Até onde você iria para ajudar alguém que escolheu o caminho errado em busca da tal felicidade? Em um mundo sofrido, perigoso e doloroso, eu senti na pele a dor de ver alguém querido tomar a decisão errada. Eu carreguei a minha própria nuvem de chuva enquanto decidi caminhar ao lado dele. Eu adoeci sem saber, uma doença tão perigosa quanto à dependência química. Eu me tornei uma codependente. E essa é a minha jornada, uma jornada de lágrimas, promessas, sofrimentos e vitórias.
domingo, 28 de outubro de 2012
Sentir para controlar!
Você só aprende a controlar o desejo se você sentir o desejo!
Isso é fato, enquanto não nos permitirmos sentir algo, enquanto não liberamos nossas sensações e emoções para que esse algo extravase, nós não poderemos controlar esse algo.
É simples, eu sou louca, quase que compulsiva por chocolate e sei que só consigo dominar esse desejo quando me permito sentir a vontade de comer um chocolate. Enquanto eu tento bloquear o pensamento da minha mente, enquanto digo para mim mesma que hoje não vou comer, que não estou com vontade, mas vontade pareço sentir, mas, quando me entrego à essa vontade em pensamento, quando assumo que ela existe, eu consigo controlá-la, eu assumo as rédeas da minha vontade e mostro que eu é que estou no comando.
É claro, estou parafraseando aqui, sabemos que essa questão de vontade e desejo é bem mais complexa do que a minha louca vontade por chocolates, mas, o que eu quis dizer com o parágrafo acima é que muitas vezes, a nossa vontade de que "nossos" adictos se livrem das drogas é tão grande que não permitimos que eles enfrentem as suas próprias vontades, nós não permitimos que eles demonstrem sentir essa vontade e com isso estamos impedido-os de controlá-la.
Um dependente químico, mesmo que em recuperação, sentirá vontade de sua droga preferida pelo resto de sua vida, todos os dias, sentirá saudades dela mesmo que ele dê o máximo de valor para a sua vida em recuperação e não deixá-lo expressar essa vontade é forçá-lo a não controlá-la, é não permitir que ele enfrente o seu próprio desejo.
Você, que está ao lado de um adicto, você permite que ele fale com você sobre o que a droga faz com ele, como ela o controla, quantas vezes ele sente vontade de usá-la?
Posso estar errada, mas acho que na maioria das vezes, a resposta vai ser não e sabe por quê? Porque a verdade é que quando eles falam sobre a vontade que sentem de usar droga, nós nos sentimos inferiorizadas, tristes e até mesmo fracassadas.
É só o assunto começar que lá vem a nossa codependência com seu sentimento de inferioridade para atrapalhar tudo, e aí começamos com o papo "Não diga isso", "Você é forte", " Você vai conseguir", "Olha o que você já conseguiu" e por aí vai.
É claro que não há nada de errado em sermos positivas, mas temos que pensar que às vezes, o que eles precisam é sentir que somos conscientes de que eles não são fortes como queremos que sejam e nem fracos como eles pensam que são.
Acho que às vezes, cobramos demais de "nossos" adictos e não percebemos que nessa cobrança, não estamos dando direito à eles de fraquejarem. Não quero dizer que não temos que cobrar, eles tem que ser responsáveis por cada ato que comentem, o que quero dizer é que momentos de conversa franca são importantes para a recuperação deles, eles precisam saber que somos conscientes das limitações deles e que eles podem falar sobre elas.
Vamos, só por hoje, permitir que eles falem sobre as suas vontades, com franqueza, sem medos.
Vamos, só por hoje, aceitar que eles sentirão falta da droga pelo resto de suas vidas e que de nada vai adiantar fazermos chantagens emocional para bloquear tal vontade.
Só por hoje, vamos aceitar essa doença e permitir que eles se recuperem dela de verdade, assumindo ela, para então, lutar contra ela.
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GIULLIANA FISCHER FATIGATTI
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domingo, 21 de outubro de 2012
Consequência e Reconpensa
E então você percebe que depois de verbalizar um sentimento, seja bom ou ruim, ele vai com o tempo diminuindo, é como se a consequência de guardá-lo para você fosse a angústia e a recompensa por verbalizá-lo fosse a liberdade dele mesmo.
