, infelizmente nao temos uma resposta para muitas de suas perguntas, mas se te ajuda posso dizer que vc nao esta mais sozinha tem a nos e a ao seu Poder Superior, o segredo eu encontrei num grupo de ajuda a famílias de adictos outras como nos encontraram as respostas em profissionais como psicólogos e terapeutas outras ainda encontraram as respostas sozinhas, mas te digo que se vc tiver paciência e amor encontrara as respostas aí dentro de vc! Te amo!

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    1. Querida Cici
      Como foi bom descobrir que eu não estou mais sozinha....Você não sabe como foi difícil e ruim estar sozinha durante estes anos todos. Quando eu conheci a Giulli aqui na internet, tudo fez a diferença! Através dela eu conheci a Mari, você e tantas outras pessoas com a mesma história de adicção e codpendência...A troca de experiência está sendo fantástica...Como tudo se repete, como tudo é igual: o comportamento, o sentimento, a dor, a esperança....Eu sou uma Codependente em Recuperação e já comecei a encontrar respostas de muitas de minhas perguntas. Ter vocês hoje é o que me dá força e coragem para seguir adiante. E o que me sustenta é ter a convicção de que Deus é um Deus de Milagres, é um Deus que Cura, Liberta e Salva. É um Deus que muda a história e por isso eu sei que Uma Nova História Deus Tem Para Mim....Também Te Amo.
      E Tamu Juntass!
      Beijos
      Mi

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  4. OI O KE POSSO TE FALAR AMIGA,KE VC PRECISA ENTREGA TD PARA JEOVA E FAZER AS COISAS COM SABEDORIA,E SERENIDADE,TENHA CALMA FAÇA O KE VC ACHA CORRETO,EU PASSO O MSM KE VC SÓ NÃO TENHO FILHOS,POIS EU E MEU ESPOSO TEM DIFICULDADE PRECISAMOS FAZER UM TRATAMENTO,COISA KE JÁ TENTEI MAIS VI KE ELE NESSE MOMENTO NÃO PODESER PAI,NÃO O PAI KE KERO PRO MEUS FILHOS,POR ISSO AGRADEÇO A DEUS POR NÃO TER DITO AINDO POIS SEI KE SERIA MAIS UMA VIDA SOFRENDO DEVIDO ESSA MALDIÇÃO DAS DROGAS KE VEM DESTROINDO FAMILIAS.

    Como sonho com um dia ke meu marido acorde,já estou muito cansada de espera ele agi,acorda,já são 15 anos de covivencia,e uns 10 ke ele está na ativa,ano passado fikou internado,e fikou limpo durante 90 dias,em 2007 vomos pra bahia,lá ficamos 10 meses,e ele fikou limpo,ali vi o homem de verdd ke se esconde por tras das drogas.
    mais essa semana ele no mmto de compulsão fez algo ke doi só de lembra,vendeu a alinça dele,depois pegou a minha ke estava no armario,ñ sei + o ke fazer com ele.
    sei ke só depende dele,eu estou me acabando tenho 28 anos ele 31.

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    1. Querida Luana,

      Se você passa o mesmo que eu, então sabe a dor que sentimos ao convivermos com um D.Q. Olha, apesar de amar muito meu marido, cheguei ao meu limite, aliás, ultrapassei todos os meus limites, pois não tenho mais força para continuar ao lado dele, vendo ele sair à noite, chegar em casa de madrugada ou até mesmo não dormir em casa, ficar correndo o risco de sempre dar falta de alguma coisa que ele tenha vendido ou usar meus cartões de crédito indevidamente sem minha autorização, e me estressar toda vez que ele precisa ou quer dinheiro. Cansei de ser pressionada, chantageada. Não quero viver aprisionada dentro da minha própria casa. Estou cansada de só trabalhar para pagar as contas, as despesas e nunca conseguir prosperar financeiramente, nunca comprar nada, não poder investir, não poder realizar meus sonhos, meus projetos de vida, enquanto ele fica aí se divertindo, bebendo e usando cocaína. Quero ser feliz, quero amar e ser amada de verdade. Quero ser respeitada.
      Por isso tomei a decisão de me divorciar dele. E você não imagina como estou "feliz". Tirei um peso de cima de mim. Estou me sentindo aliviada, com a "alma lavada". Me divorciar dele não significa que estou o abandonando. Pelo contrário, sempre que puder vou ajudá-lo, mas não financeiramente como antes. Existem outras formas de ajudá-lo a se recuperar. Eu deixei de sobreviver e passei agora a viver. Foi uma questão de escolha. Igual a dele. Ele escolheu experimentar a droga pela primeira vez, gostou e quis mais e mais e mais. Ele teve a chance de escolher entre a droga, eu, nossa filha, nosso casamento. Ele escolher a pior parte. Agora, que fique com ela, até ele não aguentar mais e escolher de novo um outro caminho. Como não existe ex usuário e sim usuário em recuperação, não quero também correr o risco dele ficar anos limpo e de repente ter uma recaída e eu voltar a sobreviver novamente nesse inferno. Não foi isso que escolhi para a minha vida. Quando me casei com ele tive a chance de casar com alguém que usava droga. Uma pessoa bem melhor do que o meu marido. E eu disse não. Casei com meu marido justamente porque ele tinha qualidades que eu não via em outros homens e os seus defeitos, esses, todo mundo tem e são relevantes. Por isso não sou obrigada a ficar casada com um DQ. Eu não conheci ele assim. Ele se tornou depois. E os meus valores não mudaram. Não quero conviver com um D.Q. Até que tentei, mas vi que esse mundo realmente não é para mim. Então, num ato de coragem eu renuncio este grande amor. Um dia, tenho certeza que encontrarei outro. Tudo é uma questão de tempo. O que quero agora e o que eu preciso é viver feliz, um dia de cada vez. Só Por Hoje, sem se preocupar com o amanhã.
      Beijos

      e TAMUJUNTAS!!!!!

      MI

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