Giulliana Fischer Fatigatti
E é por isso que dividir a nossa dor é tão importante. Não é apenas uma filosofia demagoga que diz que dor dividida é dor diminuída, é simplesmente pelo fato que ao dividi-la estamos verbalizando aquilo está nos consumindo por dentro e ao fazer isso, estamos nos libertando desse sentimento.
Se eu jogar para cima uma bexiga cheia de água, eu consigo agarrá-la de volta quando ela estiver caindo, se eu jogar duas bexigas cheias para cima, talvez eu ainda consiga agarrá-las na volta sem que elas estourem no chão, mas, para que eu consiga agarrar mais de duas bexigas, eu preciso de alguém para me ajudar e se forem várias bexigas, eu e esse mais alguém precisaremos de mais alguém também.
É uma reflexão simples, porém verdadeira. Se não buscarmos ajuda, dificilmente conseguiremos!
O problema é que na maioria das vezes, estamos tão anestesiados com a nossa própria dor que não nos damos conta de que ela existe, nós camuflamos ela tão bem que às vezes é como se ela já fosse parte de nós mesmos, de nossa essência e chegamos a nos esquecer de como éramos sem ela antes e quando nos damos conta da sua existência, ficamos tão perdidos por não saber lidar com ela que parece que ela vai nos levar à loucura e algumas vezes, mesmo que por alguns segundos, chega a levar...
O momento mais difícil é esse, é quando nos tornamos conscientes de que do jeito que está não dá mais, é quando percebemos que precisamos fazer algo para matar aquilo que vem há tempos nos matando e que só agora nos demos conta, esse momento de conscientização por si só já nos faz sentir mais dor, porque lembranças boas e ruins surgem como um vulcão em erupção e não estamos preparados para lidar com as larvas que estão escorrendo por ele.
Às vezes, deixamos de acreditar que será possível superar a dor somente pelo fato de que não a dividimos, ás vezes, achamos que não vamos suportar tamanha provação e acabamos perdendo a fé em nós mesmos e em nossa capacidade de superação, mas, como eu disse no post anterior,Somos Resilientes, temos a capacidade de seguir em frente, de irmos para o fundo do poço e de lá sairmos porque sabemos que o chão não é o nosso lugar, somos sim como a Fênix que renasce das cinzas e só precisamos aceitar a nossa dor para então percebermos que podemos sim superá-la!
Eu já aceitei e você?
Boas 24 horas, participem da nossa Corrente Positiva clicando aqui
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GIULLIANA FISCHER FATIGATTI
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segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Somos Resilientes!
Consultando o meu amigo Dicionário, Resiliência é definida como um processo da física que remete à elasticidade, poder de recuperação e resistência ao choque.
Achei incrível essa definição, embora seja uma definição da física, notaram alguma semelhança com nós, Codependentes e Dependentes em recuperação?
Eu me vi em cada uma dessas palavras, me senti elástica em várias situações, senti o meu poder de recuperação e a força da minha resistência ao choque.
Mas, não me contive, tive que continuar a minha busca e então no meu amigo Wikipédia encontrei outra definição, a da Psicologia, a minha área de paixão. Diz:
Resiliência é um conceito psicológico emprestado da física, definido como a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas sem entrar em surto psicológico.
Tá, tudo bem, concordo que às vezes nós estramos em alguns pequenos surtos né, mas, ainda sim, se viram nessa definição? Eu me vi, com toda certeza me vi!
É a qualidade de seguir em frente e sair fortalecido de uma crise e tal qualidade tem feito com que a medicina se interrogue por que alguns são mais resistentes que outros.
Quando aceitamos o que não podemos mudar, estamos também nos concentrando sobre as que podemos mudar e com isso, deixamos de reagir à uma determinada situação e passamos a agir em como resolvê-la.
Resumindo, resiliência é a capacidade de psicoadaptação de cada ser humano. Adaptar a sua psique às mudanças da vida.
Ser resiliente é reagir positivamente às mudanças e situações adversas.
O Prof. Rolf Roberto Kruger, especialista em dependência química e codependência, mestre em Teologia, diz que embora as causas que levam o indivíduo a usar drogas são várias, existe uma que é sempre comum à todos, é a falta de RESILIÊNCIA, e não só do indivíduo, mas da família, de quem convive com ele. Ele diz que a ausência da resiliência é uma das causas da dependência química e também da codependência.
Somos portanto resilientes, nos adaptamos as dificuldades, temos a capacidade de irmos para o fundo do poço e voltar à superfície com força total, sabemos que o chão não é o nosso lugar e por isso, afzemos questão de nos mantermos em pé, somos guerreiras e guerreiros, somos como a Fênix que renasce das cinzas, somos portanto resilientes sim!
Força! Boas 24 horas!
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GIULLIANA FISCHER FATIGATTI
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sábado, 13 de outubro de 2012
Minha única opção!
A única opção que tenho é ser feliz, não posso aceitar da vida nada menos do que a felicidade, isso é uma escolha diária, que faço todos os dias ao acordar, desejo sempre que as próximas 24 horas sejam repletas de bons momentos e sei que nem sempre serão, então, quando não são, desejo apenas que eu aprenda com cada momento de não felicidade para que eu logo possa escolher novamente a felicidade em minha vida!
Posso ter meus momentos de tristeza e sei que posso ter e posso até curti-los, porque sei que não tenho a obrigação de estar sempre bem, eu tenho a opção e se eu recair, é só por hoje!
Seja bom ou ruim, são somente 24 horas e nessas 24 horas posso escolher como quero agir e reagir...
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GIULLIANA FISCHER FATIGATTI
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domingo, 7 de outubro de 2012
Para quem não acredita em milagres...
Um dia você acorda e olha para a linda bola de fogo brilhando lá fora e diz para si mesma que você terá um lindo dia. E tudo caminha para isso, mas, então, acontece alguma coisa, coisa pequena, talvez quase que insignificante diante da magnitude de um dia tão lindo, e te deixa pra baixo, com o coração triste, por algo que nem depende de você e que não está ao seu alcance para mudar.
Você vai dormir, mas, antes de dormir, no banho, ouvindo música, um filme passa pela a sua cabeça, um filme de toda a sua vida e você se dá conta que tem que agradecer pelas bençãos recebidas, pela família que tem, pelo marido maravilho e filha exemplar, pelo emprego, pelas amizades e por fim, por tudo o que viveu até chegar até aqui.
E foi assim que ele me veio à mente, foi no momento em que eu estava agradecendo por tudo o que vivi, que ele surgiu como uma lembrança boa, uma lembrança dele de antes das drogas, uma imagem bonita que me fez repensar em porque eu estava triste, já nem me lembrava mais.
O dia seguinte tinha tudo para ser somente mais um domingo, até que a roda da vida girou e transformou esse simples domingo em um domingo simplesmente perfeito!
Hoje, nesse domingo simplesmente perfeito, tive notícias do Gabriel, conversei com a sua irmã, ela foi visitá-lo e não poderia trazer notícias melhores.
Ele está centrado, aceitando a sua doença, tem recebido elogios dos psicólogos, está forte, bonito, sorridente.
Lágrimas caíram dos meus olhos, só Deus sabe o quanto eu esperei para ouvir isso, mas, as notícias não pararam por aí não. Ela me disso algo muito mais grandioso.
Ele tem um filho!
Um filho de dois anos, fruto de um relacionamento com uma namorada em SP.
A irmã dele disse que teve vontade de pegar o carro e ir direto para a casa da moça, para ver a criança, mas, os psicólogos, ele e o irmão dele acharam melhor esperar.
O mais bonito foi que ele disse para ela que foi a criança que o motivou a buscar ajuda e pedir socorro, que ele acordou um dia, olhou para o seu anjinho e disse que queria ser um pai melhor para ele.
Vocês podem imaginar a minha alegria não é mesmo?
Agora, o mais impressionante foi o que ela falou depois.
Adivinhem o nome desse pequeno anjinho?
Acertaram!!! Ele se chama Gabriel. O mesmo nome que dei à ele em meu livro... Incrível!
Acho que não preciso nem mais continuar essa postagem, vocês entenderam o motivo pelo qual eu a intitulei de Para quem não acredita em milagres.
É isso minha gente, só por hoje, eu sei que ele está bem, sei que está vencendo e isso já faz com que o acredite em milagres.
Boas 24 horas, vamos continuar com as nossas orações, se você ainda não deixou o seu recado com o nome na nossa corrente, entre aqui.
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GIULLIANA FISCHER FATIGATTI
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